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DEU NO BOM DIA DF/GLOBO - Vandalismo custa mais de R$ 120 milhões por ano aos cofres do DF


O vandalismo e a pichação em Sobradinho está nas lojas, monumentos públicos e etc...

Paredes e muros pichados, telefones públicos destruídos, cabos da rede elétrica furtados. O vandalismo no Distrito Federal não poupa casas nem prédios públicos.

Vandalismo é o dano ou a destruição intencional de bens e propriedades dos outros. É o que foi feito num muro no Cruzeiro Velho, que já mudou de cor várias vezes. Nem as câmeras de segurança e a cerca elétrica conseguiram evitar a pichação.

“Já perdi as esperanças porque todos os meios legais não deram solução. A única solução que eu encontro é repintar e sai caro. A sensação que tenho quando é pichado é de impotência”, lamenta o dono da propriedade, o comerciante Paulo Pereira.

Os comerciantes de Sobradinho enfrentam o mesmo problema. “Eu tenho que pintar as paredes direto. Teve uma vez até que eu estava combatendo eles fazendo isso, mas eu vi que é em vão. não adianta. Você pinta a parede e os caras picham no outro dia. Aí você deixa, acaba deixando. você fica a mercê deles”, fala o comerciante William Pinto.

Na parada de ônibus, o vidro foi quebrado, a lixeira sumiu. Na quadra de esportes sobraram as traves. Até o alambrado foi danificado. “Isso tem um custo para a sociedade, um custo muito alto. Sai do bolso da gente, do dinheiro dos impostos”, lembra o jornalista Júnior Nobre.

O Serviço de Limpeza Urbana gasta R$ 70 mil por mês para limpar praças, passagens subterrâneas, passarelas e paradas pichadas.

“Hoje, em todo DF, a gente tem dois caminhões pipa com produtos pesados para retirar pichações, manipulados por 12 garis”, diz o superintendente de Operações do SLU, Expedito Apolinário.

Perto do Estádio Mané Garrincha, o cone sinaliza que a tampa do bueiro foi furtada. Perigo para os pedestres, prejuízo para os contribuintes. Só com a troca de hidrômetros, a Caesb gasta R$ 12 mil por mês. Parece pouco, mas o maior custo é com o desperdício de água.

“Estimamos que uma ligação normal que foi quebrada e danificada pode ter uma perda de cinco a dez metros cúbicos, ou seja, de cinco a dez mil litros de água a noite. Essa é a maior perda que nós temos”, calcula o superintendente de Comercialização da Caesb, Emerson Oliveira.

No Eixo Monumental e na Epia Sul, placas estão pichadas. A Secretaria de Transporte gasta, por ano, R$ 900 mil para consertar ou botar placas novas.

“Isso tudo denigre muito a imagem da cidade, que fica horrorosa e as pessoas deveriam ter mais consciência”, fala a servidora pública Liamar da Rocha.

Na telefonia, todos os meses, 120 orelhões são destruídos. Em média, de cada cem, sete sofreram algum dano no primeiro semestre, mas a empresa, não passa o valor do prejuízo.

“Creio que seja um custo muito alto porque nós pagamos impostos e, quando precisamos usar o orelhão com urgência, temos que andar cerca de dois quilômetros para achar algum que funcione. Isso tudo é gasolina, é seu tempo, que é muito caro”, reclama o representante comercial João Peres.

Fios de alta tensão no centro de Brasília correm o risco de curto circuito. A rede virou varal para tênis. O prejuízo com vandalismo na CEB é maior ainda, chega a R$ 10 milhões com reparos na rede.

“As pessoas jogam alguns objetos na rede aérea, como tênis, arame, correntes. Isso destrói a rede e causa um prejuízo para restabelecê-la. Além disso, deixo de vender energia durante essa interrupção”, conta o diretor de Operações da CEB, Marcos Fontana.

Milhares e milhares de quilômetros de cabos são roubados ou viram sucata por conta do vandalismo. A CEB conseguiu diminuir em 95% esse tipo de roubo. Mas, para isso, teve que investir pesado em segurança.

Não é difícil ter idéia do prejuízo causado pelos vândalos. Se somarmos os valores informados nesta reportagem, o vandalismo no DF custou aos cofres públicos nos 11 primeiros meses deste ano, pelo menos, R$ 120 milhões.

Reportagem: Albert Steinberger, Edgar de Sndrade e Emerson Soares
Produção: Fabiano Andrade e Luciana Albuquerque
Edição de texto: Roberta Paz
Edição de imagens: Ademir Valentim

Foto: Divulgação

(*)OBS - ASSISTA VÍDEO EM ANEXO, CLICANDO NO TÍTULO DESSE ARTIGO

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