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EMPREENDEDORISMO: Chegada dos condomínios no Grande Colorado impulsionou o comércio na BR-020

* Diego Amorim

Existe vida econômica no topo do Colorado. Após décadas longe da mira dos investidores, o lado norte do Distrito Federal despertou para o desenvolvimento. Nos últimos cinco anos, principalmente, o boom populacional provocado pelo avanço dos condomínios e o crescimento de cidades como Sobradinho e Planaltina atraiu empresas e mudou radicalmente a lógica do consumo naquela região. Há muita gente de olho no potencial das quase 450 mil pessoas que vivem no caminho da BR-020 (rodovia que liga Brasília à Bahia), incluindo as áreas do Grande Colorado e do Setor Habitacional Taquari.

No trajeto de cerca de 15km que separam o fim da Asa Norte da entrada de Sobradinho, um novo polo econômico está se consolidando. O trecho ganhou mais motéis, postos de combustíveis, redes de fast food, minisshoppings e sete concessionárias. O percurso, que até o início da década passada era ocioso e desvalorizado, virou ponto de comércio forte, com perspectiva de crescer ainda mais. Para o consultor em varejo Alexandre Ayres, os condomínios alavancaram essa nova realidade. “Eles (os parcelamentos) não estavam previstos, mas surgiram e provocaram um alvoroço na região”, comenta.

A tendência é que o adensamento populacional no lado norte do DF não perca força tão cedo. A explosão econômica deve se intensificar à medida que mais moradores chegarem à região. “O atraso nos investimentos terá, de certa forma, de ser compensado. Provavelmente, o aquecimento do comércio será ainda maior daqui para frente”, acredita Ayres. O consultor Marcos André Melo, sócio-diretor da Valorum Consultoria em gestão estratégica, acrescenta que o mercado imobiliário ainda vai avançar muito e impulsionar a demanda por consumo de bens e serviços.

Em Sobradinho, o comércio se concentra na Quadra 8 e na Avenida Central, a mais movimentada. Magazines, lojas de calçados e vestuário se destacam. Por conta dos novos empreendimentos na cidade, artigos de decoração devem ganhar espaço no varejo em 2011. Os segmentos de revenda de automóveis e oficinas também têm peso significativo na economia local. Entre as carências, o consultor Marcos André aponta a falta de infraestrutura para o ecoturismo. “Os investidores precisam ficar atentos às cachoeiras e às trilhas da região”, sugere.

Ponto estratégico
A proximidade de zonas rurais movimenta o segmento de produtos agropecuários na saída norte de Brasília. A loja onde Juscelino Silverio de Souza, 42 anos, trabalha como vendedor abriu as portas em setembro de 2010. O investimento de R$ 40 mil valeu a pena, segundo ele. “Aqui é ponto estratégico para quem segue para Formosa (GO). As vendas estão superando nossas expectativas. Não achava que ia ter tanto cliente assim”, confessa. Nas prateleiras, está exposto tudo para o campo: adubo, ração, mudas, etc. “Estamos bem. E o dono quer comprar aí do lado para fazer banho e tosa de animal”, avisa Souza.

O presidente da Associação Comercial e Industrial de Sobradinho, Jair José da Silveira Júnior, comemora a atenção que a cidade tem recebido nos últimos anos, mas espera mais. “Vamos conversar com o novo governo e tentar dinamizar nossa economia. Essa região deixou de ser dormitório, não tem mais nada de pacato aqui. É muita gente morando e o povo quer consumir”, comenta ele, antes de dar dicas aos interessados em investir na cidade: “Não temos bons restaurantes, a vida noturna é um fracasso. E falta um hospital particular”, enumera.

Nascido e criado em Sobradinho, o servidor público Severino Pereira, 43 anos, viu a região se desenvolver. Ele, a mulher, Luciana, 35, e as duas filhas — Amanda, de 12 anos, e Milleny, de 1 ano — passam semanas sem ir ao Plano Piloto. “Vou uma vez por mês e olhe lá”, contou o chefe da família, enquanto fazia compras na Avenida Comercial em um dia de folga. “Hoje em dia, temos muita variedade no comércio. Antigamente tinha que sair da cidade, mas agora não precisa mais. A escola das crianças é aqui, meu trabalho é aqui, tudo aqui”, acrescentou Pereira.

Tamanho
Estima-se uma população de 43 mil pessoas nos condomínios da região do Grande Colorado. Em Sobradinho, são cerca de 175 mil habitantes. Em Planaltina, 230 mil. Somam-se ainda na Saída Norte de Brasília pelo menos 8 mil moradores em condomínios como o RK e o Morada dos Nobres, além de 2 mil pessoas vivendo no Setor Habitacional Taquari.

fonte Diego Amorim/Correio braziliense

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