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A NOVA CARA DA CULTURA


*Robson Salazar

Durante a realização do 1º Colóquio de comunicação e sociabilidade promovida pela Universidade de Minas Gerais em 2008 alunas do Curso de comunicação social apresentaram uma tese intitulada “ Qual é a ‘cara’ da cultura brasileira apresentada pelo Jornal Nacional? O gênero televisivo como estratégia de enunciação”. Como respeito à citação e ao processo criativo devo mencionar as autoras Simone Maria Rocha, Professora da UFMG e as alunas do curso de comunicação Carolina Abreu Albuquerque e Renata Carneiro de Oliveira . O objetivo do trabalho era o de compreender como a Cultura Brasileira é apresentada na TV e seus desdobramentos. A partir de uma metodologia que articula análise de conteúdo com análise de gênero televisivo.

A ascensão da cultura para o centro da vida política e intelectual a partir das transformações que tomaram a cena desde o início do século XX – exige novas definições do conceito. Raymond Williams entende cultura como o conjunto de práticas empreendidas por uma sociedade que, pela produção e intercâmbio de sentidos, conforma “todo um modo de vida” (Williams, 1958). Em seu livro Cultura (1992), Williams define explicitamente seu entendimento do conceito como sendo a construção de uma ordem simbólica compartilhada que atribui significado às ações, interações e práticas.

Cultura seria, portanto, o modo de compreender e aferir a organização da vida em um determinado momento histórico. Da mesma forma, também a cultura nacional surge da troca de sentidos. Ela lança mão de símbolos para criar identificação com o modo de vida de um povo, no intuito de promover a coesão de seus membros. Assim enxergou a III Conferencia de Cultura de Sobradinho. Da mesma forma que concorda com conceitos e outros pressupostos contraria os mesmos na mesma rapidez.

Uma nova ordem acaba de ser construída rompendo com o conservadorismo de uma prática também recusada nas urnas quando a população optou por um Novo Caminho. A nova cara da cultura desafiou os mestres, contrariou o sistema mesmo o atual de forma livre democrática e republicana. O recado dado em cada voto pelos delegados é o mesmo recado das urnas. Uma nova revolução se inicia. Era preciso mudar. O discurso daqueles que estavam ditando durante anos os descaminhos da cultura de nossa cidade foi desviado. Não optamos por um atalho curto e imediatista, mas o mais longo, mais árduo e mais fascinante.

A III Conferência de Sobradinho se consolida como um marco histórico, pacífica porem firme e decidida. Com ares de modernistas quando diziam que não sabiam o que queriam, mas sabiam perfeitamente o que não queriam. Encerramos o primeiro passo desta longa caminhada no meio de trovoadas , numa profusão de sons e cores.
Não será a Indústria Cultural ou a influência televisiva que ditará os nossos rumos, a nossa moda o nosso som, a nossa mania. Seremos nós mesmos, juntos sem medo de errar e sem medo de ser feliz.

Que a nossa pauta seja a do diálogo aberto franco, com projetos e propostas que possam sinalizar tanto nos encontros do Conselho de Cultura, como nos encontros dos delegados eleitos para a Conferência Final o desejo de transformar o Distrito Federal a partir de Sobradinho. Ousadia demais??? Que importa já começamos mesmo!!!
A Cultura de Sobradinho agora tem cara, tem olhos e tem coração.
Todos à III Conferência.

Por Robson Salazar
Professor de História da Arte/ Gestão do Patrimônio Cultural.
Gerente de Educação e Cultura de Sobradinho.

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