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COMUNICAÇÃO: MEU PAÍS


*Joel Pires

Som e imagem se fundem num espetáculo de cores e acordes. Música e protesto: “Rock Brasília – Era de Ouro”, de Vladimir Carvalho ao som da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro, sob a regência do maestro Cláudio Cohen.

Contestação: “Fiéis” ou infiéis. Paisagens, fotografias. Dança, canto, ritual: “As hiper mulheres”. Estranho, “Inóspito”. “Ouro de tolo”. Desolação: “Ser tão cinzento”. Sentimentos contraditórios: “O troco do fiado”. Diversidade cultural: “Na onda da música, uma nova realidade”. Voz e movimento. Lugares, pessoas: “Hasta La vista”. Ilusões de um herói: “Lapso canabial”. O desconhecido: “Fracta”. Esquisito, singular, experimental: “As santas aventuras endiabradas de Madame Quin Quin em Buenos Aires. Estranhamento fronteiriço. Brasília mística: “Cidade sem limites”. E “O cavaleiro do além”. Histórias de vida: “Cata(dores)”. Sonho, aventura, criação: “Moby Dick”. Paranóia: “Por baixo das folhas secas”. Inferno: “Na esquina de sua mente”. Retrato dramático, crise: “A casa da Vó Neyde”. Desalienação: “Trabalhar cansa”. “Gunia”: desespero e medo. Encontros e desencontros: “Casais de domingo”. O que o céu revela? “Sonhando passarinhos”. “Deus”, morte e ressurreição. “Periférico 304”: a realidade satélite. “Duplo”: personalidade em conflito. “Quimera”, o grotesco humano. “Meu amigo, meu avô”: a doença em jogo. “Perfídia”: a vingança. “Ilia”, o olhar da pipa. “Sobre Esaú e Jacó”: dois garotos. “Encontro das águas”: poesia e vida. “Cru”: o acerto de contas. O eterno retorno: “Ciclo”. Angústia: “O homem que não dormia”. “Hoje”, perseguição. “Meu País”, a promessa.

Na rua, na tela, no cinema. A vida é retratada, e se retrata. Não é simples imitação. É “mimesis”, de Aristóteles. A Poética. Arte e salvação. O Festival de Brasília do Cinema Brasileiro foi a cor mais vibrante dessa primavera. Um jardim de produções nacionais, com frescor renovado. Orgulho do que se colhe em próprio solo. A flor mais bela. Longe dos canteiros estrangeiros, dos enlatados, dos inautênticos. O produto é nosso. A vitória é de todos. O cinema nacional foi o grande premiado. “Alta definição” de imagem? Não. “Alta definição” de conteúdo.

Por Joel Pires - Professor, psicopedagogo e colaborador do Jornal de Sobradinho

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