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UTILIDADE PÚBLICA: Cardiologista alerta sobre as doenças do coração causadas pelo tabagismo

O Dia Mundial Sem Tabaco será comemorado na próxima quinta-feira, 31 de maio.


Um estudo realizado pelo Banco Mundial estimou que o tabagismo resulta em uma perda global de US$ 200 bilhões por ano em função de mortes prematuras, incapacitação, adoecimento, aposentadorias precoces e faltas ao trabalho, sendo que, aproximadamente, a metade deste montante ocorre em países em desenvolvimento. No Brasil , os gastos sociais determinados pelo consumo de cigarros também são altos e superam, em muito, a arrecadação de impostos provenientes da indústria do tabaco.

A cardiologista Marly Uellendahl, considera o tabaco o principal fator de risco, evitável, para as doenças cardiovasculares. “O fumo aumenta consideravelmente a chance de se ter um infarto do miocárdio, além de provocar inúmeras outras doenças, como o câncer”, explica a médica. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 1,2 bilhão da população mundial adulta seja fumante. No Brasil, a pesquisa da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico 2011 (Vigitel), realizada pelo Ministério da Saúde, indica que 14,8% da população são fumantes, sendo que 18% são homens e 12% mulheres. No Distrito Federal, 14% de pessoas maiores de 18 anos fazem uso de cigarro.

De acordo com o estudo da Organização Mundial de Saúde das Nações Unidas, o total de mortes devido ao uso do tabaco atingiu a cifra de 4,9 milhões de mortes anuais, o que corresponde a mais de 10 mil mortes por dia, seis mortes por minuto. A pesquisa revela, ainda, que se a atual tendência de expansão do consumo de cigarros continuar, estes números aumentarão para 10 milhões de mortes anuais por volta do ano 2030, sendo metade delas em indivíduos em idade produtiva (entre 35 e 69 anos).

Os fumantes passivos não estão de fora das estatísticas alarmantes do tabagismo. Segundo a Vigitel 2011, 11,8% dos brasileiros fumam passivamente no domicílio e 12,2% no trabalho. “Eles têm contato direto com 30 substâncias cancerígenas presentes na fumaça do cigarro. Além disso, o risco de um fumante passivo desenvolver um infarto do miocárdio é 25% maior do que a população não fumante e 30% maior de ter câncer de pulmão, entre outras doenças”, destaca Marly. Ela acrescenta que os programas de educação sobre os riscos do tabagismo e as medidas restritivas como a Lei Antifumo, aprovada em 2010, pode contribuir na redução do consumo de tabaco e evitar, também, os efeitos do fumo passivo.

Para isso, a cardiologista acredita que alguns mitos sobre o cigarro devem ser debatidos. “Na verdade, não há diferenças nos riscos à saúde entre as diferentes marcas de cigarro, nem entre os supostos cigarros com alto e baixo teor de nicotina, ou seja, não existem níveis seguros para o consumo de alcatrão, monóxido de carbono e nicotina”, esclarece.

Saiba mais:

- a fumaça do cigarro possui 4.720 substâncias químicas nocivas e pelo menos 60 delas são reconhecidamente cancerígenas, além de irritantes e tóxicas ao pulmão;

- crianças que convivem com fumantes têm incidência maior de doenças alérgicas e respiratórias, como a asma, pneumonia, sinusite e alergia;

- fumar causa doença vascular que pode levar à amputação de dedos e pernas;

- ao fumar você inala arsênico e naftalina, também usados como veneno de ratos e baratas;

- fumar causa câncer de laringe, câncer de pulmão, câncer de boca, entre outros;

- em gestantes, o ato de fumar pode resultar em partos prematuros, aborto espontâneo e o nascimento de crianças com anomalias e de baixo peso;

- o uso de tabaco obstrui as artérias, dificulta a circulação do sangue, leva ao enfisema pulmonar, à perda dos dentes e causa morte por doenças do coração.


Por Caroliny Rodrigues/Imagem Corporativa / foto divulgação

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