RECENTES

CIDADE: Um dia de tratores e barracos no chão na favelinha do Dnocs em Sobradinho, onze órgãos participaram da operação que foi pacífica.

*Ferreira Santos


Mais de 100 famílias foram retiradas de uma área conhecida como favelinha, que fica bem ao lado da Vila Dnocs, em Sobradinho, nesta sexta-feira (1/6) durante uma operação do comitê de combate ao uso irregular do solo do Governo do Distrito Federal, através da Sedest – Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda. A operação durou todo dia e contou com a participação da Policia Militar (CPRL), Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, Sedest, Ceops, Agefis, Conselho Tutelar, Terracap, Caesb, SLU e CEB cerca 600 servidores do governo. Até às 17h nenhum tumulto tinha sido registrado, segundo um oficial que fez parte da operação o número de policiais na operação inibiu qualquer tipo de reação por parte dos invasores. Os funcionários responsáveis pela retirada dos móveis dos barracos eram observados de perto pelos proprietários. Alguns invasores reclamavam, de não terem sido avisados da decisão de retirada dos barracos pelo governo e cobram providências para que as famílias retiradas do local não fiquem sem abrigo. Alguns mais exaltados prometeram protestar de alguma forma caso o governo não resolva o problema de moradia das famílias retiradas.


Tratores, caminhões, pé de cabra nas mãos de homens de colete azul, policiais militares, funcionários da Agefis, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros e outros órgãos mudaram o cenário e a rotina de cerca de 100 famílias moradoras de uma invasão conhecida como favelinha, com mais de 60 barracos localizados na área do governo próximo, onde serão construídas as casa populares do programa do governo federal, para famílias carentes. Tratores avançaram contra maderites, tábuas e pedaços de alumínios usados para construir os barracos. Após a retirada dos imóveis por funcionários da Sedest foi colocado em um caminhão o material e levado para um depósito.




Em meio a restos de madeira e pedaços de telhas Edvan Gomes da Silva (24), com a esposa Edlaine Pereira Fernandes (20) e os filhos, duas crianças, uma de 3 anos, e outra de apenas 10 meses. A família observava a ação de retirada dos barracos e a saída de caminhões com os móveis pelos órgãos de governo. “Não fui avisado disso, tenho que achar um lugar para dormir com minha família”. Disse Edvan desolado e enrolando um pedaço de fio na mão, como se tivesse sem direção e sem entender nada.


Outra mulher também invasora mostrou um recibo da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda (Sedest), com data desta sexta-feira (1/6), que garantia a ela um auxílio aluguel pago pelo governo no valor de R$ 408,00 mas a mulher alegava não ter recebido o dinheiro.


Um homem de calça jeans mostrava uma lista das famílias cadastradas na Codhab e que ainda não foram contempladas. Outra pessoa disse que o governo queria levar as famílias retidas dos barracos demolidos na favelinha para um abrigo, mas muitos não aceitaram.




De acordo com o assessor de imprensa da Secretaria de Ordem Publica e Social (Seops), Flávio Gusmão, a área estava sendo ocupada irregularmente e que as famílias teriam sido notificadas, cerca de 107 famílias foram retiradas, o governo teria oferecido auxílio aluguel no valor de R$ 408,00 porém apenas oito famílias aceitaram o benefício.


Agora para receber tal quantia o assessor disse que a pessoa tem que fazer um novo cadastro junto ao órgão. Ele não soube informar quando as famílias que aceitaram o auxilio receberão o dinheiro. Afirmou ainda que a área é ocupada por pessoas que ainda não foram beneficiadas pelo programa habitacional do Governo Federal e por parentes de pessoas que já foram beneficiadas. O assessor de imprensa do (Seops) disse ainda, que a relação de cadastro da Codhab apresentada pelo morador, faz parte do programa Morar Bem do Governo do DF, mas que elas terão que esperar a vez.


Por Ferreira Santos (texto e fotos) Especial para o Jornal de Sobradinho

Nenhum comentário