COLUNA TEXTOS & TEXTOS por GERALDO LIMA
BRILHANTE APRESENTAÇÃO DA BANDA SINFÔNICA DE SOBRADINHO
(*) Geraldo Lima |
Fundada pelo incansável maestro José Antônio da Silva
Nascimento, hoje aposentado das suas atividades como regente, só em 1994 ela
passou à denominação de Banda Sinfônica e estendeu suas atividades à comunidade
de Sobradinho. Durante décadas, o maestro Nascimento, como é mais conhecido,
regeu a banda e formou gerações de músicos, entre eles a maestrina Elaine
Cristina Rodrigues, que recebeu das mãos do mestre a incumbência de manter a
banda funcionando. Foi sob a batuta da jovem maestrina, formada pela UnB, que a
Banda Sinfônica de Sobradinho presenteou os que foram ao Teatro de Sobradinho,
no dia 18 de agosto, com um maravilhoso concerto musical, desses que assistimos
e ficamos arrebatados.
O concerto foi irretocável, tanto no que se refere ao
repertório escolhido pela regente quanto pela sua execução. Quem lá esteve pôde
ouvir música popular brasileira de qualidade (Carinhoso, de José Urcisino da
Silva, e Novo Tempo, de Ivan Lins e Vitor Martins), Jazz (Dixieland Festival,
de Louis Armstrong), música caribenha (Que rico el mambo, de Pérez Prado), entre
outros estilos musicais. O mais impressionante e esperançoso é que entre os
componentes da banda havia músicos veteranos (talentos musicais que nela se
formaram e, mesmo estudando no exterior ou exercendo outra atividade
profissional, continuam se apresentando quando convidados), assim como jovens
músicos iniciantes, que não fizeram feio, mostrando que a renovação continua e
o futuro da banda, pelo menos nesse quesito, está garantido. Havia também
músicos convidados vindos de outros estados, mostrando o caráter fraterno e
agregador que só a música pode propiciar.
Apresentada desse jeito, até parece que a existência da Banda
Sinfônica de Sobradinho tem sido moleza ao longo do tempo. Apesar de já ter
conquistado vários prêmios Brasil afora, como campeã do Concurso Nacional de
Bandas nos anos de 2000 e 2004 e campeã do Concurso Regional de Bandas do
Distrito Federal entre os anos de 1999 a 2006, ainda sob a regência do maestro
Nascimento, a sua manutenção não tem sido fácil. Comprar instrumentos musicais e
mantê-los funcionando custa caro, assim como viabilizar o deslocamento de
vários músicos para apresentações em outros estados. Nessas horas, caberia ao
poder público, ou mesmo ao setor privado, ajudar, mas, em se tratando de
Brasil, isso nem sempre acontece. O que se vê prosperar nessa área é quase
sempre resultado da dedicação de idealistas e amantes das artes, como foi o
caso do maestro Nascimento e, agora, da maestrina Elaine Cristina. O que a
nossa Banda Sinfônica precisa para continuar as suas atividades é de apoio financeiro,
seja do Estado, seja da iniciativa privada. Precisa também da presença do
público nas suas apresentações. E fica aqui uma sugestão: programar
apresentações da Banda Sinfônica para alunos da rede pública e da rede privada,
para que nossos jovens possam enriquecer-se culturalmente.
(*) Geraldo Lima é escritor, dramaturgo, roteirista e
colabora com o Jornal de Sobradinho. E-mail: gera.lima@brturbo.com.br
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