MATERIAL ESCOLAR
As aulas estão voltando, e
os pais podem economizar
(*) Alana Gandra
A temporada de compra de material escolar já chegou para
muitas famílias e, com o período, começam também as dúvidas e preocupações com
formas de pagamentos, marcas de produtos e opções de compra para adquirir os
produtos escolares.
O Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia
(Inmetro) alerta os pais a só adquirirem produtos com o selo de identificação
da conformidade do órgão, vinculado ao Ministério da Indústria, Comércio
Exterior e Serviços (MDIC). O selo do Inmetro comprova que os artigos atendem
aos requisitos de segurança previstos no regulamento.
A pesquisadora do Inmetro, Millene Cleto da Fonseca,
destacou que a certificação compulsória dos artigos escolares tem por objetivo
evitar acidentes que possam colocar em risco a segurança de crianças que
utilizam esses produtos, como a presença de substâncias tóxicas em itens que
possam ser levados à boca; além de pontas cortantes, ou de partes pequenas, que
podem ser ingeridas ou inaladas.
Um total de 25 produtos escolares é contemplado pelo
regulamento e passa por avaliação sistemática. Entre eles estão apontador;
borracha e ponteira de borracha; caneta esferográfica e hidrográfica; giz de
cera; lápis preto, grafite e lápis de cor; lapiseira; marcador de texto; cola líquida
ou sólida; corretor adesivo; corretor em tinta; compasso; curva francesa;
esquadro; régua; transferidor; estojo; massa de modelar e massa plástica;
lancheira; tesoura de ponta redonda; pasta com aba elástica; tinta.
Mercado formal – Millene
destacou também a necessidade de os pais fazerem a compra no mercado formal.
“Fazer a aquisição na loja e não no camelô e adquirir com nota fiscal porque em
caso de dar um problema ou ter algum acidente envolvendo o produto, a nota
fiscal favorece acionar seja quem for”.
A pesquisadora do Inmetro disse que os pais devem observar
também a faixa etária de indicação do produto, “porque tem produto que é
proibido para a faixa de zero a três anos, por exemplo. O símbolo de restrição
de faixa etária é coisa importante para ser verificada”, alertou a
pesquisadora.
Millene Fonseca informou também que estabelecimentos que
vendem produtos sem selo de fiscalização serão multados. “Os comerciantes cujos
produtos estiverem sem selo podem ser penalizados com advertência, apreensão do
artigo e multa, que varia de R$ 100 a R$ 1,5 milhão, conforme estabelecido na
Lei 9.933/99”, lembrou Millene. A fiscalização já está ocorrendo em âmbito
nacional. O consumidor que encontrar irregularidades no mercado formal pode
fazer sua denúncia à ouvidoria do Inmetro pelo número gratuito 0800 285 1818.
Planejamento – Planejar
muito é a primeira recomendação que o professor Ricardo Teixeira, coordenador
do MBA em gestão financeira da Fundação Getulio Vargas (FGV), faz aos pais que
estão se preparando para enfrentar a maratona de compra de material escolar. Os
responsáveis pelas compras devem elaborar uma lista com os itens que vão ser
usados imediatamente pelas crianças, “porque esses você não pode deixar de
comprar. Esses você compra logo”.
Já aqueles itens que puderem ser adquiridos ao longo do ano,
é melhor deixar para mais adiante e pesquisar preços pela internet ou em
diversas lojas, “gastando um pouco mais de sola de sapato”, diz Teixeira.
Assim, explica o professor, os pais vão ver onde os preços estão mais
atraentes. Ele lembra também que, normalmente, quando a pressão do início do
ano acaba, os preços tendem a cair.
O professor de gestão financeira da FGV lembra ainda da
vantagem de se organizar compras coletivas, com outros pais ou amigos, para,
desta forma, tentar negorciar preços diferenciados. “Como a quantidade aumenta
muito, você tem condições de conseguir preços mais baratos. Você acaba
transformando em atacado o que é varejo, porque está indo comprar em nome de
vários pais”.
Outra sugestão para economizar, no caso de livros didáticos,
é comprar itens de segunda mão, mas em bom estado, usados no ano anterior. Ele
sugere que pais se organizem para tentar comprar para seus filhos, livros
usados no ano anterior por alunos que estão uma série à frente. “Pode-se fazer
um movimento entre pais nesse sentido”.
Para o pesquisador, é muito melhor vender os livros que
estão guardados em casa por um preço abaixo do valor de mercado do que ficar
guardando, pois as edições de livros didáticos são constantemente atualizadas e
o material guardado pode não mais ser aceito. Teixeira acredita que este tipo
de negociação com pais que estejam na mesma escola pode ser proveitoso para
ambas as partes, indicou. “É fazer compras mais em conta”.
A prazo ou à vista –
Teixeira recomendou ainda que pais que têm dinheiro para pagar o material
escolar à vista, devem tentar negociar um desconto. Se não obtiverem desconto
vantajoso, os pais podem parcelar. “Colocam o dinheiro na poupança e ele estará
rendendo”.
O pesquisador adverte, contudo, que os pais não podem
esquecer que aquele dinheiro já está comprometido, para não enfrentar problemas
depois. “Se você tem o dinheiro e parcelou, tem que lembrar que o dinheiro já
está comprometido. Mas, muitas vezes, você não tem dinheiro e precisa,
realmente, comprar parcelado”, disse Teixeira.
(*) Fonte: Alana Gandra - Foto/Arquivo Notibras
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