Condomínio Alto da Boa Vista ganha registro em cartório
Após 22 anos
de ocupação irregular, moradores conseguiram a escritura. Conquista representa
nova fase
(*) Carla
Rodrigues
Um presente
de Natal antecipado. Depois de 22 anos de ocupação, os moradores do Condomínio
Alto da Boa Vista, em Sobradinho,
conseguiram o registro do local em cartório.
Esta é a segunda vez que um imóvel do tipo, em área particular, consegue
a escrituração. O primeiro foi o Amobb,
no Jardim Botânico, em 2007. Agora, afirmam os moradores, “o documento acende
uma luz de esperança aos demais empreendimentos e inicia uma nova fase na
história do Alto da Boa Vista”.
“Foi um
processo de muitos anos, passando por vários governos. Quando acreditávamos
estar próximos, mudavam as regras. No meio disso, o Ministério Público promoveu
um Termo de Ajuste de Conduta, que foi o nosso norteador para conquistarmos o
registro e a regularização. A partir daí, definimos parâmetros que estivessem
de acordo com a lei e criamos um modelo sustentável de condomínio”, conta o
condômino e tesoureiro do local, Alberto Lima,
48.
Ele ressalta
ainda que foram necessários acordos de ambos os lados para conseguir a total
regularização do espaço, que tem
aproximadamente 251, 8 hectares. “Estamos no maior condomínio do DF em
área particular. O processo é muito complexo. Todo mundo, principalmente nós,
teve que ceder. Se não houvesse entendimento, não atingiríamos o nosso
objetivo. E nós queríamos morar numa área legalizada. Nunca perdemos isso de
vista”, diz.
compensação
Um dos
principais acordos firmados, lembra ainda o subsíndico do condomínio, Ranufo
Guedes, foi o de compensar ambientalmente a área pela construção do próprio empreendimento.
Por isso, dentro do Alto da Boa Vista já existe um espaço, de 41 mil m²,
reservado ao Centro de Estudos de
Desenvolvimento Sustentável (Ceds), autorizado pelo Instituto Brasília
Ambiental (Ibram).
“A intenção
é fazer um lugar de fomento a práticas sustentáveis. Nele, teremos oficinas,
biblioteca, videoteca, auditório e o jardim do cerrado”, ressalta o síndico do
condomínio, José Araújo Cardoso, 57.
A questão da
regularização de condomínios no DF foi um dos maiores problemas da atual gestão.
No ano passado, o JBr. chegou a denunciar a situação. Segundo a Secretaria de
Regularização de Condomínios (Sercond), até o início de 2013, apenas cinco,
entre 390 condomínios de classe média, estavam legalizados. A pasta informou que regularizou, neste ano, em dez meses, 16
condomínios.
Futuro
promissor
Hoje, o Alto
da Boa Vista tem aproximadamente 300 moradores. São mais de 2,6 mil terrenos. A
previsão é de que o empreendimento agregue pelo menos 10 mil habitantes, se
tornando, assim, um dos maiores condomínios horizontais da região. “O registro
é o começo de uma nova vida para os condôminos. É resultado do esforço
conjunto deles. Quando entramos no processo, demos a sorte de já ter muita
coisa adiantada. É por isso que foi possível ter a regularização fundiária e o seu registro”, disse o advogado do
condomínio, Idamar Borges.
Entenda o
Caso
Em maio de
2013, o Decreto de Regularização do condomínio foi revalidado. Nos quatro meses
seguintes, o empreendedor do imóvel cumpriu as últimas exigências pendentes.
Em novembro
de 2013, foi dada a entrada no registro do loteamento do condomínio. Todas as
solicitações do cartório foram cumpridas.
Porém, o processo enfrentou
entraves, como o pedido de impugnação por parte de cinco proprietários
de lotes na Área de Proteção Manancial Mestre D´Armas.
Em setembro
deste ano, o pedido de impugnação ao
registro foi indeferido pela Justiça.
(*) Fonte: Carla
Rodrigues/ Jornal de Brasília
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