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A visão do PT

O cenário é bom para o PT. A chapa vitoriosa no primeiro turno nas últimas eleições, de José Roberto Arruda e Paulo Octávio, está fora de combate e a permanência do governador em exercício, Wilson Lima (PR), à frente do Executivo garante um cargo estratégico para o partido: a presidência da Câmara Legislativa. Enquanto durar a interinidade de Wilson Lima, o deputado distrital Cabo Patrício (PT) ficará à frente da Casa, com o poder de apressar ou retardar se quiser — a tramitação de projetos de lei, os processos contra parlamentares e os pedidos de impeachment contra Arruda. “Tudo o que eu puder fazer para dar celeridade aos procedimentos de fiscalização do governo, farei”, promete Cabo Patrício, que chefiou interinamente o Legislativo entre dezembro e fevereiro, devido ao afastamento do então presidente Leonardo Prudente.
Nesta noite, a executiva regional do PT vai dizer como será o comportamento do partido diante da administração de Wilson Lima. “Somos oposição e não vamos dar sustentação ao governo, até porque temos preocupação sobre as chances reais de Wilson Lima conseguir administrar o DF, diante de tantas denúncias”, afirma o presidente do PT-DF, Roberto Policarpo. O líder da bancada do PT na Câmara Legislativa, Paulo Tadeu, garante que não há chance de aliança em nome da governabilidade: “Nosso foco é outro. São os processos de investigação contra deputados, de impeachment e a CPI”. O partido deverá permanecer na oposição ao governo, mas discretamente torce pela manutenção da atual situação, ou seja, pela permanência de Wilson Lima à frente do GDF.

Cenários
O novo governador em exercício tem bom trânsito entre os petistas e não é considerado um potencial adversário nas próximas eleições, caso se firme como chefe do Executivo e resolva concorrer à reeleição. Esse cenário também é melhor do que a decretação de uma intervenção federal no DF, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá nomear um governador para mandato tampão, conforme pedido do procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Petistas temem o desgaste da medida nas eleições, numa eventual dificuldade de o interventor escolhido por Lula em administrar o DF num momento de crise institucional.

Petistas também temem a mudança da Lei Orgânica do DF para adequar as regras à Constituição Federal e permitir que a Câmara Legislativa autorize a realização de eleições indiretas para a escolha do novo governador (leia matéria abaixo). Nesse caso, o resultado da escolha não prestigiaria o interesse da legenda, que é minoria na Casa.

Preso há 13 dias na Superintendência da Polícia Federal (PF), o governador afastado José Roberto Arruda insiste em dizer que não vai renunciar ao cargo. Mas a aposta no meio político é de que ele não terá condições de reassumir o comando da administração local. Mesmo que o Supremo Tribunal Federal (STF) decida liberá-lo na sessão de amanhã, Arruda poderá passar pouco tempo no cargo, já que os pedidos de impeachment contra ele tramitam agora em ritmo acelerado.

O relator do caso na Comissão Especial, o deputado Chico Leite (PT), já anunciou que apresentará ainda esta semana seu parecer sobre a admissibilidade do processo. Em até 50 dias, o processo por crime de responsabilidade contra Arruda deverá estar aberto e não haverá mais possibilidade de renúncia. Por isso, o governador terá de tomar uma decisão sobre enfrentar a investigação e correr o risco de ficar inelegível até 2019.

(*)Fonte: Do Correio Braziliense/Blog da Paola

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