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Codhab pede documentos a famílias de Sobradinho


Representantes do Movimento dos Inquilinos da cidade reivindicaram regularização de 836 lotes repassados a cooperativas na cidade. Atualização de informações tem de ser feita para emissão de Termo de Concessão de Uso

A vice-governadora Ivelise Longhi reuniu-se, na tarde desta segunda-feira (21), com representantes do Movimento dos Inquilinos de Sobradinho, que mais cedo haviam fechado a BR-020 em protesto pela regularização de lotes na região. De acordo com Ivelise, a análise dos processos para emissão dos Termos de Concessão de Uso dos 836 lotes repassados a cooperativas está em andamento. No entanto, faltam informações na maioria deles. Por isso, nos próximos dias, a Companhia de Desenvolvimento Habitacional do DF (Codhab-DF) vai convocar para cadastro todas as famílias beneficiadas.

A vice-governadora ressaltou que é fundamental avaliar se todos os beneficiados realmente preenchem os requisitos básicos antes da emissão dos termos. A legislação estabelece os critérios para participar do programa habitacional: morar no DF há pelo menos cinco anos; ter uma renda mensal inferior a 12 salários mínimos; e nunca ter sido proprietário de imóvel.

“Queremos atender todos, mas dentro da legalidade”, afirmou Ivelise. Também participaram do encontro o presidente da Codhab-DF, César Pessoa, e a diretora imobiliária da companhia, Glória Rincón.

Os representantes do movimento pediram ainda obras de infraestrutura – como rede de águas e esgoto. O pedido já vem sendo avaliado pela administração de Sobradinho, responsável ainda pela topografia e endereçamento do local.

Com informação da Ascom/Vice-governadoria/ foto divulgação


(*) DEU NO CORREIO BRAZILIENSE

Desenvolvimento na subida do Colorado

O aumento da densidade populacional transformou a região, que passou a atrair grandes lojas, como revendedoras de automóveis e redes de alimentação. O lucro do antigo comércio também cresceu

Por Diego Amorim

Um novo polo econômico se consolida ao longo dos cerca de 15km que separam o fim da Asa Norte da entrada de Sobradinho. Na última década, a subida do Colorado, como é conhecido o trecho, ganhou mais motéis, postos de combustíveis, concessionárias e minishoppings. A proliferação de condomínios na Saída Norte de Brasília despertou o mercado para uma área até então ociosa e desvalorizada. A tendência é que, daqui para a frente, a atividade comercial se fortaleça ainda mais na região.

Por enquanto, os prédios, alguns até com cinco andares, se concentram na altura do Setor Habitacional Taquari e do Condomínio RK. Três das maiores redes de fast food do país - McDonald's, Giraffas e Subway -perceberam o potencial do fluxo de pessoas em direção à BR-020 e abriram unidades no caminho de quem segue para os condomínios, Sobradinho ou Planaltina. O Flamingo, complexo que inclui posto de combustível, motel e lojas, virou ponto de referência para quem vive daquele lado do Distrito Federal.

Entre as revendedoras de carros, chegaram por lá as marcas Fiat, Ford, Volkswagen e, há duas semanas, a Toyota. Em breve, será a vez da Nissan, da Peugeot e da Renault também pretendem aumentar a concorrência. "A região se tornou um marco para o setor", diz Luiz Teixeira, o proprietário da Newland, a terceira concessionária da Toyota em Brasília, erguida em uma área de 13 mil metros quadrados, com investimento inicial de R$ 8 milhões e a criação de 90 empregos diretos.

Potencial
Quem aposta na subida do Colorado leva em conta um público de pelo menos meio milhão de pessoas que trafega diariamente por aquela região. Os pequenos comerciantes e os grandes empresários sabem do poder de compra de boa parte dos moradores dos condomínios em fase de regularização, a maioria deles servidores públicos. "Todo esse lado da cidade está em franco crescimento. E ainda temos em vista o Noroeste", acrescenta o gerente pós-vendas da Newland, Nilson Shibata.

Há dois anos, o Gran Cursos decidiu marcar presença na Saída Norte da capital federal. Atualmente, a unidade é uma das mais procuradas do grupo, com cerca de 900 alunos matriculados. Os cursos preparatórios para concursos atraem inclusive a população do município goiano de Formosa, a 70km do centro de Brasília. "Acertamos em cheio na escolha do lugar. A expansão econômica ali impressiona e, pelo jeito, é só o começo", comenta José Wilson Granjeiro, dono da empresa.

O borracheiro Edmundo Teles, 57 anos, também se espanta quando lembra-se da época em que começou a trabalhar no Posto Colorado, em 1987, e a compara aos dias de hoje. "Isso aqui era só eucalipto, não tinha nada. Quando o povo da classe média começou a vir para cá foi que mudou tudo", comenta. No início, ele tinha três funcionários. Agora, os seis ajudantes são insuficientes para atender a demanda. "A situação melhorou muito. O pessoal que mora nesses condomínios aumentou nossa clientela", conta.

Até o início dos anos 2000, o Colorado era a única construção às margens da pista rumo a Sobradinho. Com a expansão econômica na região, o motel atrás do posto, de mesmo nome, precisou aumentar o número de suítes, para não ficar atrás dos concorrentes de luxo. O comércio no lugar também cresceu. "Ninguém quer sair daqui, é um ponto excelente", afirma Francisco José de Oliveira, 64, dono de um boteco desde 1989. "Os clientes, antes, eram só os viajantes. Depois que surgiram os condomínios, não falta gente", completa.

Gutemberg Matias, 42, fechou a banca de revistas que tinha no Colorado, mas nem cogitou deixar a Saída Norte de Brasília. Ele mudou o ponto para o Flamingo, assim que o novo complexo foi inaugurado, seis anos atrás. Calcula que o faturamento dobrou desde então. "Quem passa por aqui não tem dó de gastar", conta Matias, que trabalha como jornaleiro há 15 anos. O maior movimento é no fim de tarde. Antes de chegar em casa, muita gente dá uma parada para abastecer o carro e consumir.

Clientela
Estima-se uma população de 43 mil pessoas nos condomínios da região do Grande Colorado. Em Sobradinho, são cerca de 175 mil habitantes. Em Planaltina, 230 mil. Somam-se ainda na Saída Norte de Brasília pelo menos 8 mil moradores em condomínios como o RK e o Morada dos Nobres, além de 2 mil pessoas vivendo no Setor Habitacional Taquari.

Novo bairro
O Noroeste começa a ganhar forma. Em meio ao cerrado, homens e máquinas abrem ruas, cavam buracos, instalam tubulações e fazem nascer mais um canteiro de obras no DF.
Há rotatórias prontas e algumas construtoras já instalaram
placas com os endereços dos terrenos. Com o fim do período chuvoso, a previsão é que o trabalho seja intensificado.

Cerco às lojas ainda irregulares
» A Administração de Sobradinho está atenta à ocupação dos terrenos na subida do Colorado. Um levantamento está em curso para identificar estabelecimentos que, porventura, estejam funcionando sem alvará.
"Caso seja encontrada alguma irregularidade, vamos notificar a empresa e cobrar a regularização", diz o administrador, Carlos Augusto Barros. "Também ficaremos de olho em relação à preservação ambiental da região. Construções não serão liberadas em qualquer terreno", completa. Para ele, a chegada de grandes empresas à região contribui para o desenvolvimento de Sobradinho e, por isso, a fiscalização é importante.

"Além de valorizar imóveis, essa expansão econômica que estamos vendo traz benefícios à população da cidade, que era um pouco esquecida", comenta. O comércio na altura do Setor Habitacional Taquari pertence ao Lago Norte, cuja administração também tem apertado o cerco para impedir empreendimentos irregulares.

Eu acho...
"Isso aqui até pouco tempo
atrás era uma área completamente desvalorizada, só tinha mato. A gente ficava isolado do mundo. Para comprar alguma coisa de emergência ou até mesmo
para almoçar, tínhamos que ir até Sobradinho. Hoje facilitou tudo, temos várias opções de comércio. Tudo o que a gente precisa tem aqui."

Pedro Paulo da Silva,
59 anos, servidor público, trabalha no posto do Departamento de Estradas de Rodagem do DF na Saída Norte desde a década de 1970

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