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FLAGRANTE: Obra de viaduto para por falta de licitação e muda rotina de moradores próximo a BR 020 em Sobradinho






















*Ferreira Santos

Viaduto que não leva a lugar algum, aterro e enxurradas mudam rotina na vida de pessoas que moram bem próximo da obra que está totalmente parada. O viaduto fica Localizado na área rural de Sobradinho, Rodovia 249, ao lado do Km 6, da BR. 020. O aterro feito nos arredores da obra faz com que a água seja desviada para dentro dos lotes. A construção do viaduto é de responsabilidade do Departamento de Estrada e Rodagem (DER/DF). Segundo moradores do local a obra teve inicio no governo de José Roberto Arruda e está abandonada há quase dois anos.

A reportagem do Jornal de Sobradinho foi até o local na última quinta-feira dia (24/02/11), por consequência chovia forte na cidade. Foi possível fazer imagens do local no momento em que a água da chuva invadia os lotes com um fluxo muito forte. Um volume grande de água da chuva descia aterro abaixo entrando na área onde residem quatro famílias, na sua maioria crianças. Tábuas são improvisadas e funcionam como barreira impedindo, que a água invada totalmente os barracos. Uma moradora retirava água com o rodo de dentro do barraco. À medida que a chuva caia o volume de água aumentava, causando medo e prejuízo aos moradores.

Roberio Alves (33), mora do lugar há 8 anos, com a esposa e três filhos, ele conta que a construção esta parada desde o fim do governo Arruda. O DER/DF - órgão do governo responsável pela obra nunca mais mandou ninguém ao local. Disse Roberio Alves que mora em um barraco bem próximo ao viaduto e o aterro.

Estamos vivendo sob constante perigo acerca de dois anos, sempre que chove é a mesma coisa, a água desce do aterro invadindo os lotes e nossas casas, ele conta que já perdeu sofá, estante e outros pertences por causa das enxurradas provocadas pelas as águas da chuva que desce pelo aterro. Meu vizinho perdeu o aparelho de televisão. Paredes de madeira improvisadas com tábuas servem para conter a entrada da água nas casas. Quero muito sair daqui com minha família, mas não tenho para onde ir, Lamenta.
No instante em que falava a reportagem Roberio Alves observava a água alagando o lote e entrando em sua casa. A sensação de impotência é grande, não temos aquém recorrer. O DER/DF, deu 15 dias para sairmos daqui, isso já tem mais de um ano. Lembra.

Tem crianças e idosos que atravessam por baixo do viaduto, usando a antiga ponte de madeira, uma noite quase que uma senhora caiu dentro do córrego com uma criança, o ônibus parou de passar por aqui. Produtores rurais da região próxima ao viaduto, também se sentem prejudicados, eles têm que fazer uma volta para chegar até Sobradinho pela BR 020. Não temos aquém apelar, antes do viaduto e da construção desse aterro, existia uma ponte velha que era usada por quem mora na região e não existia esse transtorno nem o medo de perder tudo. Finaliza Roberio Alves.

João Moreira (40) mora no local com a família há 12 anos, ele reclama que a água já invadiu seu lote por diversas vezes causando prejuízo com móveis, afirma que a água matou 50 galinhas que ele criava no lote. Diz que o sonho é sair do local, tem um cadastro no IDHAB, mas até agora não foi chamado.

A reportagem falou por telefone com um dos encarregados pela obra do viaduto, o senhor Miguel Farah, durante a conversa ele confirmou, que o DER/DF deu o prazo de 15 dias, para que as famílias saíssem do local, pois a área pertence ao governo, porém, a intimação que determina a saída das famílias do local tem mais de um ano que venceu o prazo dado. Perguntado por que a construção do viaduto estava parada, ele respondeu que é por falta de uma nova licitação e não deu nenhuma previsão de início das obras. Finalizou.

Procuramos Administração de Sobradinho, falamos com o senhor Carlos da ouvidoria. Não obtivemos resposta no mesmo dia sobre a situação de risco das famílias que vivem próximo ao viaduto. Porém, o senhor Carlos se propôs a pesquisar e nos dar uma resposta no dia seguinte. Na sexta-feira, (25/02), voltamos a ligar para a ouvidoria da Administração, e novamente falamos com o senhor Carlos. Ele informou à reportagem que não existia nenhum cadastro ou registro das famílias na Administração Regional de Sobradinho, porém, afirmou que o caso tinha sido comunicado a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Trabalho (SEDEST), e que a ouvidoria estaria aguardando uma resposta sobre qual providência será tomada em relação às quatro famílias que residem naquela área do viaduto.

*Por Ferreira Santos - reporteremacao@gmail.com( texto & fotos ) Especial para o Jornal de Sobradinho

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