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Estamos encaminhando sua ligação... (para Marte!)


*Joel Pires

Lanço mão desta crônica para alertar sobre um fato grave. Como seria bom dar nomes aos bois e encontrar o “rei do gado”. É assustador o que tenho passado e, se conto tudo, a novela das sete emendaria com a das nove. Agora ainda tem a das onze. Haja história para pouco conteúdo, em se tratando de folhetim. No meu caso, avaliem a situação os leitores e tirem suas conclusões.

O que vou relatar poderia – e pode – acontecer com qualquer cidadão. Pois bem, há quase um ano assinei inadvertidamente um pacote de serviços “combo” de uma conhecida Operadora, que integra um grupo de tubarões da comunicação no país. O famigerado conglomerado engole tudo num verdadeiro monopólio dos meios de comunicação. Se eu precisasse chamar um médico agora, morreria, porque uma família que detém o monopólio dos meios me impede do meu direito básico de comunicação, crucial e vital nos dias de hoje.

Tudo começou como deveria acontecer num contrato desse tipo, adquirindo o serviço e pagando por ele. Preferi o débito automático em conta, claro. Até aqui tudo bem. O que sucedeu depois foi um verdadeiro martírio, uma via crucis para tentar resolver o problema: o débito não acontecia, e o boleto era enviado para casa, contrariando o acordo. Como não me lembrava de pagar, pensando no recurso da autorização de débito, o serviço foi interrompido várias vezes. Perdi horas em ligações transferidas à exaustão. E ninguém resolvia nada.

É difícil ser breve diante de tantos absurdos. Melhor seria resumir os Sermões de Padre Vieira. Hoje, ninguém tem mais tempo de ir pra fila de banco pagar conta. A tecnologia deveria nos ajudar. Basta colocar no débito automático, simples. Contudo, nem a Operadora nem o Banco solucionaram a questão. Primeiro foi um jogo de empurra-empurra. Depois a operadora reconheceu seu erro, pois até o cadastro estava errado, e mesmo assim o Banco não debitava. Para compensar o prejuízo, a tal Operadora “combo” somou os juros e multas e concedeu “desconto”.

Foram inúmeras as desculpas, todas registradas em protocolos, sem contar as chamadas desligadas. Quando não conseguem resolver, desligam na nossa cara. Quantas vezes esperei mais de meia hora, até uma, em ligações transferidas. E não tinha tempo, nem a quem recorrer. Pior, sou obrigado, por fidelidade contratual a permanecer na Operadora X. E o Banco nessa história? Como toda instituição financeira, presta serviço e cobra, claro! Mas, mesmo tendo saldo suficiente, o referido Banco não autorizou o pagamento. Ora, meu Deus! Com base em quê!? Diante dos questionamentos, diziam que houve suspeita de fraude. E eu pago por isso!?

Após insistir nos esclarecimentos, a telefonista ENCAMINHAVA a questão. Para piorar, o Banco resolveu trocar o chip do cartão. O meu não chegou até hoje. As duas “bandeiras” que tenho não servem pra nada. A função crédito não funciona, e me deram várias desculpas para a falha. Quanta incompetência! Pediram uma semana para localizar o cartão. Como já faz mais de mês, devem estar sondando Marte!

Por Joel Pires, professor, psicopedagogo e colaborador do Jornal de Sobradinho

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