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VIDA: A HISTÓRIA NÃO SE PERDE


*Joel Pires

Beleza é uma característica atribuída a algo a partir de critérios subjetivos. A Arte provoca emoções estéticas variadas. O “Belo” não corresponde necessariamente ao que o senso comum elege como sendo bonito ou de bom gosto. Inúmeros foram os artistas e obras criticados pejorativamente no decorrer da História da Arte e das manifestações culturais humanas. Isso porque o “Estranhamento” é a desautomatização necessária segundo Bertolt Brecht. Há coisas “belas” e alienantes, sabemos. Outras, no entanto, suscitam indagações. A Arte deve instigar os sentidos, provocar sentimentos, muitas vezes, contraditórios; sua função não é agradar a todos, nem apenas enfeitar.

Nesse sentido, a escultura “Vida” provoca o questionamento necessário a respeito da consciência ambiental em tempos de escassa valorização de atributos verdadeiramente relevantes para o bem da humanidade. O longo caminho da evolução da vida na Terra completará em breve 4 bilhões de anos. Isso mesmo: a vida em nosso planeta já percorreu uma longa trajetória, e hoje está ameaçada. Por isso, uma obra que ressalta o cuidado que devemos ter em relação à proteção da natureza tem importância fundamental. Somente um cego seria incapaz de reconhecer isso. E essa cegueira não é física, mas intelectual, sobretudo por se tratar de patrimônio imaterial também a obra que desafiadoramente resistia às intempéries e à falta de manutenção.

O custo para reerguê-la é relativamente baixo diante do que a obra representa para a cidade de Sobradinho, conhecida como cidade-arte. Essa satélite abriga um povo acolhedor, e é reconhecida por ser um celeiro de artistas dos mais variados matizes. Para citar apenas um, Mestre Teodoro, cujo trabalho à frente do Centro de Tradições Populares será sempre admirado por todos nós. A Vida continua!

Por Joel Pires é professor, psicopedagogo e morador de Sobradinho/ foto Google Images

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