Brasília chora a morte de Oscar Niemeyer
O
renomado arquiteto morreu nesta quarta-feira (5). O governador do Distrito
Federal, Agnelo Queiroz, lamenta a perda e decreta luto oficial de 7 dias
O arquiteto Oscar Niemeyer, de 104 anos, morreu às 21h55, desta quarta-feira (5), no Rio de Janeiro, de insuficiência respiratória. Ele estava internado desde 2 de novembro, no Hospital Samaritano, na Zona Sul da capital fluminense, e completaria 105 anos em 15 de dezembro. Um dos profissionais brasileiros mais premiados e influentes do mundo, Niemeyer era dono de um estilo inconfundível, que marcou a arquitetura de diferentes países, do Brasil e, principalmente, de Brasília.
O
governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, lamentou a morte do arquiteto e
decretou luto oficial de sete dias. "Brasília chora por Niemeyer o mesmo
choro sentido e saudoso dos órfãos. Pois é assim, filha, que a cidade sempre se
sentiu em relação a Oscar. Nosso espírito urbano é tão forte e peculiar quanto
as curvas que domam o concreto e se vestem do céu azul do cerrado, moldando a
nossa paragem à imagem e semelhança do nosso grande e maior gênio
arquitetônico. Muito por mérito dele, nós, brasilienses, temos a graça de
habitar uma cidade-monumento patrimônio cultural da humanidade. Hoje é dia de
tristeza, mas é também o dia de bradarmos que devemos a este grande brasileiro
o legado de preservá-la absolutamente e de não pararmos de admirá-la sempre e
todo dia por sua beleza, seu encanto e sua originalidade. Todos nós que amamos
Brasília precisamos, neste momento, calar respeitosamente para nos despedirmos:
adeus, mestre Oscar", ressente-se o governador.
O
vice-governador, Tadeu Filippelli, também lastima a perda. "No decorrer de
tantos anos em Brasília, a convivência com Niemeyer sempre foi uma lição de
vida. Em todos os países que visitei, percebi que o nome do arquiteto sempre é
lembrado na lista de brasileiros ilustres", destaca Filippelli.
Encontros
com o mestre - Agnelo
Queiroz e o vice-governador do DF estiveram com o arquiteto duas vezes desde
que assumiram o cargo. A última delas, em agosto do ano passado. "Em
dezembro de 2010, já eleito, eu e Tadeu Filippelli fomos ouvir e provocar nosso
mestre sobre novos projetos", lembra o governador.
Na
oportunidade, além de ressaltar a obrigação de preservar a obra de Lucio Costa
e Oscar Niemeyer, o governador do Distrito Federal assumiu o compromisso de
concluir o último projeto que o arquiteto fez para Brasília: a Torre Digital,
Flor do Cerrado.
Em agosto
de 2011, novo encontro. O arquiteto recebeu o governador e o vice em sua casa e
escritório, em Copacabana, no mesmo dia em que lançava o livro As igrejas de
Oscar Niemeyer. "Fico muito feliz de ver o seu entusiasmo em dar
continuidade à grande obra de nossa capital federal", elogiou Oscar
Niemeyer, na ocasião, ao ser informado sobre o andamento da obra da Torre
Digital, inaugurada em abril deste ano.
Agradecido,
Niemeyer presenteou o governador com um exemplar de seu livro e o autografou:
"Ao Agnelo, que governa tão bem Brasília". O arquiteto também se
mostrou muito satisfeito com o empenho da atual gestão do GDF em preparar a
cidade, antecipadamente, para o Mundial. "É muito justo que Brasília tenha
esse desejo. Ela pertence a todos os brasileiros", ressaltou.
Fonte: Agência
Brasília/ Foto Roberto Barroso
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