Programas sociais do DF ajudam jovens carentes a chegarem à universidade
Estudantes
recebem auxílio financeiro e participam de cursos de profissionalização
Muito mais que
promover a garantia de direitos e o acesso a programas, o Serviço Social do
Distrito Federal tem colaborado para a descoberta de vocações. Esse é o
caso da estudante Linidelly Rocha Mendes, 20 anos, que iniciou um curso
universitário a partir do acompanhamento feito pelo Centro de Referência de
Assistência Social (Cras) da Candangolândia.
A família da
estudante, que é de baixa renda, sempre teve o apoio de programas sociais,
como, por exemplo,o "Bolsa Família". Além disso, ela participou do
"Jovem do Futuro", entre 2011 e 2012, o que, segundo ela, fez toda a
diferença em sua vida. Com essa iniciativa, ela conseguiu ter formação
suficiente para passar para o curso de serviço social da Universidade de
Brasília (UnB).
"Quando
fazia o 'Jovem do Futuro' recebia bolsa de R$ 200 por mês, e três vezes por
semana tínhamos atividades. Nisso, tive acompanhamento principalmente na parte
de redação e consegui passar na UnB", detalhou a universitária.
Primeira da
família a cursar o ensino superior, Linidelly, hoje no 5º semestre do curso –de
um total de nove-, lembra que, de início, não fazia ideia do que se tratava o
serviço social. A escolha por essa graduação, à época do ingresso na faculdade,
foi uma indicação da educadora social do Cras.
"O
serviço social é pouco conhecido e muitos falam que é caridade. É, na verdade,
a viabilização de direitos. A sociedade é pouco informada e muitas
vezes não sabe que existem muitos direitos garantidos e que são violados. Se
não fosse o Cras, provavelmente eu não estaria nesta vida. Agora, quero passar
em um concurso e trabalhar também em um Cras para ajudar os outros",
planeja a estudante.
OPORTUNIDADE E
REALIZAÇÃO – Membro de uma família de baixa renda da Fercal, o estudante
Ronaldy da Silva Melo é a prova de que é possível cursar uma graduação mesmo
com as condições financeiras não tão favoráveis.
Auxiliado
pelos profissionais do Centro de Convivência e Fortalecimento de Vínculos de
Sobradinho, o jovem, aos 17 anos, conseguiu entrar em uma universidade
particular do Distrito Federal.
"Sempre
estudei em escola pública e agora consegui entrar em uma universidade
particular. Estou fazendo engenharia civil, as aulas começaram no último mês e
estou achando o curso muito bom. É até mais do que eu esperava", avaliou o
universitário.
O sucesso
alcançado pelo estudante faz parte de um esforço que começou a ser feito, em
2011, quando ele passou a ser assistido pelo programa de capacitação
"Projovem", ocasião em que fazia oficinas e recebia bolsa mensal de
R$ 200.
Durante essa
profissionalização, conforme contou a chefe de Serviço do Centro, Josilene da
Fonseca, foi feita a orientação de Ronaldy para que ele buscasse mais
qualificação. Uma das alternativas encontradas foi o ensino superior.
"É
muito importante que as pessoas façam curso superior e busquem sempre uma
qualificação, e por isso o incentivamos. Para nós, ver um exemplo como esse, é
muito gratificante. É o resultado do nosso serviço que está aparecendo e isso é
como se fosse uma promoção. Casos como esses mostram a eficácia do serviço
social do GDF", destacou a servidora.
A partir do
momento em que decidiu fazer faculdade Ronaldy prestou vestibular, mas ficou em
dúvida entre educação física e engenharia civil. O que o fez decidir pelo
segundo curso foi a paixão pela matemática e outras ciências exatas.
Aprovado,
ele voltou ao Centro e utilizou a estrutura de informática para fazer a
inscrição no "Fundo de Financiamento Estudantil" (Fies), programa do
governo federal que financia, a juros baixos, as mensalidades de cursos
superiores. Nesse caso, o pagamento do crédito é feito somente após a conclusão
da graduação.
"Cheguei
a fazer o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) no último ano e não consegui
nota suficiente para uma bolsa. Então, busquei o Fies. Se não fosse essa ajuda,
hoje eu não estaria na faculdade. É impossível pagar uma mensalidade de mais de
mil reais. Estou muito feliz", acrescentou o estudante.
A felicidade
sentida por Ronaldy é a mesma compartilhada pela mãe, Maria Cordeiro da
Conceição Medeiros, 42 anos, que diante do exemplo do filho, único a cursar o
ensino superior na família, voltou a estudar e está cursando o 3º ano do ensino
médio em uma escola pública da Fercal.
"Me
sinto muito feliz e tê-lo na faculdade era tudo o que eu queria. Vim para
Brasília há 25 anos, sempre trabalhei em casa de família e isso (a entrada na universidade) para nós é uma realização.
Depois de formado, com fé em Deus, as condições da nossa família vão
mudar", concluiu a dona de casa que também é mãe de um rapaz de 22 anos.
Fonte Fábio Magalhães, da Agência Brasília/ Fotos
Mariana Raphael
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