Creches garantem a pais e mães chance de cuidar da carreira profissional
Aline Regina Santos, 31. |
Luana Aguiar, de 32 anos |
Novas
unidades de ensino infantil possibilitam, principalmente a mulheres sem
emprego, buscar uma recolocação no mercado de trabalho
(*) Ádamo Araujo
Há quatro
anos sem trabalhar cuidando exclusivamente da casa e dos filhos, Luana Aguiar,
de 32 anos, já planeja distribuir currículos para voltar ao mercado de
trabalho. Após a inauguração do Centro de Educação da Primeira Infância (Cepi)
da Quadra 2 de Sobradinho, nesta terça-feira (14), o único da cidade, a dona de
casa passa a ter onde deixar as duas crianças, de 1 e de 3 anos, para
contribuir com o orçamento da família.
“Eu
precisava trabalhar, mas não havia ninguém que pudesse ficar com meus filhos. Além
de eu não ter condições de pagar por uma creche particular. Agora é atualizar o
currículo e sair batendo de porta em porta”, comemora a ex-diarista. Só este
mês, foram inauguradas três creches em Brasília, com previsão de entrega de
outras oito até a próxima semana.
Para quem já
está no mercado de trabalho, a vantagem é ir para o serviço sabendo que o filho
está sendo bem cuidado. “Tenho uma menina de 7 meses. Minha filha foi muito bem
acolhida aqui, o ambiente é saudável e os profissionais qualificados. Saio de
manhã bem cedo e quando volto no final da tarde, percebo a felicidade dela”,
conta a cobradora de ônibus Aline Regina Santos, 31.
No mês
passado, durante a semana de comemorações do Dia Internacional da Mulher, a
Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) divulgou uma pesquisa
sobre a situação das mulheres no mercado de trabalho. O estudo, chamado
Mulheres no Distrito Federal e nos Municípios Metropolitanos: Perfis da
Desigualdade, registrou, entre outras coisas, que a participação feminina no
mercado de trabalho varia de acordo com determinantes, como filhos e casamento.
A análise
revelou que mulheres com filhos menores de 3 anos têm menos 36,15% de chance de
ingressar no mercado em comparação àquelas sem filhos. “Ter onde deixá-los cria
a possibilidade da inserção da mulher no trabalho. Além disso, contribui para a
emancipação feminina”, destaca a gerente de Estudos e Análises Transversais da
Codeplan, Jamila Zgiet Rodrigues Santos.
Para Jamila,
oferecer escolas e creches públicas como os Cepis reforça a compreensão do
Estado de que é corresponsável pelo cuidado da criança. “É preciso criar
mecanismos para que as mulheres não tenham a maternidade como impeditivo de ter
as mesmas oportunidades das demais”, avalia a gerente.
(*) Fonte: Ádamo
Araujo /Foto: Pedro Ventura - Agência Brasília
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