EM SOBRADINHO, HOMEM CRIA 176 POMBOS-CORREIO
Animais participam de campeonatos
de velocidade
Criador de Sobradinho tem 176 avesRenan Xavier / R7 |
Conhecidos no passado por levar
mensagens, hoje os pombos-correio são vistos como uma diversão por seus
criadores. No Brasil, os pássaros não são mais usados como meio de comunicação,
mas continuam no imaginário de seus criadores.
Columbofilia é o nome dado Ã
prática de criar pombos-correio para competições esportivas. Os animais, que na
maioria dos casos vêm de linhagens familiares históricas, recebem tratamento
especÃfico para os campeonatos. Treinos de voo e alimentação regrada estão na
rotina deles.
Fernando Monken, morador do
Grande Colorado, em Sobradinho (DF), é um apaixonado pelos bichos. O
veterinário é criador profissional de pombos. Ele conta como surgiu o interesse
pela prática.
— Eu crio desde criança. Eu
visitei um pombal de um criador com meu pai, que me presenteou com um casal de
pombos-correio.
Desde 2007, quando construiu seu
pombal em casa, ele cria animais de origem nacional e estrangeira. Hoje ele tem
em seu pombal 176 pombos. Monken também participa de competições de corrida com
os pássaros. Para ele, os bichos também são atletas.
Nos campeonatos de
pombos-correio, os animais são levados a uma determinada cidade de onde são
soltos. Os percursos variam de acordo com o local de moradia de cada pombo
competidor. O que determina o vencedor é a velocidade média que ele alcança.
Por exemplo, dois pombos são
soltos em BrasÃlia. Um mora em Belo Horizonte (MG) e o outro em Goiânia (GO).
Mesmo com percurso mais longo, o mineiro pode ganhar caso o desempenho da
velocidade seja melhor que o goiano, que tudo indica, deve chegar primeiro Ã
cidade de destino.
Segundo Monken, os animais em
questão sofrem um forte preconceito por conta de um senso comum em relação à s
espécies encontradas nas ruas. Ele explica que as doenças transmitidas pelos
pombos são comuns a outros animais.
— Os pombos não transmitem
doenças como se é veiculado. Muita gente não tem conhecimento do que realmente
pode transmitir. Você pode pegar toxoplasmose num curral, por exemplo. Não
existe doença exclusiva de pombo.
Ele afirma que os pombos-correio,
no caso, são animais limpos, pois o cuidado dos donos não é limitado. Eles
recebem alimentação reforçada para os campeonatos. Monken tem animais avaliados
entre R$ 5 mil e R$ 20 mil.
Animais são identificados por anilhasRenan Xavier / R7 |
— O pombo-correio tem
absolutamente nada a ver com os pombos de rua. Tem alimentação bem trabalhada
com ervilha, aveia, linhaça, feijão fradinho, amendoim e cerca de outros 30
grãos.
Ele também lembra a dificuldade
de alimentar os animais e pensa que o preconceito seja um ponto que impõe uma
limitação para os criadores.
— No Brasil não tem uma ração
especÃfica para pombos. Hoje você vê pombos comendo resto de comida pela rua,
mas isso não é natural dele. É uma ave que como grãos.
A columbofilia é considerado um
esporte em muitos paÃses, principalmente os europeus. Portugal, por exemplo, é
um forte polo para a prática, que por diversas vezes, foi sede de campeonatos
mundiais.
Monken, que mora em um condomÃnio
do Grande Colorado fala sobre a recepção da vizinhança sobre a prática.
— Já tive alguns problemas e que
explicar muito para eles. Infelizmente as pessoas tem essa visão ruim de que o
pombo só traz doença.
Em outubro deste ano, na cidade
de Feira de Santana (BA), ocorre a etapa final do campeonato nacional da
modalidade.
Fonte R7/DF
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