ARTIGO por Henrique Matthiesen
O EXEMPLO E O
MAIOR ATO DA EXISTÊNCIA HUMANA
Discutido
há séculos, o entendimento da existência humana não tem conclusão e conformidade
sobre sua concepção originária; são inúmeras teorias. Uns acreditam no
criacionismo, que tem sua tese baseada na religião; outros buscam na ciência,
que se ampara na evolução da espécie, para fundamentar sua tese.
Todavia,
uma questão é unânime. O poder que o exemplo tem para influenciar a existência,
sua derivação é do verbo latino eximere
que, quer dizer tirar, que tem em seus sinônimos extrair, arrebatar, puxar.
Correlata com o princípio da autoridade exerce não na imposição, mas na conquista.
O
exemplo desempenha o singular papel do poder que permite a evolução humana e o
desenvolvimento civilizatório.
Essencial
para sua concretude se funda na verdade e em seus mais diversos aspectos, e o
exemplo hipócrita, mentiroso, impostor perde sua serventia. Afinal, a verdade
em suas concepções gregas, latinas ou hebraicas, em suas significações, não
permite o embuste.
Na
cultura grega a verdade, aletheia, se
estabelece no significado naquilo que não está oculto, o não camuflado, que se
manifesta aos olhos e ao espírito, tal como é.
Já
no latim, a verdade, varitas, é aquilo que pode ser confirmado com
perfeição, referindo-se à austeridade da literalidade. Está constituída da
veracidade, dos detalhes, da exatidão.
No
hebraico, a verdade, emunah,
constitui fé, e a expectativa de que aquilo que é, será desvendado, irá aparecer
por uma intervenção divina.
O
frade dominicano, Tomás de Aquino, cuja contribuição à filosofia e à teologia é
fecunda, ponderou: “a verdade como
expressão da realidade, a concepção em voga entre nós no senso comum até hoje.”
Como
maior ato da existência humana, o exemplo é fundamental para sua evolução, seja
no mundo familiar, corporativo ou nas relações que fazemos ao longo da vida,
enfim, em todos nossos atos. Afinal, as palavras podem convencer, mas os
exemplos arrastam, transformam, comovem, transbordam.
Hipocrisia
intrínseca os que apenas elucubram o exemplo em rasas palavras, os que não
vivem o que pregam, os que coexistem no mantra do “faça o que eu digo, mas não faça
o que eu faço” .
São
esses, miseráveis em suas existências, afinal são péssimos exemplos da
regressão evolutiva.
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