ENTREVISTA COM O DEPUTADO RICARDO VALE – JORNAL SOBRADINHO
JS – Sua base é Sobradinho?
RV - Sobradinho é a cidade que nasci e moro
até hoje. Claro que é minha principal base eleitoral, mas o meu trabalho é
feito para todo o Distrito Federal. Todas as cidades merecem minha atenção,
minha dedicação e trabalho. É isso que tento fazer todos os dias como deputado
distrital, na Câmara Legislativa e nas ruas.
JS – O senhor é governo ou oposição?
RV - Olha, o meu partido deliberou que é
oposição a essa gestão. Eu não tomo posições individuas, pois acredito que as
decisões democráticas precisam ser respeitadas. Mas eu não faço oposição de
maneira irresponsável, por exemplo: Se o governo apresenta um projeto ou ação
para ajudar uma cidade ou uma região, estou junto prontamente. Se é uma ação ou
projeto ruim, para retirar direitos, para piorar a situação do nosso povo,
estou fora. Não faço oposição para inviabilizar este ou aquele governo, pois
estaria prejudicando a cidade. Faço minhas críticas, mas mantenho o diálogo
aberto. Vivemos um momento muito difícil e precisamos colocar os interesses da
população à frente dos interesses pessoais, partidários ou ideológicos.
JS – Alguns líderes comunitários e políticos
dizem que o senhor não reside mais em Sobradinho, isso é verdade? O que o sr.
Pode dizer à comunidade?
RV - Não são líderes e nem pessoas que
querem o bem de Sobradinho. São pessoas mentirosas, que não merecem ser
chamadas de lideranças. Sempre morei em Sobradinho, ainda moro e tenho muito
carinho por essa cidade. Não entendo o real motivo dessa mentira sobre esse
assunto. O mais importante em um político é o seu caráter, seu modo de agir,
sua dedicação e sua ética. Onde ele mora, para mim, é secundário. O eleitor
precisa tomar cuidado com isso. Votar em mim só porque moro em Sobradinho é
muito pouco. De que adianta morar nessa cidade e não fazer nada por ela? Eu moro
aqui e trabalho por essa comunidade e pelo DF inteiro.
JS – Qual será o seu projeto para a Região
Norte do DF?
RV - O nosso projeto para a Região Norte
está sendo construído diariamente, por meio de nossas ações na Câmara
Legislativa, emendas parlamentares, dedicação e acompanhamento das ações do
Governo do Distrito Federal. Continuo conversando com os moradores da região e
apresentando propostas. Estamos sempre abertos para sugestões, críticas e
apontamentos. Transporte, esporte, segurança pública e geração de emprego são
minhas áreas prioritárias de atuação.
JS – O PT vai lançar candidato do Governo do
Distrito Federal?
RV- O PT ainda não decidiu se terá
candidato ao Buriti. Por enquanto, o partido está conversando com outras
lideranças e legendas partidárias. Particularmente, acho que deveria lançar.
JS- O GDF sancionou no último dia 04 deste
mês a lei de sua autoria que institui o Programa Distrital de Bibliotecas
Comunitárias. O que isso quer dizer na prática?
RV - Além de incentivar a leitura, a lei
garante implantação de bibliotecas comunitárias em todo o Distrito Federal e
visa a facilitar o acesso da população a livros didáticos, de pesquisa e
literários. É importante destacar que o Programa Distrital de Bibliotecas
Comunitárias deve iniciar pelas cidades mais carentes e que não tenham
bibliotecas. Esses espaços de leitura poderão contar com voluntários e receber
livros, revistas e materiais para sua implantação e desenvolvimento por meio de
doações. Precisamos cobrar do Executivo que o programa seja implementado o mais
rápido possível.
JS – O que está certo ou errado na Lei
Distrital 4.092, de 30/01/2008, que regulamentou o controle da poluição sonora
e os limites máximos de intensidade da emissão de sons e ruídos, resultantes de
atividades urbanas e rurais do Distrito Federal? Qual a sua visão sobre a Lei
do Silêncio em vigência?
RV- A atual Lei do Silêncio está acabando
com a cultura do Distrito Federal. É uma lei atrasada, que não serve para os
padrões de vida da população do Distrito Federal. Brasília é uma cidade que
precisa de vida, de cultura, de uma economia forte. Essa lei impede que tudo
isso aconteça. Ela acaba com as atividades culturais em bares e restaurantes,
desemprega trabalhadores desses comércios e desaquece a economia local. Mais de
2000 estabelecimentos foram fechados de 2015 até aqui. Você acha mesmo que
algum estabelecimento (inclusive as igrejas) consegue seguir esse parâmetro de
emissão nos sons e ruídos que a lei atual determina (hoje é de 65 decibéis de
dia e 55 decibéis a noite? Não. Ninguém
consegue, porque algumas pessoas conversando já ultrapassa essa medida. Por
isso, eu sugeri, por meio do Projeto de Lei 445/2015, a Alteração da Lei do
Silêncio, para que a cidade viva em harmonia, o comércio e o setor de serviços voltem
a crescer economicamente, os músicos tenham um lugar para trabalhar e a
população volte a ter orgulho de dizer que Brasília é um dos grandes celeiros
culturais do Brasil. Isso tudo pode ser feito sem tirar o direito ao descanso
de ninguém.
Por Júnior Nobre & Débora Cruz - Exclusivo para o Jornal de Sobradinho
Edição nº 329 , ref. A Segunda Quinzena de Agosto de 2017
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