Combate ao Feminicídio
OAB/DF luta pela paz no lar
Programa visa construir
ações perenes no combate a violência doméstica
A fim de
articular uma maneira de agir de forma eficaz para combater o feminicídio, a
violência doméstica e intrafamiliar, a Comissão Especial de Combate a Violência
Familiar lançou o programa Paz no Lar, no último dia (23). O
principal intuito é realizar debates profícuos destinados a advocacia, a
sociedade civil, aos ativistas e ao governo, para que juntos construam ações
perenes no combate a violência doméstica.
Ao fazer a
abertura do evento, a vice-presidente da OAB/DF, Daniela Teixeira, ressaltou a
necessidade de debater o tema e observar que a mulher é protagonista de sua
história. “Nós não aceitamos mais o tratamento de minoria. Nós somos maioria no
mundo, no Brasil e na OAB. Desejo que todos reconheçam isso. Aproveitem muito
esta palestra e saiam daqui melhor do que entraram”.
Lúcia Bessa,
presidente da Comissão Especial de Combate a Violência Familiar, agradeceu a
presença de todos e salientou a importância do debate deste tema árduo. “Essa
realidade da violência intrafamiliar é a mais próxima das nossas vidas porque
ela está dentro das nossas casas. A OAB/DF não poderia se furtar da
oportunidade de lutar pelo respeito. Queremos um mundo onde nós possamos
levantar as nossas cabeças e sair desse ciclo de violência que nos cerca”,
pontuou.
A ministra
Fátima Pelaes, secretária especial de Políticas para as Mulheres, suscitou a
importância da Lei Maria da Penha, que criou mecanismos para coibir e prevenir
a violência doméstica e familiar contra a mulher. “A lei Maria da Penha possui
uma característica inovadora, ela é ao mesmo tempo legislação e política
pública. Estabelece medidas de prevenção a violência doméstica e familiar
contra as mulheres, designando responsabilidades a diferentes poderes de
maneira integrada, além de apresentar a violência psicológica, moral,
patrimonial, sexual e física”.
A ministra
falou também sobre os eixos que norteiam e se complementam no combate a
violência familiar, são eles o eixo de prevenção — campanhas voltadas para a
prevenção e orientação; de garantia de direitos — promulgação de leis para o
atendimento às mulheres em situação de violência; de combate — aprimoramento do
encaminhamento de denúncias, fortalecimento da Lei Maria da Penha,
implementação da Lei das Diretrizes do Feminicídio, que prevê o feminicídio e
coloca o assassinato de mulheres com motivações de gênero no rol de crimes
hediondo; e de assistência — humanização e organização do atendimento às
mulheres em situação de violência.
Para que
exista a construção coletiva de proposições, o evento contou com a presença da
delegada chefe da Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação
Racial, Religiosa ou por Orientação Sexual ou Contra a Pessoa Idosa ou com
Deficiência (DECRIM), Gláucia Cristina da Silva. “A delegacia foi criada no ano
passado e trabalhamos para auxiliar a todos que precisarem. Não tenham medo de
denunciar. Nós estamos à disposição”. Gláucia ressaltou também a importância da
mulher se sentir livre para fazer suas escolhas e dedicar um tempo ao que gosta
de fazer.
Cristina
Tubino, conselheira e presidente da Comissão da Mulher Advogada, observou que
uma das dificuldades de combater a violência doméstica é que ela não tem raça,
cor e nem classe social. “A mulher vítima da violência doméstica já é vitoriosa
por sair do ciclo. Apenas o fato de ela procurar a polícia ou uma advogada já
demanda muita coragem. Muitas vezes o advogado é a única voz que a vítima tem,
por isso é tão importante estar consciente disso”, afirmou.
O evento
contou também com a apresentação do grupo Minas de Estilo, que cantaram RAP
sobre a violência contra a mulher e trouxeram lições de empoderamento para a
palestra. Ao final foi aberto um espaço para perguntas e manifestações. É
preciso fortalecer as políticas públicas para a mulher
Também
compuseram a mesa do evento a vice-presidente da Comissão, Alexandra Moreschi;
a advogada Patricia Zapponi; a presidente da Associação do Polo de Sobradinho
(PRIS), Maria Soares; a coordenadora do Grupo Mulheres em Segurança, Beth
Moreno; a diretora social da Associação das Mulheres de Sobradinho 2, Geralda
Florisbela Soares; a juíza Luciana Rocha; a coordenadora de Brasília do Fórum
de Mulheres do Mercado Comum do Sul (Mercosul), Mara Dallnegro; a assessora da
deputada Celina Leão na Câmara Legislativa do DF, Catiúcia Ferro e o advogado e
representante da Procuradoria da Mulher do Senado Federal, Miguel Silva.
Fonte : OAB/DF –
Comunicação Social - Jornalismo
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