REGIÃO NORTE DO DF / SOBRADINHO / ANIMAL SILVESTRE
Moradores filmam
tamanduá-bandeira passeando
em Sobradinho
Nas imagens, o tamanduá parece estar procurando
algo no mato e, depois, desaparece no meio da vegetação
Foto:
Mariana Aerre e Rafael Nunes/Arquivo pessoal
Moradores registraram uma visita inusitada na saída
de um condomínio no Grande Colorado, em Sobradinho (DF). Mariana Aerre e Rafael
Nunes filmaram o momento em que um tamanduá-bandeira passava às margens da
pista, no sentido Lago Oeste.
O tamanho do animal chamou a atenção do casal. Nas
imagens, ele parece estar procurando algo no mato e, em seguida, desaperece em
meio à vegetação. Mariana e Rafael voltavam para casa, por volta das 20h da
última sexta-feira (1º/6), quando viram o tamanduá e decidiram filmá-lo.
“Sempre vemos capivaras e animais maiores, como o
lobo-guará, mas grande assim como esse tamanduá, foi a primeira vez”, conta
Mariana.
O tamanduá é um mamífero nativo da América e vive
em áreas abertas e florestas tropicais. É possível encontrá-lo em todos os
biomas brasileiros: Caatinga, Amazônia, Mata Atlântica, Pantanal, Pampa, e o
Cerrado, bioma predominante no Centro-Oeste.
Eles se alimentam de formigas e cupins. Usam as
garras para abrir os cupinzeiros e os formigueiros. A língua, com diâmetro
entre 1cm e 1,5cm e até 60cm de comprimento, é usada para capturar os
alimentos. Os tamanduás são os únicos mamíferos terrestres que não têm dentes
e, atualmente, estão na lista de risco de extinção.
O que fazer ao encontrar um animal selvagem
O biológo Ricardo Bomfim Machado, professor do
Departamento de Zoologia da Universidade de Brasília (UnB), explica que o
tamanduá é uma espécie inofensiva, desde que não seja provocada. Caso isso
aconteça, ele pode se defender usando as garras, que são muito desenvolvidas e
fortes, o que pode causar graves ferimentos a quem tentar enfrentá-lo.
Ao ver um animal selvagem, não há regra sobre o que
fazer. “Não há muita coisa a fazer numa situação dessas, a não ser observar o
belo tamanduá e deixá-lo seguir seu caminho. Não somente o tamanduá, mas outras
espécies selvagens podem realizar deslocamentos entre as áreas nativas”,
detalha o especialista. “Na maioria das vezes, eles evitam a aproximação com os
humanos. Acho que somos muito barulhentos e imprevisíveis para eles. Como
estamos ocupando cada vez mais os espaços deles, os contatos acabam sendo
inevitáveis”, conclui.
Se o animal estiver acuado ou se, eventualmente,
entrou em um quintal ou casa e não conseguiu sair sozinho, a Polícia Ambiental
deve ser acionada por meio do número 99351-5736. Os militares fazem a captura e
soltura do animal em um local adequado.
O que não se deve fazer é tentar se aproximar demais
do animal para tirar fotos, tentar tocar nele e muito menos maltratá-lo. Se
houver cachorro por perto, ele deve ser colocado em outro ambiente para que não
entre em confronto com os animais selvagens.
É muito comum, em áreas próximas às reservas
ambientais ou parques, encontrar algum animal selvagem atravessando a pista.
Por isso, é importante dirigir com a velocidade reduzida e com o farol sempre
aceso, para evitar possíveis acidentes. “Às vezes, temos que ter o cuidado de
não deixar que o animal se machuque ou tenha a chance de ser atropelado”,
orienta o biólogo Ricardo Bomfim.
Resgates
Para pedir ajuda no resgate do animal, é preciso
acionar a Polícia Ambiental pelo número 99351-5736 ou pelo 190
Fonte: Correio
Braziliense
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