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ECONOMIA NO DISTRITO FEDERAL


Entidades do setor produtivo esperam diálogo com o novo governador do DF
Entre as principais demandas de empresários está a redução de impostos

"Queremos que o novo governador enxugue os gastos com o serviço público, responsável por sugar grande fatia das receitas geradas", Fernando Brites, presidente da ACDF
(foto: Carlos Moura/CB/D.A Press)

Ao sentar na cadeira de governador do Distrito Federal a partir de janeiro do próximo ano, Ibaneis Rocha (MDB) terá como uma das missões aquecer o setor produtivo da capital federal. Entidades que representam a categoria reagiram positivamente à eleição do emedebista, mas relembraram que o futuro governador fez diversas promessas durante a campanha e que eles atuarão como fiscalizadores para garantir que Ibaneis as cumpra.


No plano de governo, Ibaneis destaca a necessidade de políticas de incentivos fiscais, creditícios e econômicos, redução da burocracia, entre outros, para colocar o DF “na estrada do desenvolvimento econômico e sustentável” (leia quadro). Um dos principais pontos em que o futuro chefe do Executivo local pretende investir é na facilitação da abertura de empresas. O objetivo é que o processo dure até 48 horas.


O presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio/DF), Adelmir Santana, vê com bons olhos o investimento no microempreendedor, ele acredita que é necessário facilitar não só a abertura de mais empresas, mas também o acesso a crédito. Adelmir completa afirmando que Ibaneis deve fazer uma boa gestão. “Temos as melhores expectativas possíveis, mas pedimos que o governo se distancie de hábitos da velha política. Queremos que seja um governo moderno, sem vícios de políticos anteriores”, aponta.



"É necessário também uma Secretaria de Turismo atuante, com dinheiro suficiente para trazer eventos para cidade, o que aquecerá diversos setores", Jael Silva, presidente do Sindhobar
(foto: Ana Rayssa/Esp. CB/D.A Press)

Devido ao número de promessas feitas por todos os candidatos durante a corrida pelo Palácio do Buriti, o presidente do Sindicato do Comércio Varejista (Sindivarejista), Edson de Castro, acredita que o futuro governador deve ter controle dos gastos para não comprometer o funcionalismo da cidade. “Sempre temos de ficar atentos para que haja dinheiro para pagamentos dos funcionários do setor, a cidade não pode parar. Ibaneis tem de colocar em prática tudo o que promete. Precisamos que haja diminuição dos impostos, muitas lojas fecham por causa disso e o desemprego aumenta”, analisa.


No último mês, a Câmara de Dirigentes Lojistas do Distrito Federal (CDL-DF) se reuniu com os seis candidatos mais bem posicionados nas pesquisas de intenção de voto e entregou uma carta com propostas para o setor. Ibaneis foi um dos que recebeu o material e se comprometeu a cumpri-las. “São propostas simples, que podem ser realizadas sem prejuízos para outras categorias. Uma delas é a retirada da Difal da alíquota, e também o começo de um projeto-piloto de revitalização da W3 Sul”, explicou o presidente da CDL-DF, José Magalhães.


A entidade escolheu não apoiar nenhum candidato nesse pleito, mas o presidente conta que a relação com Ibaneis se mostrou frutífera. “Ele entendeu nossas reivindicações, assumiu compromisso de realizá-los, e sinalizou que nossos pedidos são praticáveis.”



"Ele entendeu nossas reivindicações, assumiu compromisso de realizá-los, e sinalizou que nossos pedidos são praticáveis", José Magalhães, presidente da CDL-DF
(foto: Ed Alves/CB/D.A Press)

Já a Associação Comercial do Distrito Federal (ACDF), que apoiou a candidatura de Rollemberg nas eleições de 2014, assumiu oposição ao socialista neste pleito. “Temos uma profunda mágoa com ele. Rollemberg montou um secretariado ideológico, que não tinha experiência no campo operacional”, comenta Fernando Brites, presidente da entidade.


Para o empresário, a chave para o sucesso de Ibaneis Rocha é uma atenção especial para o setor produtivo. “A produção local é o que paga as contas do Distrito Federal. Queremos que o novo governador enxugue os gastos com o serviço público, responsável por sugar grande fatia das receitas geradas”, critica o representante da ACDF.



"Ibaneis tem de colocar em prática tudo o que promete. Precisamos que haja diminuição dos impostos, muitas lojas fecham por causa disso e o desemprego aumenta", Edson de Castro, presidente do Sindvarejista
(foto: Luis Nova/Esp. CB/D.A Press)

Investimentos

Para a Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra), Ibaneis terá como desafio impulsionar novos setores da economia além do de serviços, que é o principal componente do Produto Interno Bruto (PIB) no DF. “Desejamos uma gestão desenvolvimentista e competente, com foco especial em novas áreas econômicas, como a tecnologia”, explica o Jamal Bittar, presidente da entidade.


O Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Brasília (Sindhobar) pede que o novo governador tenha cuidado com as contas públicas, devido ao grande número de promessas feitas durante a campanha. “Nos preocupamos com o grande número de promessas que o Ibaneis fez. Ele diz que já vai dar aumento para diversas categorias no primeiro dia de mandato, o que pode ter impacto nos fundos públicos”, alerta Jael Silva, presidente da entidade.



"Pedimos que o governo se distancie de hábitos da velha política. Queremos que seja um governo moderno, sem vícios de políticos anteriores", Adelmir Santana, presidente da Fecomércio
(foto: Breno Fortes/CB/D.A Press)

O Sindhobar e mais 25 entidades voltadas à área do turismo enviaram para Ibaneis, na última semana, um documento com pedidos em relação ao setor. “Levantamos a importância da retirada da Difal da alíquota, pois o trânsito diferente dos impostos do DF está aumento os custos e reduzindo os lucros, isso está sendo muito negativo”, afirma Jael.


O representante da entidade explica também que o futuro governador deve levar em conta a importância de movimentar o cenário cultural e de eventos na capital federal. “Temos espaços urbanos, como o Teatro Nacional, há anos sem nenhum tipo de atividade. Precisamos colocá-los em funcionamento. É necessário também uma Secretaria de Turismo atuante, com dinheiro suficiente para trazer eventos para cidade, o que aquecerá diversos setores”, explica.



"Desejamos uma gestão desenvolvimentista e competente, com foco especial em novas áreas econômicas, como a tecnologia", Jamal Bittar, presidente da Fibra
(foto: Carlos Vieira/CB/D.A Press)


Para saber mais
Conheça quatro compromissos de Ibaneis Rocha para o setor produtivo:

Projeto Nossa Capital: restaurar o setor produtivo, de comércio e serviços, com base nos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) definidos pela Organização das Nações Unidas (ONU);

Programa Empreende Fácil: reduz o tempo de abertura de empresas para 48 horas, facilitando o investimento, a atividade privada e a criação de novos postos de trabalho. O programa ainda disponibilizará capacitação para os empreendedores e inovação tecnológica mediante parceria com institutos de pesquisa, universidades e representantes do setor de tecnologia;

Reduzir a Carga Tributária (impostos e taxas), desonerando a atividade produtiva, comércio e serviços para aumentar a competitividade de empresas estabelecidas no Distrito Federal, mediante compensação social dos benefícios auferidos;

Criar a Junta Comercial do Distrito Federal (JCDF). Vinculada ao GDF, será uma ação prioritária, para integrar todas as ações relativas ao registro do comércio e abertura de empresas, reduzindo prazos e melhorando a qualidade do atendimento ao cidadão.

Tags : # setor produtivo  #promessas  #ibaneis  #governador

Fonte: PG Pedro Grigori - Especial para o Correio VG Victor Gammaro - Especial para o Correio

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