LUOS / CLDF
Conheça o projeto da Luos,
a lei que atualiza usos e parâmetros de ocupação do solo no DF
Fórum debateu a LUOS na Câmara Legislativa
No Distrito
Federal, há lotes que podem ser usados apenas para residência e outros que
permitem abrigar também algum tipo de atividade econômica. Além disso,
dependendo da localização, as normas para as edificações – a exemplo da altura
máxima permitida ou a previsão de construção de marquise – variam. Tudo isso é
assunto do projeto da Lei de Uso e Ocupação do Solo (Luos), em discussão ao
longo desta segunda-feira (26), no auditório da Câmara Legislativa, em fórum
organizado pela Comissão de Assuntos Fundiários (CAF).
Desde que
foi enviado pelo governo do Distrito Federal no final do ano passado, o texto
passou por extensa análise técnica, recebeu diversos questionamentos e foi tema
de 20 reuniões envolvendo técnicos da Casa, assessores parlamentares e
representantes da Secretaria de Gestão do Território e Habitação (Segeth). O
resultado dessa articulação foi a apresentação de uma emenda substitutiva
(Emenda nº 41) ao texto original do Buriti (PLC nº 132/2017), à qual ainda
devem ser propostas algumas alterações.
A Lei do Uso
e Ocupação do Solo (Luos) está prevista na Carta Magna do DF, a Lei Orgânica, e
ela alcança todos os parcelamentos urbanos registrados em cartório e os núcleos
urbanos implementados e consolidados pelo Poder Público, à exceção da área do
perímetro tombado – a qual deve ser disciplinada por outro instrumento: o Plano
de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília (PPCUB). A Luos não abrange,
ainda, áreas rurais e/ou de proteção ambiental integral.
É esse
instrumento que vai guiar o desenvolvimento e o ordenamento das regiões
administrativas do DF nos próximos anos. Como aponta a subsecretária de Gestão
Urbana da Segeth, Cláudia Varizo, a Luos trata de 360 mil lotes, os quais hoje
são regidos por 420 normas urbanísticas, muitas das quais desatualizadas.
Texto – O projeto prevê os seguintes usos
para os lotes: comercial, serviços, institucional, industrial e residencial,
estabelecendo algumas combinações possíveis entre eles – a depender da
localização e do tipo de atividade econômica envolvida. Por exemplo, em áreas
enquadradas como "residenciais exclusivas", é proibido qualquer outro
tipo de uso para o lote; já em zoneamentos classificados como
"residenciais obrigatórios", é possível conciliar moradia e
atividades "pouco incômodas", como serviços de manicure e aulas
particulares.
"A
distribuição dos usos seguiu a lógica espacial e a estrutura viária, ficando
para áreas periféricas as atividades mais incômodas. Próximas às residências
estão as atividades mais compatíveis com a área", explica a subsecretária.
Cláudia
Varizo destaca também que a Luos estabelece diversos parâmetros de ocupação do
solo: entre eles, taxas de ocupação máxima e de permeabilidade; ou seja, o
quanto é possível ocupar com uma edificação e o quanto deve ficar livre para
infiltração; a altura máxima das construções, e a possibilidade de galerias ou
marquises. Além disso, o projeto trata de parâmetros para a ocupação de áreas
no subsolo e de vagas para carros e bicicletas.
"É um
assunto extenso e um pouco árido. Mas o que muda com a Luos? A gente pode ter
um benefício muito grande com essa lei, como a distribuição equilibrada da
atividade econômica, a diminuição dos deslocamentos, a otimização do uso da
infraestrutura urbana, e mais responsabilidade ambiental", ressalta a subsecretária
de Gestão Urbana. Ainda segundo Varizo, devem haver ganhos com a celeridade no
licenciamento, a clareza dos parâmetros urbanos e a isonomia dos critérios.
Substitutivo – O secretário da Comissão de
Assuntos Fundiários (CAF) da CLDF, Fábio Fuzeira, explica que a emenda
substitutiva não altera o mérito ou a essência da proposta, contemplando
ajustes necessários à redação, à técnica legislativa e a outros instrumentos
legais, como o código de edificações. Segundo ele, ainda não houve consenso com
relação a alguns pontos. "O que diz respeito ao cercamento de lotes, por
exemplo, está muito genérico e simplificado, e o tema deveria ser tratado em
legislação específica", aponta.
"A Luos
é muito importante, mas é muito polêmica. Tem áreas que estão sendo alteradas
sem que a população tenha conhecimento", lamenta o vice-presidente da CAF,
deputado Lira (PHS). Já a presidente do colegiado, Telma Rufino (Pros),
argumenta que a proposta está há oito anos com o Executivo, "e que todo
mundo teve a oportunidade de participar". "O que tiver de consertar
vamos consertar. A Luos não está aqui para tratar do ‘umbigo de cada um' e,
sim, do coletivo", dispara a distrital.
Por Denise Caputo - Fotos:
Rinaldo Morelli -Comunicação Social - Câmara Legislativa
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