Entrevista Exclusiva
Ricardo Vale fala pela
primeira vez a imprensa depois das eleições
(*) Júnior Nobre/JS
O Jornal de Sobradinho entrevistou o
ex deputado distrital, Ricardo Vale, para saber seus planos daqui pra frente. O
parlamentar trouxe muitos recursos e obras para Sobradinho e toda região norte
do DF e também se destacou como um deputado que defendeu muito a pauta dos
direitos humanos, projetos culturais e esportivos. Tentou a reeleição para CLDF
em outubro e ficou em 3º lugar do Partido dos Trabalhadores que teve dois
deputados eleitos. Ricardo Vale é o primeiro suplente do partido.
JS - Que balanço você faz da sua
atuação como parlamentar?
RV - Acho que foi positiva. Muito difícil,
mas positiva. Cumpri de forma muito firme e honesta essa missão nobre que foi
representar o povo do DF na Câmara Legislativa. Não desviei um milímetro dos
compromissos que assumi com meus eleitores, de defender os que mais precisam
das políticas públicas no DF, fiz isso com muita firmeza, ética e
transparência.
JS - Por que foi difícil?
RV - Pelo momento político e econômico
que atravessamos no Brasil. Exercer um mandato com a população descrente da
política e dos políticos não é uma tarefa simples. No geral, a população não
acompanha a atuação dos seus representantes, não sabe diferenciar bem quem é quem,
de que lado estão os políticos e qual missão cumpre cada um. Não diferenciam
quem está lá ajudando quem precisa do Estado e quem está lá para defender
interesses próprios, negócios de família, empresas ou igrejas, por exemplo.
JS – Você foi muito atuante, estava
bem cotado para uma reeleição, o que ocorreu?
RV - Um conjunto de situações que fugiram
do nosso controle e da nossa vontade. O eleitor, diante desse quadro de
descrença geral, quis renovar tudo, e se você não consegue perceber e entender
isso, acaba errando na estratégia da campanha. Mesmo assim, ter quase 8 mil votos
não é pouca coisa, por isso, sou muito grato a todos que me deram esses votos
de confiança e reconheceram nosso trabalho. Terminei mais uma missão pública de
cabeça erguida. Lembro que aprovamos 25 leis importantes para o DF e travamos
algumas lutas que me orgulham muito. Batalhas que pouquíssimos parlamentares teriam a coragem de enfrentar como nós enfrentamos.
JS - Ser do PT atrapalhou sua
reeleição?
RV - O PT foi muito atacado, falaram
muitas mentiras e muita gente acabou se deixando levar pela onda antipetista.
Isto realmente contribuiu para o pior momento eleitoral e político que o
partido enfrentou na sua história e é claro que acabou influenciando no
resultado de todas candidaturas do partido, inclusive na minha. Mas sabemos que
outros fatores influenciaram no nosso resultado eleitoral, mesmo assim,
acredito que a maioria da população avalia nosso trabalho na Câmara Legislativa
positivamente.
JS - Diante desse quadro não seria
melhor ter disputado a eleição por outro partido?
RV - Quem me conhece sabe que não mudo de
lado ou partido de acordo com a maré. Embora alguns dirigentes do partido
tenham cometido erros e nos decepcionaram eticamente, decidi ficar no PT e
ajudar a grande maioria do partido e seus militantes que são honestos e lutam
por um país melhor. Essa coisa de trocar de partido no meio do mandato apenas
para ganhar as eleições me parece muito fisiologismo e oportunismo, não consigo
ser assim. Eu não sei fingir, mentir e enganar as pessoas para permanecer no
parlamento a qualquer custo.
JS - O eleitor do DF foi ingrato com
você?
RV - Claro que não! O eleitor quis
mudanças, temos que respeitar o resultado das urnas. Faz parte da democracia.
JS - O que você fará daqui pra
frente? Vai para o governo Ibaneis?
RV - Vou continuar ajudando o DF,
acompanhando as ações e promessas dos governos e parlamentares eleitos. Vamos
cobrar as melhorias na qualidade de vida de nossa população, principalmente dos
mais vulneráveis. Também quero que meus projetos e leis continuem sendo
executados e vou acompanhar isso muito de perto. Leis como
"Boleiros", que ajuda o esporte amador em todos as cidades do DF, a
lei de combate ao machismo nas escolas, o PDAF que vem recuperando as
estruturas das nossas escolas públicas, os projetos culturais como o Arte na
Praça, as reformas de nossas feiras, praças... Tudo isso é legado do nosso
mandato e vamos exigir que continuem acontecendo. A gente não faz política só
quando está à frente de um cargo público. Sou, antes de tudo, um militante dos
movimentos sociais e continuarei trabalhando pelo nosso povo.
JS - O Senhor pretende ser candidato
nas próximas eleições?
RV - O futuro a Deus pertence.
(*) Por Emicles Nogueira
Nobre Júnior (Junior Nobre/JS) – Foto Divulgação
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