Ânimos Exaltados no Partido dos Trabalhadores do DF
RICARDO VALE, PT E O
ACONTECIDO EM PLANALTINA/DF
O Partido
dos Trabalhadores está passando por um processo de eleições diretas para
escolha dos seus dirigentes, em âmbito regional e nacional. No último domingo,
22/09, houve um acirramento entre as chapas que disputavam a presidência do PT
da cidade de Planaltina, com direito a denúncias e boletins de ocorrência para
todos os lados.
O Jornal de
Sobradinho decidiu entrevistar o ex-deputado distrital Ricardo Vale, que é do
PT/DF, morador de Sobradinho e esteve presente no episódio que elegeu um
correligionário do seu grupo político.
JS: O PT no DF parece estar em guerra. Dias atrás, o deputado Chico
Vigilante tornou público um vídeo que acusa lideranças e também o senhor de
tumultuar as eleições de internas do partido em Planaltina, com a finalidade de
vencer o processo. O que você tem a dizer?
RICARDO
VALE: acho que ele mentiu de propósito ou fez aquele vídeo influenciado pelos
seus cabos eleitorais e pela Alaíde, candidata dele na cidade. Ela é servidora
do seu gabinete e perdeu as eleições para o Odetino, companheiro que apoiamos.
O Chico Vigilante precisa aprender a perder e parar de expor o PT ao ridículo
como fez naquele vídeo. Nossos problemas e disputas devem ser resolvidos entre
nós. É por essa e outras que O PT DF está em seu pior momento, com pouca
credibilidade com nossa população.
JS: Então não houve aquela confusão que o Chico Vigilante disse no
vídeo?
RICARDO
VALE: houve sim, mas não da forma escandalosa e sensacionalista que ele passou.
O Chico Vigilante gosta de tripudiar e difamar as pessoas que não estão ao seu
lado nas disputas, por isso aumentou muito o episódio.
JS: Então o que de fato ocorreu?
RICARDO
VALE: Logo após encerrar a votação, quando foi divulgado o resultado da
eleição, a chapa ganhadora começou a comemorar e um militante apoiador da chapa
derrotada começou a gritar de forma autoritária que iria recontar os votos de
qualquer maneira, sem explicar os motivos e sem apresentar um recurso da chapa
perdedora alegando os motivos da recontagem. Lógico que, naquele momento, não
aceitamos, porque não fazia nenhum sentido a recontagem. Aí começou um debate
acalorado e duas mulheres que estavam na sala de apuração começaram a brigar.
Isso não durou 15 segundos, até que elas fossem contidas pelo os demais. Diante
da confusão e da falta de entendimento entre as chapas, as urnas foram lacradas
e encaminhadas para o diretório regional, quando os votos poderão ser
recontados, caso aconteça um recurso com argumentos lógicos. O fato concreto e
que, depois da briga as duas companheiras, elas foram para a delegacia prestar
queixa uma contra a outra. No mais, é tudo invenção e choro de perdedor, de
gente que quer tirar o brilho de uma eleição feita com muito debate e diálogo
com a militância de Planaltina.
JS: Como fica a imagem do PT com esses episódios?
RICARDO
VALE: Fica arranhada, fica feia! Mas, tanto a militância do PT, quanto quem já
participou de outras disputas eleitorais, sabe que em eleições acirradas infelizmente
podem ocorrer esse tipo de conflito. O Chico Vigilante, ao tornar público
aquela confusão, deixou em segundo plano o momento democrático que as eleições
representam. Foram quase 7 mil votantes em todo o DF e nenhum problema nas
outras cidades. Infelizmente, isso ele não fala!
JS: Como foram as eleições em Sobradinho e nas demais cidades?
RICARDO
VALE: Foi tudo muito tranquilo! Uma festa da democracia interna que só o
Partido dos Trabalhadores tem. Em Sobradinho, reelegemos a professora Gisele
com uma ampla maioria de votos. Por aqui, a paz, o respeito e a democracia
imperaram, como deve ser sempre.
JS: Como fica o PT/DF daqui para frente? Como sair dessa descrença e
vencer o antipetismo que ainda é grande?
RICARDO
VALE: O PT é o único partido do Brasil que quem escolhe as direções são seus
filiados. Isso é muito democrático. O processo ainda não acabou, uma vez que,
em outubro, no Congresso do Partido, vamos eleger um novo presidente e a nova
direção partidária regional. Em novembro, no Congresso Nacional, elegeremos o
presidente e a direção nacional. O futuro do PT vai depender muito do que
ocorrerá nestas eleições. Vamos ver que projeto irá conduzir o partido daqui
para frente. Será uma disputa dos que querem a renovação, a reconstrução os
militantes podendo participar e decidir os rumos do partido contra os que querem
manter a burocratização, o centralismo da militância, o conservadorismo, e os
interesses pessoais de alguns.
JS: E se as teses e grupos conservadores ganharem?
RICARDO
VALE: Será péssimo para nossa militância. Será péssimo para a população do
Distrito Federal, uma vez que O PT é o partido mais querido do Brasil. Precisa
reconquistar a confiança do povo brasileiro para voltar a disputar as mentes e
corações. Com a atual direção que temos isso não será possível e é por esse
motivo que estamos lutando e disputando. Chega de coronéis, carreiristas e
lideranças que se utilizam do PT para seus interesses próprios. Essa direção
atual não permite o surgimento de novas lideranças, não permite a renovação dos
seus quadros, o PT está encolhendo e envelhecendo devido essas práticas.
Precisamos de um partido forte e, sobretudo, voltado para os militantes que
estão sempre na ponta, lutando nas cidades, nos movimentos populares, nos
bairros, escolas, etc.
JS: E o seu futuro político?
RICARDO
VALE: Está diretamente ligado aos próximos acontecimentos, ao que que vai
ocorrer nas eleições do PT. Vamos ver como o partido sairá desse processo.
Torço para que o grupo que defende a tese da redemocratização, da participação
ampla da militância, da formação e renovação de novas lideranças, dos que
querem um partido para todos e mais próximo da nossa população ganhe essas
eleições e mude, de fato, o PT. Isso vai nos dar gás para continuarmos fazendo
política.
JS: Você será candidato em 2022?
RICARDO
VALE: Estou muito preocupado com o futuro do DF, com a falta de perspectiva e
melhorias na qualidade de vida de nossa população. Ando muito triste ao ver os
projetos que fizemos, as leis que aprovamos e os segmentos que apoiamos
desassistidos.
Faço parte
da resistência socialista que é uma tendência nacional do PT. Caso os
companheiros e companheiras de nossa organização no DF entenderem ser
importante minha candidatura, eu serei.
Obs: JS - Jornal de Sobradinho
Nenhum comentário
Postar um comentário