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Quando afago teus cabelos



Quando afago teus cabelos

Faço isto a sorrir.

Quando beijo tua boca,

Penso logo no porvir.

***

Pois vejo este porvir

Com muita realidade,

Sinto só ter alegria,

E nem um pouco de saudade.

***

Pois o nosso amor é lindo,

E cheio de esperança.

Quando estou perto de ti,

Vejo-te como criança.

***

Mas, uma criança grande,

E repleta de carinho

E também cheia de sonhos,

Envolvendo o meu destino.


Fonte: Vivaldo Terres  (foto)– Escritor , Poeta e colabora com o Jornal de Sobradinho




Liberdade

Sequestraram minha Liberdade! Acorrentaram  minha liberdade, mas a minha alma e o meu coração fugiram das senzalas e dos navios negreiros, pulei no mar e me agarrei nas asas de uma gaivota, por acaso era Fernão! Quão  distante, ainda ouço os gemidos dos negros, o rangido melancólico do engenho, livre das pulseiras enferrujadas, mas convivendo pra sempre com  a  lembrança coroada e tatuada na alma além  da cicatriz! Com tudo,  Liberdade não  tem preço. Conversando com Fernão  Capelo Gaivota, ali pisando na areia, sentindo o cheiro do mar o Negro escravo tornou se  pássaro e arriscou um vôo com Fernão. Deus proporcionou  o encontro das duas maiores autoridades  em liberdade. Um  por tê-la em abundância, o outro por ter tido à  sua liberdade roubada. Faça um exercício e tenta se imaginar sem a sua liberdade plena, para te contemplar, te sirvo um cafezinho de tortura, onde os gemidos dos  escravos e dos engenhos é uma ópera cotidiana.
Imagina… Imagina!
Não  consigo sequer,  mensurar a dor
quiçá  sentir - a dor...
Não  desejo prá ninguém nenhum pouquinho de escravidão.
Liberdade, Liberdade!
Esse Negro quer Liberdade plena.

Liberdade
Roberval Silva.


Divisores


Imagina se a gente quisesse ter um filho
E a minha  cor, a minha pele, a minha Raça
Fosse um divisor de águas, de rios! Imagina...
O que você  diria pro amor!
Pois, tudo isso é tão insignificante perto de nós dois.
Infinitamente pequeno perto do amor.
Eu não vou comprar um filho!
Nem escolher à  genética do meu filho  no supermercado!
Imagina…
Filho é  filho. E,  pode até ser adotado.
Até quando vamos ficar relutando  com as cores, com às raças, com a miscigenação?
Com as  classes sociais...
Quantas coisas mais importantes!
Mas, o que predomina é  a nossa ignorância!
Até  quando?
Até  quando!
Eu queria te dizer que te amo,
Não  tem a  menor ou maior importância!
Por exemplo…  Eu, minha cor é Parda. E aí…
Eu tenho que ir  para lista de Schindler, ou pro Holocausto de Hitler?
Poxa!!!
Você determinou o meu destino!
Vocês se lembram do Pianista...
O filho do Pianista?
De repente, tudo é   tão insignificante perto da realidade...
E, é  tão significante quando acreditamos nos sonhos.
Quem me dera acreditar nas pessoas!
Porém,  eu acredito.
Você já se perguntou porque o Céu  é azul...
Porquê Sol é  amarelo!
Porque às  Estrelas brilham!
Porquê  tbm existe o breu?
Pois é…
Tudo isso se resume na ausência de nossa luz.
Se o Cego quiser deveras vê...
Ele verá...
Se o Mudo quiser falar…
Alguém  lhe dará  ouvidos...
Se o Surdo quiser ouvir… Deus estará sempre de plantão…
Então…
Não  vamos nos recolher  à nossa insignificância!
Não  foi à  empresa de energia que cortou a sua luz!
À  ausência  da sua luz, é pessoal e intransferível. É tão  somente sua!
É você  que não  quer vê...
Precisamos nos reciclar ...
Nós  seres humanos,
somos somente uma lata.
Te amo. Independentemente de tudo.

Divisores
Roberval Silva.



Voam Arribaçãs

Guardo comigo a lembrança da liberdade que rasguei
Ao embarcar nesse vôo
De penas tristes
O dançar das aves
Nunca mais alcancei
Me atormenta a dor do canto das arribaçãs
Elas choram um lamento triste
Seus olhos desaguam no meu leito a fora
Uma solidão que ainda existe
Voam passarinhos no destino das águas
Esqueçam no chão seus ninhos
Ou carcaças de asas
Que a terra ardente aos poucos desbrava
Mães parideiras, enfermeiras de todas as manhãs
Existe um clarão que predomina no meu sertão
O vôo drapiado das arribaçãs
Fazem fila nos seus ninhos
Morte e vida, arribaçãs
Se as armas que te abatem
Deixam órfãos os seus ninhos
Voam arribaçãs
A liberdade mora lá no céu
Vê se de mim se esquecem
Na hora do seu cantar
No sobe e desce das cortinas
Nem sabem que são bailarinas
Voam arribaçãs
Para o amor libertar.

Sandra Silva

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