CLDF / REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA
João Cardoso denuncia
tentativa de burlagem de leis ambientais na criação da Cidade Urbitá
Contrário ao
novo empreendimento habitacional anunciado em terreno nas proximidades de
Sobradinho, o deputado distrital João Cardoso (Avante) denunciou nessa segunda
(9/12), as tentativas de burlagem de leis ambientais para criação da Cidade
Urbitá. Auditor fiscal de Atividades Urbanas com especialização em Controle
Ambiental, o parlamentar apresentou relatório técnico durante audiência pública
da Câmara Legislativa. Distribuídos em 800 hectares, 135 mil pessoas deverão
ocupar a Urbitá, praticamente o dobro da população urbana de Sobradinho (68
mil).
A demanda de
água, esgotamento sanitário, fornecimento de energia elétrica e mobilidade
urbana não são os únicos fatores que preocupam João Cardoso quanto ao
adensamento populacional a ser ocasionado a partir da nova cidade, localizada
entre os limites da DF 425, BR 020 e o Ribeirão Sobradinho. A inexistência de
prova quanto a propriedade das terras e o cenário de insegurança jurídica e
licitude administrativa também destacados em seu pronunciamento.
"Temos
um empreendimento de grande magnitude e o que me estranhou foi o fato de não
ter sido feito um Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e respectivo Relatório de
Impacto Ambiental (RIMA). Apenas foi exigido um Relatório de Impacto Ambiental
Complementar (RIAC). Os estudos ambientais estão sendo apresentados apenas para
parte do empreendimento, sugerindo mostrar apenas pequenos problemas e que
certamente no licenciamento para a área total do empreendimento, a apresentação
real dos danos colocaria em exposição a grandeza do impacto negativo",
criticou.
"O fato
de o empreendimento estar dividido em fases, tal como está sendo apresentado,
subentende-se tratar de uma maneira de burlar as leis ambientais do
licenciamento. O que está sendo submetido ao órgão ambiental (Ibram) é a fase 1
do Projeto de Urbanização da Fazenda Paranoazinho, que ocupa uma área total de
88,59 hectares, dividida em dois projetos urbanísticos, denominados URB 1 e URB
2, com 46,94 hectares e 41,65 hectares respectivamente, dividindo o grande
empreendimento em pequenos empreendimentos e, com isso, querendo mascarar o
grande dano que representa o empreendimento como um todo", denunciou João
Cardoso.
Arranha-céus
x impactos socioambientais
Conhecido
por analisar tecnicamente os assuntos pautados pela Casa, João Cardoso levantou
dados sobre impactos socioambientais e possíveis irregularidades no processo de
licenciamento da Urbitá comprometendo o meio físico e biótico, e afetando
drasticamente a qualidade de vida da população local. As edificações, por exemplo,
teriam 37 metros de altura (cerca de 10 pavimentos), o que não existe em
Sobradinho. A destinação dos esgotos seria o Ribeirão Sobradinho - que
atualmente está tomado pela poluição e pelo assoreamento.
"O empreendedor apresenta duas
alternativas de tratamento (de esgoto), mas não sabe qual será
implantada", afirmou. "São 800 hectares com consequências diretas
para o meio ambiente como, impactos no solo; nos cursos hídricos; na atmosfera;
na comunidade local e na saúde pública".
Dois
decretos editados recentemente pelo governo do DF aprovam o plano de
urbanização e o projeto urbanístico de parcelamento do solo da Fazenda
Paranoazinho. Nesse último, entretanto, o texto "não autoriza o registro
cartorial de unidades imobiliárias e logradouros públicos na região". A 6ª
Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) entende que a área, até
então reivindicada pela Urbanizadora Paranoazinho, é pública. Logo, as
cobranças feitas aos condôminos para regularização no Grande Colorado, Boa
Vista e Contagem poderão perder a validade.
Diante da
insatisfação dos moradores de Sobradinho e Grande Colorado, João Cardoso estuda
propor um Projeto de Decreto Legislativo para anular os decretos do GDF por
"extrapolar sua função ao legislar, competência da Câmara
Legislativa". Também defende o projeto de lei 789/2019, de sua autoria,
que cria o Parque Ecológico Paranoazinho no local destinado à Cidade Urbitá.
Participaram do evento moradores da região Norte, ambientalistas e
representantes do Ibram, CEB, Caesb e OAB.
Confira, na íntegra, a audiência pública da CLDF:
Por Clarice
Gulyas







Pixel Impression Tracking URL Secure:
https://snsrsv.com/metric?t=eyJiIjogODIwLCAiZSI6ICJpbXByZXNzaW9uIn0=&img=i.png&c={CACHEBUSTER}
Pixel Click Tracking SECURE:
https://snsrsv.com/click/?t=eyJiIjogODIwLCAiZSI6ICJjbGljayJ9
Pixel Click Tracking Insecure:
http://snsrsv.com/click/?t=eyJiIjogODIwLCAiZSI6ICJjbGljayJ9
Nenhum comentário
Postar um comentário