ACONTECENDO...
Após decreto de Bolsonaro, decisão judicial colocou
missas e cultos no alvo de uma discussão
Reuniões
para atividades religiosas permanecem suspensas em função de prevenção de
contágio em dias de pandemia do coronavírus. O tema virou motivo de polêmica
judicial, após decreto do presidente Jair Bolsonaro que as tornaram essenciais
no decreto Presidencial nº 10.292,
de 25 de março e depois por decisão judicial que
invalidou essa possibilidade. (confira a decisão)
Líderes religiosos no
Distrito Federal, entrevistados pela reportagem, afirmam que optam por
continuar evitando aglomerações pela segurança dos fiéis e da comunidade.
“Serviços essenciais são aqueles que se não atendidos colocam em risco e
perigo: a sobrevivência, saúde ou segurança da população, não é o caso da
igreja!”, afirma o padre Fábio Muniz da paróquia Sta. Filomena e São
Miguel de Arcanjo
Desde o decreto N°
40.539, de 19 de março de 2020 do governador Ibaneis Rocha, que limitou as
atividades de atendimento ao público como medida preventiva contra o
coronavírus, os cultos e missas em Brasília estavam interrompidos. Porém, no
dia 23 o presidente Jair Bolsonaro adicionou as atividades religiosas como
essenciais, o que permitiu a volta das celebrações.
O pastor José Carlos
Barrozo Junnior, da Igreja Batista Cristo as Nações, em Sobradinho, considerou
o decreto em partes uma preocupação humana, mas também uma questão política.
“Arbitrários e de cunho político, tanto o decreto do presidente quanto o dos
governadores. Para agora, é muito mais político do que técnico.” Ele
considera as atividades muito importantes, mas não essenciais. “O que é
essencial, não é atividade religiosa, é o relacionamento com Deus”, afirma. O
pastor tem realizado os cultos de forma virtual.
Ricardo Sobral é
zelador de uma casa de umbanda , cargo de comando na religião. Ele teme que
templos sejam abertos por questões econômicas, o que, segundo ele, causaria o
aumento da pandemia “Tudo que para, perder lucros e dividendos”.
A casa permanecerá em
quarentena até o pico da doença diminuir. “Nossa casa, nossos filhos e irmãos
merecem cuidado e respeito nesse momento Não há preço que pague o preço da
morte.”
A paróquia Sta.
Filomena e São Miguel de Arcanjo, localizada em Sobradinho, já havia cancelado
a missa presencial antes mesmo do decreto do governador. As celebrações estão
acontecendo virtualmente. “Não é fácil. Temos pessoas que dependem da nossa
colaboração e de uma forma ficam comprometidos por um momento, mas entendemos
que tudo é por um tempo… É por um bem maior, que é a vida”, completa.
Quando questionado se
voltaria a celebrar as missas de forma presencial, o padre responde: “Não
faremos ainda nesse primeiro momento, mesmo com o decreto, e orientamos que
aqueles que podem ficar em suas casas, permaneçam”
As ferramentas
digitais também foram a saída usada pela Igreja Batista, que interrompeu os
cultos presenciais dois dias antes do decreto do governador. “Não podemos ser
imprudentes nesse momento”.
Segundo o pastor, a
igreja também não voltará com cultos presenciais até que o número de contágio
comece a diminuir e que percebam que seja seguro, sem oferecer nenhum risco
para os fiéis e para a comunidade. “Por necessidade. Não por medo, mas por um
momento de vivência, que é necessário.” A igreja permanece aberta para
orações e atendimento aos membros.
A Federação Espírita
brasileira publicou no dia 26, uma nota oficial declarando que as
atividades estão acontecendo de maneira virtual e contínua. A entidade
recomenda aos centros espíritas que se atentem para as orientações dos
organismos de saúde.
Fonte: Brenna Farias/ Jornal de Brasília/Agência
UniCEUB – Foto: Divulgação
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