ARTE & CULTURA
O PODER TRANSFORMADOR DO ARTESANATO
Conheça a história de Carlos Fabrício, exemplo de como o empreendedorismo social pode realizar sonhos e ajudar a comunidade
O artesanato
brasiliense está ganhando um novo impulso e vem se consolidando como uma
importante fonte de renda, geração de emprego e oportunidades para milhares de
famílias no Distrito Federal. A valorização é resultado de ações integradas do
atual Governo que, por meio da Secretaria de Turismo (Setur-DF), desde 2019,
vem trabalhando para oferecer mais oportunidades aos talentos da cidade, como a
disponibilização de espaços para a comercialização dos produtos, chances de
qualificação, visibilidade e a Carteira Nacional do Artesão, que habilita este
trabalhador legalmente em todo o Brasil. O documento oferece ainda a
possibilidade de participação em eventos locais, nacionais e internacionais. De
acordo com a Setur-DF, entre 2019 e 2020, a pasta já emitiu 1.466 Carteiras e
renovou 725. Foram 45 eventos fomentados apenas em 2019 e mais de 30 em 2020,
além da oportunidade de comercialização nas lojas permanentes: uma localizada
no Alameda Shopping e outra no Pátio Brasil. Ações que geraram, nos últimos
dois anos, R$ 1.375.660,47 em vendas e beneficiaram mais de cinco mil famílias.
Mas a
valorização do artesanato pelo Governo na capital federal vai muito além dos
números. Ao observarmos o seu impacto, notamos como esta arte tem o poder de
transformar vidas e contar histórias que nos emocionam. Um exemplo é o trabalho
que a Setur-DF está realizando no Centro de Convivência e Fortalecimento de
Vínculos Granja das Oliveiras, no Recanto das Emas, local em que o artesanato,
ao chegar, descobriu um talento que até aquele momento não havia sido revelado.
Esta é a
história de Carlos Fabrício Domingues da Silva, 35 anos. Nascido em Montes
Claros (MG) e recém chegado a Brasília, ele encontrou na arte a esperança de
uma vida melhor. “Sempre tive disposição para trabalhar, mas nunca
oportunidade. E quando eu cheguei a Brasília, eu não sabia nada sobre o
artesanato, mas fui aprendendo com os moradores de rua. Primeiro eu aprendi a
fazer flores de lótus e comecei a sair vendendo para fugir da fome. Mas há um
mês, quando eu tive a oportunidade de conhecer a secretária de Turismo Vanessa,
tudo mudou. Ela viu que meu trabalho tinha futuro, me apresentou a sua equipe,
a minha professora, e agora estou esforçando para aprender muito mais coisas.
Uma nova porta se abriu em minha vida e me mostrou um mundo novo que eu não
conhecia. Me senti gente pela primeira vez”, comemorou Fabrício, que já está
ensinando o novo ofício aos colegas do abrigo. “Eu vejo meus amigos admirando o
que eu faço e eu também quero ensinar. De graça eu aprendi, de graça vou passar
pra frente. É uma oportunidade de trabalho”, afirmou o aprendiz, que já faz
chapéus, flores, porta guardanapos, sousplat, entre outros objetos decorativos.
A história
de Carlos é um exemplo de como o empreendedorismo social pode se destacar
dentro do artesanato e ajudar a comunidade. “O Carlos é um aprendiz de muito
talento e o que estamos fazendo é lapidar esse conhecimento. Ele já trabalhava
com palha, mas precisava encontrar um ponto mais firme do acabamento. Também
definimos os materiais de uso. Escolhemos, por agora, trabalhar com a
bananeira, por ser uma fibra resistente, de fácil manuseio e fácil de encontrar.
E como a intenção com este trabalho social é o repasse do saber aqui dentro do
abrigo, a folha de bananeira tem outra vantagem: é uma matéria-prima que pode
ser trabalhada com divisão de tarefas, criando uma cadeia produtiva em série.
Assim, todos têm a oportunidade de aprender”, afirma Roze Mendes, Mestre artesã
da Setur-DF.
O psicólogo
do abrigo, Matheus Aguiar Carvalho, reforça a importância da iniciativa. “O
trabalho da Secretaria de Turismo com o artesanato é um recomeço para muitas
pessoas. No caso do Carlos e os demais que estão aqui, é uma oportunidade para
eles saírem da situação de vulnerabilidade e terem, de fato, uma renda. O
início de algo que é deles”, disse.
“O que o nosso Governo vem buscando, desde o
início dessa gestão, é oferecer oportunidades de trabalho a nossa população. E
o artesanato tem o poder de revelar talentos. Não é assistencialismo. O que
fazemos, por meio da nossa Secretaria, é oferecer recursos para incluir os
nossos artesãos na cadeia produtiva, oferecendo a eles os mecanismos
necessários para a geração de renda. E quando conseguimos ainda realizar sonhos
e promover a esperança de uma vida melhor, fazendo a diferença para tantas
famílias, é muito gratificante. Temos a certeza de que estamos no caminho
certo”, concluiu a Secretária de Turismo do DF, Vanessa Mendonça.
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