CLDF / CULTURA
Setor de eventos alega ser o mais prejudicado com a pandemia no DF e busca alternativas para retomar atividades
A deputada
Júlia Lucy acredita ser possível conciliar a realização de eventos com regras
sanitárias que permitem sua realização segura
A pandemia
de Covid-19 trouxe inúmeras consequências econômicas para diferentes ramos
empresarias. Alguns tiveram de encerrar suas atividades em 2020, mas foram
retomando a atuação de forma gradativa e com respeito a protocolos sanitários.
Outros permaneceram parados, como o setor de eventos. Pensando em debater sobre
a retorno de forma segura dessas atividades, a deputada Júlia Lucy (NOVO)
promoveu nesta quarta-feira (16) audiência pública remota com representantes de
órgãos ligados ao Poder Executivo, bem como das entidades responsáveis pela
realização de eventos no Distrito Federal.
“Sabemos que
o setor foi um dos mais prejudicados com todas as medidas restritivas impostas
pelo Governo do Distrito Federal. Mas nós entendemos que podemos conciliar a
realização de eventos com regras sanitárias que permitem sua realização
segura”, afirmou a deputada. A parlamentar declarou ainda que os riscos de
contaminação pela Covid-19 são conhecidos, mas que é preciso analisar outras
consequências existentes, como o desemprego, a fome e adoecimento psicológico.
Para o
presidente da Federação de Indústrias do DF (Fibra), Jamal Bittar, o setor de
eventos é o que tem uma característica maior de aglomeração, se comparado a
outros setores, mas “com cuidados sanitários, é possível promover eventos com
muito cuidado e competência”, declarou Bittar. O presidente da Fibra também fez
uma relação entre o setor e a indústria. “Cidade pujante, com atividades, há um
consumo que atinge a indústria de forma direta, como alimentos e bebidas”,
acrescentou.
Na
sequência, Júlia Lucy trouxe dados acerca do impacto da pandemia para os
trabalhadores da categoria no DF. Segundo a parlamentar, o setor de eventos era
responsável por movimentar, anualmente, no Brasil, cerca de R$ 250 bilhões em
eventos corporativos e R$ 17 bilhões em celebrações sociais. Mas, com a
pandemia, houve uma queda expressiva desses números, pois apenas 8% das
atividades da categoria estão em andamento e 60% das empresas encerraram suas
atividades, além do setor ter registrado prejuízo de R$ 270 bilhões entre março
e dezembro de 2020.
O que está sendo feito
Júlia Lucy
também apresentou suas ações para amenizar a situação, como a defesa da
aprovação do Programa de Incentivo à Regularização Fiscal do Distrito Federal
(REFIS-DF), o apoio à liberação de recursos para micro e pequenas empresas que
enfrentam a recessão da quarentena, a articulação para o retorno da música ao
vivo.
Com relação
às ações do governo, o secretário executivo da Secretaria de Estado de Cultura
e Economia Criativa do DF, Carlos Alberto Jr, afirmou que a pasta está agindo
como moderador na tomada de decisões sobre a volta dos eventos. “A Secretaria
de Cultura, neste sentido, está servindo como uma espécie de intermediário
neste processo, pois, como não somos uma área técnica no critério sanitário e
nem regulamentadora, como a Casa Civil, nós fazemos essa ponte junto ao
governador”, informou o secretário.
Soluções apresentadas
Já o
presidente da Câmara de Economia Criativa da Fecomércio-DF, Pedro Affonso
Franco, ressaltou que os eventos clandestinos não são apoiados pelo setor, que
continua parado. “Nós nem chamamos de eventos clandestinos, chamamos de
aglomeração clandestina, porque nós, os profissionais sérios e que representam
a maior parte da cadeia produtiva do setor de eventos, estamos todos parados e
tentando inovar desde março do ano passado”, desabafou.
Pedro Affonso ainda
sugeriu soluções para o problema. “Acredito que, tendo como base o protocolo de
bares, restaurantes, cinemas e teatros, nós conseguimos, sim, planejar
festivais com público suficiente que feche a conta e torne viável para os
eventos e é um bom ponto de partida para iniciarmos essa retomada e avaliar os
resultados”, declarou o presidente.
A produtora
cultural Kika Carvalho, representante do Coletivo Backstage Brasília, um
projeto que auxilia trabalhadores dos bastidores dos eventos, apresentou uma
cartilha com recomendações de protocolo de segurança, como uso de máscara
PFF-2, bem como um cronograma que indique o horário de sua troca, higiene
pessoal, higiene material, testagem obrigatória de todos os profissionais,
presença de profissionais da saúde durante os eventos, entre outras. “Essas são
as recomendações que reunimos por meio de outros protocolos e estudos de
segurança e de protocolos que já são aplicados em outros eventos e em outros
países e estados”, explicou a produtora.
Fonte: Warley Júnior (estagiário) -
Agência CLDF, Foto: Reprodução/TV Web CLDF
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