CLDF / ECONOMIA / COMÉRCIO
Participantes de audiência debatem bitributação no setor de bares e restaurantes
Sindicato de
Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Brasília pede fim da dupla
tributação, considerada "muito onerosa para o segmento”, ainda mais num
"momento de elevadíssimo custo de produtos”
Com transmissão ao
vivo pela TV Câmara Distrital (canal 9.3) e pelo YouTube,
participantes de audiência pública da Câmara Legislativa discutiram sobre a
bitributação no setor de bares e restaurantes do DF, na manhã desta
quarta-feira (10). A mediadora do evento, deputada Júlia Lucy (Novo), considera que
“cobra-se imposto na entrada de insumos no DF e novamente quando o produto é
comercializado”, prática que caracterizaria a bitributação.
“Precisamos acabar
com a dupla tributação, que é muito onerosa para o segmento”, clamou o
presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Brasília
(Sindhobar-DF), Jael Antônio da Silva. Ele destacou que o momento atual, de
“elevadíssimo custo de produtos”, somado à bitributação, inviabiliza
empreendimentos. Caso uma mobilização junto ao GDF não surta efeito, “o sindicato
pretende entrar com ação na justiça para contornar essa situação”, adiantou. Do
mesmo modo, o representante da Fecomércio, Eduardo Almeida, reivindicou o fim
da bitributação no setor.
O arcabouço
tributário no ambiente de negócios leva a “anomalias”, como o pagamento de
tributos sobre insumos usados no preparo de refeições pelos estabelecimentos
que, ao final, arcam com o pagamento do ICMS, explanou o representante do
escritório de advocacia Arcos Dourados, Fernando de Paula, que também representa
a Associação Nacional dos Restaurantes (ANR). Para ele, é necessário “corrigir
essa distorção”.
Alíquota fixa
Na mesma linha de
raciocínio, o advogado Jacques Veloso, especialista em Direito Tributário,
defendeu “a correção da bitributação indevida”. Ele sugeriu “a substituição do
débito e crédito por uma alíquota fixa”. Veloso lembrou que, em 2003, no DF,
estavam restritos ao fenômeno produtos como cerveja, água e refrigerante, sendo
que houve uma ampliação ao longo dos anos, incluindo, entre outros insumos,
carnes e bebidas quentes, como vinhos e uísques. Essa ampliação levou a um alto
impacto da carga tributária para o setor de bares e restaurantes no DF,
avaliou.
Por sua vez, o
procurador das Ações Tributárias da Procuradoria-Geral do DF, Marcelo Soares,
sugeriu levar o tema às secretarias do DF para tentar corrigir eventuais
distorções tributárias.
“Acreditamos que temos uma abertura no atual governo do DF para construir, em
parceria, uma proposição legislativa a fim de solucionar a questão”, afirmou Júlia
Lucy, que busca “encontrar formas de alívio para quem empreende”.
Diante das
considerações dos participantes, Lucy anunciou que seu gabinete parlamentar
deve apresentar uma proposta de texto até o final desta semana ao governo para
iniciar o diálogo junto à Casa Civil e à Secretaria de Fazenda do DF.
Fonte: Franci Moraes - Agência CLDF, Foto: Breno Esaki/Agência Saude
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