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Candomblecistas entram na Paróquia Nossa Senhora Imaculada Conceição, em Sobradinho, na manhã desta segunda-feira (19), entre a missa das 8 e das 10h

 Candomblecistas entram em igreja católica em Sobradinho e pedem benção

Ainda assim, o padre garante que não houve qualquer profanação, mas que serão tomadas providências 

Candomblecistas entram na Paróquia Nossa Senhora Imaculada Conceição, em Sobradinho, na manhã desta segunda-feira (19), entre a missa das 8 e das 10h, e, segundo o Padre Manolo, responsável pela igreja, pediram uma benção e foram embora.

 

Em áudios que circulam na internet, pessoas aparecem indignadas e afirmam que eles teriam feito um “trabalho” dentro da Paróquia. Ainda assim, o padre garante que não houve qualquer profanação, mas que serão tomadas providências.

 

“Igual a vocês, eu assisti a esse vídeo com perplexidade e indignação […] Se alguém ficou magoado, eu quero que fiquem tranquilos porque nós tomaremos providências. Já falei com Dom Paulo Cezar Costa sobre a situação e ele nos falou para termos ânimo e que sempre defendermos nossa fé”, disse o padre em vídeo publicado nas redes sociais da igreja.

 


Ainda de acordo com o padre, ministros extraordinários que estavam no momento chegaram a pedir para que o grupo saísse da paróquia e após quatro minutos eles deixaram o local. “Não se respeita mais a fé e a crença das outras religiões e, entre o intervalo da missa das 8 e das 10 da manhã, desobedecendo ao pedido dos ministros extraordinários para que saíssem, que não poderia se fazer esse tipo de benção e de ritual dentro da igreja. Não aconteceu nenhuma profanação, eles entraram apenas para pedir uma benção. Depois de quatro minutos eles saíram e foram embora”, explica.

 

Em entrevista, o presidente da Rede Afrobrasileira Sociocultural e Sacerdote de religiões de matriz africana, Pai Alexandre de Oxalá, afirmou que, na verdade, a confusão foi apenas falta de comunicação. “Ao finalizar o processo de iniciação, alguns grupos apresentam o iniciando em diversos locais, para que ele possa transitar em todos esses lugares. Eles levam essas pessoas em estradas, rios, cemitérios e levam nas igrejas, para que elas possam ser abençoadas e possam conviver normalmente nesses lugares”, explicou.

 

Segundo Pai Alexandre, eles tentaram receber a benção de maneira rápida, sem atrapalhar. “Eles esqueceram uma coisa importante: primeiro ir lá e falar com o padre. Não houve nenhum trabalho, foi apenas a última etapa do processo de iniciação dessas pessoas”, continuou.

 

Agora, Pai Alexandre e a Federação do Candomblé e Umbanda do Distrito Federal tentam marcar uma reunião com os candomblecistas e o padre Manolo para explicar o ocorrido. “Espero, quem sabe, também abrir um caminho de diálogo”, finalizou.

 

Por Geovanna Bispo/Jornal de Brasilia, Foto: Reprodução

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