A comunidade do assentamento José Wilker, que abriga cerca de 180 famílias, se juntou no Polo de Cinema e Vídeo, em Sobradinho II, para participar da 22ª edição da Ação Mulher no Campo
Ação Mulher no Campo leva serviços à população do assentamento José Wilker
Foram mais de 600 atendimentos oferecidos por diversas secretarias e
órgãos não governamentais
A comunidade do assentamento José Wilker, que abriga cerca de 180
famílias, se juntou no Polo de Cinema e Vídeo, em Sobradinho II, para
participar da 22ª edição da Ação Mulher no Campo nesta sexta-feira (18).
Coordenado pela Secretaria da Mulher (SMDF), o programa une os esforços de
diversos órgãos do Governo do Distrito Federal (GDF) e de parceiros não
governamentais em ações conjuntas com a proposta de facilitar o acesso da
população a serviços públicos, como saúde, trabalho e direitos sociais. Ao
todo, durante a visita, foram oferecidos mais de 600 atendimentos aos moradores
locais.
Durante a ação, foram oferecidos mais de 600 atendimentos aos moradores
| Foto: SMDF
O projeto ainda tem o objetivo de trazer visibilidade às mulheres do
campo e incentivá-las a trabalhar e a gerar renda sem sair de casa, explorando
a terra ou seus talentos manuais, como artesanato e gastronomia. Também são
oferecidas informações de prevenção e combate à violência de gênero.
“Nosso objetivo é trazer o governo para perto da comunidade. É fazer com
que todos tenham a oportunidade de receber os benefícios e serviços que
oferecemos”, explica a secretária da Mulher, Vandercy Camargos. “Nós já tivemos
mais de 20 mil pessoas atendidas com o Ação Mulher no Campo, que foram
encaminhadas para diversos serviços da saúde, segurança pública, educação,
transporte, entre outros”, acrescenta.
Dona Lázara Oliveira fez diversos cursos oferecidos gratuitamente pelo
Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) que a ajudaram no trabalho com
fruticultura e horticultura. Ela participou para convidar mais mulheres a
participarem das capacitações. Moradora do assentamento desde 2014, Lázara
destaca a importância da ação para as famílias da região: “A gente vive em uma
área rural isolada. É difícil chegar no centro, onde normalmente encontramos
todos esses serviços. Essa ação, além de facilitar o acesso a tudo em um lugar
só, é uma abertura para que o governo veja as necessidades e demandas da nossa
comunidade”.
Lázara Oliveira diz: “A gente vive em uma área rural isolada. Essa ação,
além de facilitar o acesso a tudo em um lugar só, é uma abertura para que o
governo veja as necessidades e demandas da nossa comunidade”
Valorização
do trabalho rural
Produtoras e artesãs da região também tiveram a oportunidade de expor e
vender suas mercadorias em uma pequena feira durante o evento. Entre doces,
iguarias, frutas e verduras orgânicas, flores e plantas, elas mostraram a
diversidade do trabalho produzido na comunidade. Para incentivar, a Secretaria
de Turismo (Setur) participou da ação realizando consultas e emissão da
carteira de artesão pela pasta.
“Por onde passamos com o Ação Mulher no Campo, nós podemos fazer o
diagnóstico: essas mulheres têm muito potencial. É uma riqueza muito grande de
produtos que poderiam participar de feiras nacionais e internacionais”, explica
a mestre artesã Rose Mendes, da Setur.
Serviços
Além da Secretaria da Mulher, o evento contou com a participação das
secretarias de Turismo (Setur), de Saúde (SES), de Educação (SEEDF), de
Segurança Pública (SSP), da Família (Sefam) e do Desenvolvimento Social
(Sedes), além da Terracap, da Vigilância Ambiental, da Defesa Civil, do
Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER), da Polícia
Civil, da Casa Militar, do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), da
Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) e de parceiros
não governamentais.
Entre os serviços que foram oferecidos, estão informações oferecidas
pela SMDF sobre temas como direitos das mulheres e prevenção à violência de
gênero. As interessadas ainda puderam se cadastrar nos cursos de capacitação
oferecidos pela secretaria.
A comunidade local também pôde fazer inscrições no Cadastro Único, da
Sedes, e aproveitar a oportunidade para fazer o agendamento de consultas
médicas e serviços médicos, pela Secretaria de Saúde. A Defesa Civil realizou
apresentação teatral para o público infantil e as crianças receberam kits
educativos sobre trânsito.
Fórum
Distrital Permanente
A Ação Mulher no Campo foi uma demanda do Fórum Distrital Permanente das
Mulheres do Campo e do Cerrado, um órgão colegiado, de caráter consultivo e
vinculado à SMDF.
Representante do Grupo de Mulheres do Movimento de Luta pela Terra no
Fórum e moradora do assentamento José Wilker, Jamille Ramos Tavares se
emocionou com a ação: “77% do nosso assentamento é composto por mulheres. Por
isso, eu tinha o sonho de trazer essa ação para cá, para que a nossa comunidade
fosse reconhecida e para que o governo chegasse até nós. Hoje esse sonho se
realizou”.
Composto por mulheres representantes de diversos grupos, como
quilombolas, indígenas, mulheres rurais, ciganas, entre outras, e por membros
dos órgãos do GDF, o fórum tem a missão de debater propostas de políticas
voltadas à promoção da saúde, dos direitos e da autonomia econômica das
mulheres do DF.
*Fonte: Agência Brasília, Edição: Carolina Lobo, com informações da Secretaria da Mulher
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