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Obras abrangem trecho de 14,2 km, contemplando produtores rurais de Sobradinho II, do Núcleo Rural Tabatinga e do assentamento Sítio Novo, ambos em Planaltina, e do Núcleo Rural Capão Seco, no Paranoá

 R$ 1,81 milhão investidos para instalar tubulação em canais de irrigação

Obras abrangem trecho de 14,2 km, contemplando produtores rurais de Sobradinho II, do Núcleo Rural Tabatinga e do assentamento Sítio Novo, ambos em Planaltina, e do Núcleo Rural Capão Seco, no Paranoá

A Secretaria de Agricultura (Seagri), a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater) e as comunidades rurais, junto a outros órgãos parceiros, trabalham na reforma de quatro canais de irrigação no Distrito Federal. Serão instalados tubos de Pead (polietileno de alta densidade) em trecho de 14,2 km. O material é o mais indicado para o tipo de intervenção e foi adquirido com recursos de R$ 1,81 milhão.

A ação vai beneficiar 84 famílias de pequenos produtores rurais de Sobradinho II, do Núcleo Rural Tabatinga e do assentamento Sítio Novo, ambos em Planaltina, e do Núcleo Rural Capão Seco, no Paranoá. As propriedades precisam do canal de irrigação para seguir com o cultivo de hortaliças e a criação de animais.

Quatro canais de irrigação no Distrito Federal serão reformados ainda neste ano | Fotos: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília

O secretário-executivo de Agricultura, Luciano Mendes, afirma que a recuperação dos canais visa zelar pelo recurso hídrico, que ficou escasso em 2016 e 2017, quando o DF passou por uma crise hídrica. Segundo o gestor, a partir do episódio, foram criadas formas de aumentar a preservação da água.

“A intenção é que consigamos reduzir para zero a perda de água em todos os canais. É uma forma de garantir que, de fato, tenha água para os produtores, para que mantenham os seus cultivos irrigados, e também para que possa ter água chegando aos reservatórios para a população”, afirma Mendes.

O Distrito Federal tem 66 canais de irrigação com extensão de 240 km. Desse total, desde 2019, cerca de 97 km de canais foram reformados ou receberam obras de manutenção. Além de Sobradinho, Paranoá e Planaltina, ocorreram ações em Brazlândia, Riacho Fundo, Park Way e Sol Nascente.

Avanço

O assessor técnico da Emater à frente da coordenação das obras de recuperação dos canais, Edvan Souza Ribeiro, explica que a escavação dos canais ocorreu há mais de 30 anos no próprio leito da terra e a céu aberto. A exposição à natureza e a deterioração causada pelo tempo geraram perda de mais de 50% da água por vazamentos, infiltrações e evaporação. “Os tubos são totalmente impermeáveis e têm expectativa de vida útil de, pelo menos, 100 anos; então, o produtor rural vai poder ficar tranquilo, com a segurança de que terá água sempre que precisar”, esclarece.

No Capão Seco, as obras começaram no final de outubro. Do total de 5,5 km de canal, 1 km já está pronto. Também estão em andamento as obras do canal de Tabatinga, enquanto as ações em Sobradinho e Sítio Novo começarão em breve.

“Instalamos a tubulação no trecho respeitando a gravidade, que é como a água chega para os produtores”, afirma o engenheiro agrônomo da Emater e técnico responsável pela obra na região, Rildon Oliveira. “O canal de Capão Seco foi construído a céu aberto e, depois, recebeu manilhas, mas isso foi há mais de 30 anos, e estava tendo muita perda de água. Agora, vamos conseguir reduzir 100% dos problemas”.

A água abastece 21 propriedades, entre as quais a do produtor rural José Morais Souza, 73 anos

A água atende a 21 propriedades, que, juntas, somam uma área aproximada de 80 hectares. A roça do produtor José Morais Souza, 73 anos, desenvolve, principalmente, berinjela, milho, batata-doce e mandioca. Há mais de quatro décadas vivendo do que planta, ele celebra a chegada da tubulação em Pead.

“Quase não tinha água, era bem pouca mesmo e ainda tinha que ir buscar no ‘rego’. Prejudicava muito a nossa plantação”, rememora ele. “Vai melhorar demais da conta.”

Dois dos três filhos de José seguiram o caminho rural e hoje comandam a produção da família. “Hoje eu quase não planto nada, faço umas coisas e já paro. A idade não permite mais. Então, são eles que fazem tudo, e é muito bom, porque foram criados na roça e é aqui nosso lugar”, completa.


Fonte: Catarina Loiola, da Agência Brasília , Edição: Carolina Lobo

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