No DF as mulheres são maioria...
Mulheres representam 52,2% da população do Distrito Federal
IPEDF
divulgou estudo sobre desigualdades de gênero em tempos de pandemia; trabalho
integra a série Retratos Sociais DF
O Instituto
de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF) divulgou, nesta
quinta-feira (1º), o sumário executivo do estudo Mulheres e desigualdades de
gênero em tempos de pandemia. A publicação faz parte da segunda edição da série
Retratos Sociais DF, que, a partir de dados da Pesquisa Distrital por Amostra
de Domicílios (Pdad) 2021, apresenta análises sociodemográficas e
socioeconômicas dos seguintes recortes da população: crianças, jovens,
mulheres, idosos; negros, pessoas com deficiência e LGBTQIA+.
O estudo
apresenta o perfil sociodemográfico da população feminina do Distrito Federal,
comparando os dados entre homens e mulheres em aspectos como educação,
responsabilidade pelo domicílio e arranjo familiar, trabalho remunerado e não
remunerado e segurança alimentar e nutricional, sob a perspectiva das desigualdades
de gênero.
Perfil sociodemográfico
A
maioria das mulheres do DF (77,9%) estava ocupada no mercado de trabalho formal
em 2021, segundo estudo divulgado pelo IPEDF | Foto: Joel Rodrigues/Agência
Brasília
Em 2021,
1.568.114 mulheres residiam na capital federal, correspondendo a 52,2% dos
moradores. Mais da metade da população feminina se declarava negra (57,4%). Na
classe A, 68% das mulheres eram brancas. Por outro lado, 70,6% das mulheres na
classe DE eram negras.
A menor proporção de mulheres chefes de domicílio era na classe A
(33%) e a maior proporção, na classe DE (60%)
A maioria da
população feminina (52%) convivia com cônjuge ou companheiro(a). Nas classes
mais altas, estavam as maiores proporções de mulheres casadas: 57% delas nas
classes A e B1. Em contrapartida, 52,9% das mulheres na classe DE eram
solteiras.
Educação
Em 2021, as
regiões administrativas com maiores proporções de mulheres com ensino superior
completo eram Lago Sul (86,9%), Sudoeste/Octogonal (86,8%) e Park Way (82,9%), todas
de alta renda. Já as regiões com menores proporções eram SCIA/Estrutural
(4,5%), Sol Nascente/Pôr do Sol (8,5%) e Fercal (8,9%), todas de baixa renda.
A proporção
de mulheres de 25 anos ou mais com ensino superior completo era maior que a de
homens nas classes mais baixas, com exceção da classe DE, na qual a proporção
era a mesma para ambos (2%). Nas classes mais altas, observou-se o contrário.
72,6% dos domicílios com arranjos monoparentais femininos
encontravam-se sob a responsabilidade exclusiva de mulheres negras
Domicílio
e arranjo familiar
Cerca de 49%
dos domicílios em 2021 eram chefiados por mulheres, frente aos 51% por homens.
Entre as responsáveis pela família, a maioria se encontrava em arranjos
monoparentais femininos (29,1%), enquanto os responsáveis pela família se
concentravam em arranjos de casais com filhos (41,5%).
Na análise
por classe social, observou-se que a menor proporção de mulheres chefes de
domicílio era na classe A (33%) e a maior proporção, na classe DE (60%). Além
de se concentrarem nas classes mais baixas, 72,6% dos domicílios com arranjos
monoparentais femininos encontravam-se sob a responsabilidade exclusiva de
mulheres negras.
No geral,
havia mais domicílios em que as mulheres são responsáveis pela família e
compartilham essa responsabilidade (52,2%) do que aqueles em que elas são
responsáveis e não a compartilham com cônjuge ou companheiro(a). No entanto, os
domicílios nos quais a responsabilidade é compartilhada concentravam-se nas
classes mais altas.
Trabalho
remunerado e não remunerado
No DF, 51,9%
das mulheres estavam trabalhando em 2021. A maioria delas estavam ocupadas no
mercado de trabalho formal (77,9%). Entre aquelas ocupadas informalmente
(22,1%), a maioria era negra (60,1%). A taxa de desemprego entre as mulheres
(14,5%) era quase o dobro da taxa observada entre os homens (7,7%) e acima da
taxa da população em geral (11%).
Analisando
por renda, na classe A, as mulheres ocupadas se encontravam principalmente nos
setores produtivos de educação, saúde humana e serviços sociais e de
administração pública, defesa e seguridade social.
Já na classe
DE, o trabalho doméstico era o setor no qual se encontrava a maioria delas
(30,3%). Além disso, o emprego doméstico remunerado era predominantemente
exercido por mulheres negras (72,8%).
Em relação
ao trabalho não remunerado, a proporção de mulheres que realizavam afazeres
domésticos (90,9%) era superior à de homens (77,4%). Em média, elas gastam
aproximadamente cinco horas semanais a mais em cuidados com o lar do que eles.
Insegurança
alimentar
Em 2021, a
insegurança alimentar atingia principalmente aquelas que eram responsáveis pelo
lar e de classes mais baixas. Na classe DE, 14% dos domicílios chefiados por mulheres
encontravam-se em situação de insegurança grave, 12% moderada e 23% leve. Mais
de 70% das chefes de família em situação de insegurança alimentar moderada ou
grave eram negras.
* Fonte: Agência
Brasília, Edição: Débora Cronemberger, com informações do IPEDF
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