Bumba Meu Boi no Distrito Federal, completou 60 anos...
Boi de Seu Teodoro celebra 60 anos com ações de educação em escolas
As apresentações começaram pela Escola Classe 11, em Sobradinho, e
seguem neste mês e em abril. Também haverá feiras e festas no decorrer do ano
Na última sexta-feira (17), a Associação da Cultura Candanga,
organização da sociedade civil (OSC) parceira no fomento, começou as
apresentações para estudantes pela Escola Classe 11, em Sobradinho, onde 180
alunos, de dez turmas da 1ª à 5ª série, acompanharam as evoluções de
música-dança-teatro do Boi de Seu Teodoro. Essas ações continuam neste mês,
estendem-se em abril e culminam com festança em 23 de junho, no Centro de
Tradições Populares, reunindo forró, quadrilha, tambor de crioula e, claro,
apresentação do Boi de Seu Teodoro.
“Meu pai criou o Boi por conta da saudade que sentia da festa no
Maranhão”, revela Guarapiranga Freire, 41 anos, caçula de 11 irmãos. Ele herdou
– juntamente com o nome alusivo à praia de pescadores na Ilha de São Luís do
Maranhão – a tarefa de divulgar o folguedo que, desde 2004, foi registrado como
patrimônio imaterial do DF, por sua importância como legítima referência
cultural da população.
Ferreira
Gullar
A primeira apresentação comandada por Teodoro Freire ocorreu na véspera
do aniversário de Brasília, em 20 de abril de 1961, na Rodoviária do Plano
Piloto, a convite do poeta Ferreira Gullar, então presidente da Fundação
Cultural de Brasília (antiga Secec), no governo Jânio Quadros.
Gullar, também do Maranhão, trouxe o conterrâneo e seu grupo folclórico
do Rio de Janeiro para participar do aniversário de Brasília. Dois anos depois,
já assentado na nova capital, onde conseguira emprego, Teodoro busca a família
e funda o grupo com seu nome.
Nas salas de aula, docentes aproveitam a lenda para reviver manifestações
de musicalidade, religiosidade e dança e estudar as contradições legadas pela
escravidão no Brasil.
Cultura
local
A professora do laboratório de informática da EC 11 de Sobradinho Taicy
Ávila acompanhou o percurso do Boi de Seu Teodoro na parte coberta do pátio da
escola, onde as evoluções do grupo provocavam risos e palmas das crianças.
“Acho muito importante, é um grupo daqui, faz parte da cultura local”, aprovou.
Taicy explica que a escola valoriza a contação de histórias, sendo ela uma das
professoras que trabalham com literatura.
Trajes e instrumentos tradicionais integram o Boi
de Seu Teodoro
A apresentação do Boi de Seu Teodoro também permite que os alunos tomem
contato com ricos figurinos que sincretizam elementos africanos e indígenas e
com um conjunto de instrumentos musicais regionais, como os pandeiros (feitos
de couro de bode, de até meio metro de diâmetro, sem platinelas), matracas
(chapas de madeira que produzem som agudo), maracas (chocalhos) e tambores de
onça (um tipo de cuíca que imita o som do mugido do boi).
O termo de fomento tem duração de oito meses, seguindo até novembro
deste ano. O valor é de R$ 500 mil e emprega em torno de 40 pessoas, com
destaque para as costureiras, encarregadas de trabalhar combinações de cores,
que mudam a cada apresentação. Além do circuito das escolas e da festa junina,
o Boi do Seu Teodoro também estará em duas feiras de artesanato na Torre de TV,
em abril e em julho, e em apresentações de tambores, em julho, no Parque Ana
Lídia e na Torre de TV.
*Fonte: Agência Brasília, Edição: Carolina Lobo, com informações da Secretaria de Cultura e Economia Criativa , Fotos: Maria Soraia
Nenhum comentário
Postar um comentário