Emater-DF em Sobradinho reuniu produtores rurais que vivem na região e representantes de instituições ambientais que estão envolvidas no estudo da conservação que envolvem o Ribeirão Sobradinho
Emater-DF coordena debate sobre a recategorização das Unidades de Conservação de Sobradinho
Será criado um Grupo de Trabalho para ouvir produtores rurais que vivem ao longo da bacia do Ribeirão Sobradinho
Para debater as propostas existentes para aumentar e recategorizar as
Unidades de Conservação (UC) que envolvem o Ribeirão Sobradinho, o escritório
local da Emater-DF em Sobradinho reuniu no último dia (20)
produtores rurais que vivem na região e representantes de instituições
ambientais que estão envolvidas no estudo. A gerente do escritório de
Sobradinho, Clarissa Campos, coordenou a reunião, que contou com a presença do
presidente do Ibram, Roney Nemer, além de assessores da entidade; do deputado
distrital João Cardoso; do fiscal do ICMBio, Maurício Laxe; e representantes da
Adasa, Caesb, das administrações regionais de Sobradinho I e II e das
associações rurais.
O Ibram apresentou um estudo prevendo a mudança de categoria das UCs que
circundam o Ribeirão Sobradinho para Monumento Natural (Mona) e a criação de um
parque unindo essas áreas. Assustados com o impacto que a medida poderia
provocar tanto em suas vidas quanto na produção rural, os produtores atendidos
pela Emater-DF demandaram uma reunião para que os órgãos ambientais envolvidos
pudessem dirimir suas dúvidas quanto ao projeto e propor a flexibilização da
categoria para Unidade de Conservação Sustentável (UCS). Essas unidades têm
como objetivo básico compatibilizar a conservação da natureza com o uso
sustentável de parcela dos seus recursos naturais.
O presidente do Conselho Rural da Associação dos Criadores e Produtores
de Sobradinho (ACPS), Tarcísio Marques, disse que existem mais de 25
associações rurais e que é necessário realizar um mapeamento mais detalhado da
região de forma a contemplar no estudo todas as áreas da Unidade Hidrográfica
do Ribeirão Sobradinho. “A Emater-DF é a casa do produtor rural e contribui
muito com o que nós desenvolvemos na área rural. Mas, o que me preocupa é que
um Monumento Natural é algo de muita importância e nós que estamos no centro da
discussão não sabemos os impactos dessa mudança. As pessoas mais
importantes para o Mona somos nós produtores, não é o Ibram e nem é o governo.
Essa mudança tem que vir de maneira que agregue a comunidade, o produtor e a
preservação ambiental”, salientou Tarcísio.
Por outro lado, a superintendente de Unidade de Conservação do Ibram,
Marcela Versiani, ressaltou que a entidade contratou uma empresa de consultoria
que fez o estudo apresentado. “Nós estamos totalmente abertos para revalidar o
estudo feito e ampliar o debate de forma a incluir o segmento rural”.
Grupo de Trabalho
O fiscal do ICMBio, Maurício Laxe, sugeriu a criação de um Grupo de
Trabalho sob a coordenação da Emater-DF, ampliando os parceiros e instituições
envolvidas, como a Câmara Legislativa, Ministério Público do DF e da União,
Caesb, Adasa e Ibram e incluindo os produtores rurais. “Criar uma Unidade de
Conservação não é um problema, mas categorizá-la, sim. Daí a importância fazer
uma análise sinérgica do estudo e realinhar as informações”, disse.
O presidente do Ibram, Roney Nemer, classificou a reunião como um
momento importante por ter reunido técnicos, políticos como o deputado João
Cardoso e os produtores rurais. “Fiquei encantado com as contribuições a
sugestão de criação do GT para discutir melhor a criação dessa Unidade de
Conservação ao longo de Sobradinho e postergar a audiência pública. Conversar e
dialogar é o fato maior. Precisamos ouvir o maior número de contribuições
possíveis para que a gente consiga apresentar o melhor para a comunidade.
Quando se cria, deve-se ouvir todas as pessoas impactadas e o produtor rural
está no centro desse debate, isso faz parte do processo democrático e a
orientação do nosso governador Ibaneis Rocha”, declarou Roney Nemer.
Para a gerente do escritório local da Emater-DF em Sobradinho, a reunião
foi um sucesso porque os produtores estavam angustiados e preocupados de não
poder mais conversar ou modificar a recategorização das Unidades de
Conservação. “Com a participação do Ibram e do ICMBio, vimos que o assunto não
está encerrado, que existe a possibilidade de flexibilizar a escolha de
Monumento Natural para Unidade de Conservação Sustentável e que teremos mais
tempo para debater mais, tomar decisões e voltar atrás de decisões por meio da
discussão com os produtores, se assim for definido durante o debate. Dessa
forma, os produtores estão saindo mais felizes e aliviados”, finalizou Clarissa
Campos.
A responsabilidade da Emater-DF nas próximas etapas será fazer união
entre os diversos atores que vão compor o GT e fazer a interlocução entre o
produtor rural e as instituições públicas. Para isso, vai organizar debates,
palestras para que todos os envolvidos sejam ouvidos e que os desdobramentos
sejam os mais corretos e justos.
Fonte: Ana Nascimento/ Ascom Emater DF
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