A remuneração mensal passou de R$ 1.302 para R$ 1.320. A medida provisória com o aumento foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União
Salário mínimo de R$ 1.320 entrou em vigor
Valor era previsto no
Orçamento, mas gastos do INSS atrasaram reajuste
Desde ontem,
segunda-feira (1º), o trabalhador que recebe salário mínimo tem o segundo
reajuste do ano. A remuneração mensal passou de R$ 1.302 para R$ 1.320. A medida provisória com
o aumento foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União.
O valor de R$ 1.320
originalmente estava previsto no Orçamento Geral da União de 2023. No
entanto, foi adiado em quatro meses porque o salário mínimo neste valor
não permitiria pagar os benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social
(INSS) durante todo o ano.
O aumento para R$
1.320 ficou em discussão porque os R$ 6,8 bilhões destinados pela Emenda
Constitucional da Transição se mostraram insuficientes para bancar o aumento
dos benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) atrelados ao
salário mínimo. Isso porque a forte concessão de aposentadorias e pensões no
segundo semestre do ano passado criou impacto maior que o estimado para os
gastos do INSS neste ano.
De acordo com o
Ministério da Fazenda, além dos R$ 6,8 bilhões, o governo precisaria de R$ 7,7
bilhões para bancar o aumento do salário mínimo para R$ 1.320 ainda em janeiro.
Inicialmente, a equipe econômica queria adiar o reajuste para 2024, mas o
governo conseguiu encontrar recursos para o novo aumento do mínimo. O dinheiro
veio do recadastramento do Bolsa Família, que eliminou 1,2 milhão de
beneficiários em situação irregular apenas em abril.
“O relator [do
Orçamento], depois que o projeto foi encaminhado ao governo federal, reforçou o
orçamento do Ministério da Previdência em R$ 6,8 bilhões. Só que esse recurso
foi consumido pelo andar da fila do INSS [redução da fila de pedidos]. A partir
do início do processo eleitoral, a fila começou a andar”, disse o ministro da
Fazenda, Fernando Haddad, em janeiro.
Segundo o ministro, a
aceleração da inclusão de aposentadorias e pensões consumiu os R$ 6,8 bilhões.
“Pedimos para a Previdência refazer os cálculos, para repassar na mesa de
negociação que será aberta com os sindicatos. O presidente cumpre a palavra
este mês e cumprirá a palavra este ano [sobre a valorização do salário mínimo
acima da inflação]”, acrescentou o ministro na ocasião.
Projeto
Após os dois reajustes
deste ano, um em janeiro e outro agora em maio, o governo busca discutir uma
política de valorização permanente do salário mínimo a partir de 2024. No
último dia (28/04), o ministro do
Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, informou que o governo em breve enviará um
projeto de lei que retoma a fórmula que vigorou de 2012
até 2019.
Pela política
anterior, o salário mínimo era corrigido pela inflação do ano anterior, pelo
Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e o crescimento do Produto
Interno Bruto (PIB) de dois anos antes. Caso o PIB encolha, haverá apenas a
reposição pela inflação. O Ministério da Fazenda defendia outra fórmula, que
incluiria a variação do PIB per capita e teria impacto menor
no Orçamento, mas foi vencido.
Fonte: Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil - Brasília,
Edição: Graça Adjuto
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