Bancada de parlamentares de Brasília, luta pela exclusão do Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF) do texto
Governo articula para não alterar texto do marco fiscal no Senado
Bancada
do DF no Congresso tenta excluir fundo próprio do projeto
Os
integrantes da articulação política do presidente Luiz Inácio Lula da Silva
trabalham para que o Senado mantenha o texto das novas regras fiscais,
conhecido como arcabouço fiscal, que foi aprovado na Câmara dos Deputados, há
cerca de três semanas. A matéria começa a ser analisada esta semana pelos
senadores e há pressão, sobretudo da bancada de parlamentares de Brasília, pela
exclusão do Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF) do texto. Se houver
mudança, o projeto retorna à Câmara dos Deputados, que pode confirmar ou não as
modificações.
“Teve esse
debate na Câmara, esse debate já aconteceu, a maioria dos deputados aprovou o
marco fiscal considerando não só o Fundo Constitucional, mas outros fundos. Que
são fundos que vão ter crescimento, porque o marco fiscal não impede esse
crescimento”, afirmou o ministro-chefe das Relações Institucionais, Alexandre
Padilha, em declaração à imprensa após se reunir com Lula e outros ministros do
governo, incluindo Fernando Haddad (Fazenda) e Rui Costa (Casa Civil), além de
líderes do governo no Congresso Nacional.
Responsável
pela articulação política do governo, Padilha informou que a prioridade é
concluir a aprovação final do texto nas próximas semanas. “A nossa expectativa
é poder votar o mais rápido possível, como conseguiu fazer na Câmara dos
Deputados”, destacou. Padilha ponderou que o novo marco fiscal tem um peso na
definição da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) do ano que vem, que precisa
ser apresentada até o fim de agosto, “além de reforçar um ambiente positivo na
economia”.
Criado em
2002 para sustentar as forças de segurança do DF e auxiliar no financiamento de
serviços de educação e de saúde, o Fundo Constitucional do DF, pelas regras em
vigor, deve ser corrigido anualmente pela variação real das receitas do
governo, a Receita Corrente Líquida (RCL). Essa atualização, no novo marco
fiscal, passa a crescer até 2,5%, considerando o limite máximo de 70% da
variação real da receita, ao longo dos próximos anos. O valor do Fundo em 2023
é de R$ 23 bilhões e se soma à receita própria do Distrito Federal, que este
ano está em R$ 34,4 bilhões.
O líder do
governo no Congresso Nacional, Jacques Wagner (PT-BA), criticou tentativas de
excluir a correção de receitas das novas regras fiscais. “Não há ninguém
discriminado no arcabouço votado na Câmara. Foi todo mundo colocado dentro do
arcabouço. Eu não sei o que vai ser a arrecadação, todo mundo fala que a gente
precisa ter responsabilidade fiscal, mas na hora que tem que ter, todo mundo
quer puxar o seu, aí não funciona”, afirmou. Para Wagner, no entanto, o “Senado
é soberano” e pode alterar o texto.
Sabatinas
Alexandre
Padilha também afirmou que uma das prioridades definidas pelo presidente da
República é o acompanhamento das sabatinas e da votação das indicações para o
Supremo Tribunal Federal (STF) e Banco Central, que devem ocorrer até o fim
deste mês, segundo projetou.
“O indicado
pelo presidente Lula [ao STF], [o advogado] Cristiano Zanin, tem feito jantares
e conversas, com senadores e senadoras, tem acompanhado o debate no Senado. E
essa é uma prioridade do nosso acompanhamento, como também os dois nomes do Banco
Central. A expectativa do governo é que tanto os dois nomes do BC, quanto o
indicado do STF, tenham as sabatinas e votações no plenário, encerradas anda e
junho”, disse.
Mais cedo, o
presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Davi
Alcolumbre (União Brasil-AP), afirmou que a sabatina de Cristiano Zanin está
marcada para o dia 21 de junho. O advogado foi indicado pelo presidente Lula
para ocupar a cadeira deixada por Ricardo Lewandowski, que se aposentou
recentemente.
Para o Banco
Central, as indicações são Gabriel Galípolo, para a diretoria de Política
Monetária, e Ailton de Aquino Santos, para a Diretoria de Fiscalização.
Galípolo é economista e professor, atual secretário-executivo do Ministério da
Fazenda. Foi presidente do Banco Fator entre 2017 e 2021. Já Ailton é servidor
de carreira do Banco Central há 25 anos, e ocupa o cargo de auditor chefe no
órgão. Ele será o primeiro negro da história a ocupar uma diretoria do Banco
Central.
Fonte: Pedro Rafael Vilela - Repórter da Agência
Brasil – Brasília, Edição: Marcelo Brandão
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