Preservando Meio Ambiente do nosso Cerrado
Laboratório do GDF trabalha na reprodução de espécies do Cerrado ameaçadas de extinção
Jardim Botânico de Brasília preserva espécies ameaçadas do Cerrado por meio de reprodução em laboratório
Jardim
Botânico de Brasília é o único espaço dedicado à reprodução de espécies do
Cerrado no Distrito Federal. Recentemente, uma pesquisa do IBGE apontou que
16,2% das 7.385 espécies do Cerrado estão em risco de extinção, destacando a importância
do trabalho realizado no Jardim Botânico para preservar essas espécies
ameaçadas.
“Fazemos um
trabalho de suma importância, pois pode acontecer de plantas que estamos
acostumados a ver simplesmente sumirem”, afirma a superintendente técnico-científica
do JBB, Lilian Breda. “Aqui temos uma variedade muito grande de plantas
reproduzidas e estamos fazendo um trabalho de formiguinha, mas empenhados em
preservar e conservar o Cerrado.”
A gestora
alerta sobre alguns fatores que aumentam causas da extinção de algumas
espécies: “Algumas pessoas coletam bromélias e levam para casa, retiram a
planta do habitat natural dela para embelezar a casa; elas acabam morrendo e,
com isso, temos várias espécies ameaçadas. As queimadas são outro fator que
contribui para a extinção”.
Processo
de reprodução
O
laboratório conta com sala climatizada com cerca de 10 mil mudas em estágio
inicial que acabaram de iniciar a germinação e 5 mil em frascos em fase final
de crescimento ou já preparadas para serem aclimatadas em ambiente externo,
além de três estufas com as plantas maiores. O espaço também tem equipamentos
que promovem a recirculação de 100% do ar, mantendo o espaço estéril para o
manuseio das espécies, o que evita contaminações do meio externo nas amostras
manipuladas.
“Realizamos
todo um processo de desenvolvimento e crescimento em ambiente controlado, com
climatização, iluminação e temperatura controladas”, explica o gerente do
laboratório, Daniel de Oliveira Mata, doutor em biologia molecular.
Ele detalha
o trabalho com as plantas: “Assim que estão aptas, elas serão aclimatizadas no
ambiente externo para ambientação em estufas apropriadas, com controle de
irrigação e adubação. Após todo esse processo, que pode durar anos, assim que
preparadas para viver em um ambiente externo, elas vão para o orquidário, ou
podem ser replantadas no JBB ou na natureza. Temos a capacidade de gerar novas
mudas em um processo científico que visa à conservação das espécies, melhora o
meio ambiente e preserva o Cerrado”.
Entre as
mudas produzidas no laboratório, informa ele, destacam-se, nos exemplares do
Cerrado, as espécies Cattleya walkeriana, uma orquídea em risco de extinção, e
Ubelmania pectinifera (tipo de cacto). Mas também há bromélias e mais orquídeas
de outros biomas.
Fonte:
Jornal de Brasília, Foto: Tony Oliveira/Agência Brasília
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