Música em Sobradinho é no ARTE NA PRAÇA VI
Mais uma noite de música de qualidade para ouvir e dançar na Praça das Artes
(*) José Edmar Gomes
No mês em
que se celebra o Dia da Consciência Negra (20 de novembro) e o Dia do Músico
(22 de novembro), o Projeto ARTE NA PRAÇA apresenta dois espetáculos musicais muito
adequados para comemorar as duas datas.
Trata-se do
show do cantor Gilson Sena, que é sobrinho de Teodoro Freire -- o introdutor
do bumba meu boi maranhense em Brasília e que nomeia a Praça das Artes.
Gílson – que se fará acompanhar pela Banda Voz Moskada -- se define como
um cantor de MPB, que adora o samba. Ele nasceu no Rio de Janeiro e tem o samba
como primeiro referencial sonoro, assim como outros ritmos que nasceram nas periferias.
“Quando bate
um tambor, seja ele qual for, meu coração bate junto,” confessa.
O cantor,
que vem de uma família musical, vai homenagear os compositores de samba do
Brasil e os músicos de sua família.
Filipe Silva & Banda será a outra atração musical da noite. Eles
prometem fazer do espaço da Praça um verdadeiro salão de dança, ao som do seu
trombone mágico, juntamente com outros metais, teclado, baixo e bateria.
O evento do
próximo sábado contará, ainda, com a eletrizante presença da dançarina Karol
Thayná e sua equipe, que executam exóticos números de dança do ventre, no
intervalo dos shows musicais, todos os sábados.
Este será o
11º evento do ARTE NA PRAÇA, que é desenvolvido pela Associação ARTISE de Arte
Cultura e Acessibilidade, há seis anos, com apoio da Secretaria de Cultura e
Economia Criativa e da Administração Regional de Sobradinho.
GILSON SENA
Gílson Sena se define como um cantor de MPB, que interpreta músicas que têm
relevância e solidificam os valores que positivam as bases epistemiológicas de
quem as ouve. “Músicas que agregam valor emocional, social, ambiental e
ancestral.”
Ele nasceu
em Bangu, Rio de Janeiro, em 1975, e tem no samba o primeiro referencial sonoro,
assim como outros estilos que nasceram nas periferias. “Em Brasília, temos a cena
do rock, pelo qual sou fascinado, mas quando bate um tambor, seja ele qual for,
meu coração bate junto,” confessa.
Gílson tem forte DNA musical, a partir do seio familiar. Sua mãe ouvia
Milton Nascimento sem parar; seu pai era um seresteiro que cultuava vozes, como
as de Nelson Gonçalves, Timóteo e Silvinho.
“Meu tio
João Sena era samba na veia o tempo todo; o outro tio, Teodoro Freire (esse que
dá nome à Praça das Artes), ouvia Papete, bumba meu boi, maracatu e tambor de crioula,
ritmos ligados ao Maranhão.”
Ainda adolescente,
Sena foi afetado pelo peso do rock e passou o ouvir os grandes, como Led
Zeppelin, Pink Floyd... mas a convivência com a turma do Elefante o integrou à Cena
do Rock Brasiliense e ele, como bom geminiano, passou a digerir uma salada,
cujo ingredientes eram punk, trash, death...
“...Ratos do
Porão, Sepultura, Sarcófago... eu sou formado por muitos estilos,
principalmente por Fernando Pessoa e Belchior”, surpreende-nos o músico ao
incluir o cearense e o poeta português na sua salada de preferências.
O artista
morou em Sobradinho por 23 anos, mas está em Planaltina há oito. Lá, entre o
lirismo das janelas, portas e telhados coloniais e a religiosidade popular,
Gilson renasceu para a arte.
“Planaltina
tem muita oportunidade cultural. É uma cidade pra lá de centenária, em que a
população reconhece a arte como necessidade básica; tem muito artista de várias
áreas, todos integrados ao poder da transformação de valores, através da arte,”
assim Gílson define a antiga cidade goiana, guardiã da Pedra Fundamental
do DF.
Sena também se define como um amante da poesia e adorador das nuances da
linguagem artístico-musical de Cartola, Belchior; os Chicos Buarque, César e
Science; Gil; Caetano; Benjor; Geraldo Azevedo; Renato Russo... “Sou feito de muitas
coisas.”
Gílson é feito de muitas coisas, inclusive de busca existencial e tem Belchior
como um mestre, “um multiartista”.
“Penso nele
como um pai. Os pais da minha geração e das ‘periferias’ tiveram e têm
dificuldade de construir diálogos com seus filhos, sobre a vida, sexo,
educação, direitos... muitos de nós encontramos esse diálogo na música. Nesse
sentido é que Belchior é como um pai ideológico para mim,” esclarece o artista.
Mas, Gílson
não nega o valor do seu pai biológico e de sua família, na sua formação musical
e cidadã.
“Meu pai
Pedro Sena e meu tio João Sena nunca foram de falar muito sobre certos
assuntos, mas aprendi muito com o que as letras de suas canções diziam. A
música é vida presente e real,” pondera Sena.
“Sábado, o som
é na Praça Teodoro Freire. Meu tio, apesar de Mestre do Boi, curtia um bom samba.
Estamos nos Mês da Consciência Negra e quero fazer uma homenagem à minha
família, que é muito ligada ao ritmo, e aos grandes compositores do País,”
finaliza Gilson Sena, que se apresenta às 19h.
FILIPE SILVA & BANDA
A outra
atração musical da Praça das Artes, do próximo sábado, 25 de novembro, será
mais uma banda de qualidade que vai nos direcionar aos bons tempos dos bailes,
quando os casais podiam mostrar sua habilidade nos passos e se aconchegar nos
braços um do outro.
FIlipe Silva e sua Banda prometem fazer do espaço da Praça um verdadeiro
salão de dança ao som do seu trombone mágico, juntamente com outros metais,
teclado, baixo e bateria.
Ele faz
este trabalho, há mais de 15 anos, e já encantou plateias do Clube do Choro, da
Escola de Música de Brasília, de cidades de Minas Gerais e do Espírito Santo.
Seu repertório é variado e inclui números de salsa, choro, baião e pop.
Filipe tem especial preferência pela Música Popular Brasileira e sua banda
executa virtuosamente peças de Pixinguinha, Luiz Gonzaga, Tom Jobim e outros
grandes nomes da MPB.
Filipe Silva, que é do Piauí, estuda música desde os sete anos e mudou-se para
Brasília, em 2003. Ele vem se aperfeiçoando no trombone, desde os 15 anos, e garante que seu som não deixa
ninguém parado.
Felipe & Banda se apresentam a partir das 21h, no palco da Praça das Artes Teodoro
Freire.
(*) José Edmar Gomes – ASCOM da ARTISE
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