GDF alinha com rede privada protocolo de atendimento para pacientes com dengue
GDF alinha com rede privada protocolo de atendimento para pacientes com dengue
Em reunião no Palácio
do Buriti, foi apresentado um manual de diretrizes para organização do
atendimento à saúde, que será implementado pelas instituições particulares
Foi apresentado aos
gestores da rede suplementar um manual de manejo clínico atualizado da doença,
com a escala de classificação de risco. As instituições particulares se
comprometeram a aderir ao protocolo, cujo objetivo é auxiliar na preconização e
efetividade do atendimento às pessoas com sintomas da doença.
“Há uma necessidade da
integração da rede pública com a rede particular, porque as pessoas não morrem
somente na rede pública. Há uma necessidade de nivelamento de protocolos e
procedimentos”, afirmou a vice-governadora do DF, Celina Leão. “É isso que nós estamos
fazendo, chamando a rede privada para discutir, porque o que nós estamos
enfrentando não é nada do que foi passado da dengue nos últimos 10 anos. Então
o recado que nós deixamos aqui é para não subestimar a dengue e não aceitar o
efeito rebote sem procurar uma unidade de saúde”, acrescentou.
O documento
apresentado foi criado pelo Ministério da Saúde a partir dos dados mais atuais
sobre a doença, que, apesar de acometer o Brasil há mais de 40 anos, teve suas
características modificadas com a circulação de novos sorotipos que têm se
mostrado mais graves. Atualmente, nove estados e o Distrito Federal estão em
estado de emergência em saúde pública devido à epidemia de dengue.
“Períodos de epidemia
trazem um aumento da demanda e para isso os serviços precisam estar melhor
organizados para não só receber essa maior demanda, mas avaliar com todo o
cuidado necessário”, destacou o coordenador geral de Urgências do Ministério da
Saúde, Felipe Requi. Segundo ele, é preciso organizar o fluxo assistencial de
forma adequada, com equipes mais sensíveis aos sinais de alerta, ao
estadiamento (grau de classificação de risco) e o acompanhamento continuado do
paciente após a alta.
A secretária
de Saúde, Lucilene Florêncio, reforçou que a medida visa atender toda a
população do DF de forma mais efetiva e organizada.
“O Ministério da Saúde
tem observado na rede pública do Distrito Federal os ajustes, os avanços e as
potencialidades da classificação e do manejo clínico para trazer um olhar
apurado sobre a dengue”, comentou. “Setenta por cento da nossa população é
‘susdependente’, mas ainda temos 30% que busca a rede suplementar, por isso
temos que alinhar e observar as condições”, disse.
Representando a rede
particular, a superintendente do Sindicato Brasiliense de Hospitais,
Casas de Saúde e Clínicas, Danielle Feitosa, classificou a reunião como de
extrema importância.
“Para nós da rede
privada ter esse olhar do setor público, que está analisando dados, descobrindo
as cepas e identificando qual paciente tem mais chance de mortalidade e que tem
mais sucesso no tratamento, é muito importante. Vem para contribuir com a
evolução dos nossos tratamentos e atendimentos, que já seguem os protocolos do
Ministério da Saúde, mas eles têm sido atualizados a cada dia, porque
descobrimos uma dengue diferente”, diz.
Enfrentamento no DF
Desde 25 de janeiro
após a publicação de um decreto governamental, o Distrito Federal está em
estado de emergência em saúde pública devido ao aumento do número de casos de
dengue. Entre as ações de enfrentamento à doença, o governo adotou a ampliação
do horário de atendimento das unidades básicas de saúde, a instalação de tendas
de acolhimento e hidratação, os mutirões de limpeza e de atendimento médico nas
regiões administrativas, a aplicação de vacinas no público alvo de 10 a 14
anos, além da testagem e sequenciamento dos casos e dos óbitos da doença.
“É importante colocar
que nenhum estado do Brasil consegue ter um diagnóstico claro e sem
subnotificação igual ao nosso. Nós estamos encarando esses dados e os abrindo
para o Ministério da Saúde, pesquisando para que não tenhamos mais óbitos, para
que possamos enfrentar essa epidemia gravíssima de frente, sem subnotificação e
sem perder mais ninguém”, acrescentou a vice-governadora.
Celina Leão aproveitou
para fazer um pedido a população para que os pais e responsáveis levem as
crianças para se imunizarem contra a doença nos pontos de vacinação disponibilizados no site da Secretaria de Saúde.
“Peço que as pessoas
venham para que a gente não tenha também todas essas crianças expostas a essa
gravidade dessa doença”, pediu.
Fonte:
maisbrasilia.com, Foto: Renato Alves/Agência Brasília
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