Café especial conquista espaço no mercado brasiliense e estimula novas produções rurais
Café especial conquista espaço no mercado brasiliense e estimula novas produções rurais
Em 2023, DF produziu 1,7 mil toneladas de grãos,
superando R$ 14,5 milhões em valor bruto de cultivo; atividade é estimulada
entre agricultores da região do Lago Oeste, em Sobradinho, como alternativa de
renda
A visita fez parte da Semana do Produtor Rural da Emater, em Sobradinho, e busca incentivar o aumento da produção local de café, que já registra números expressivos. Em 2023, foram mais de 1,7 mil toneladas de grãos produzidos, em 400 hectares de terra distribuídos nas propriedades de 92 agricultores registrados. A produção significou um valor bruto de mais de R$ 14,5 milhões.
Atividades
da Semana do Produtor Rural da Emater incentivam a produção de um café de
qualidade no DF
Uma das apostas da Emater para o crescimento
da atividade cafeicultora no DF é a região do Lago Oeste. Isso porque, segundo
os técnicos da empresa, a área rural de Sobradinho tem vocação natural para o
plantio do fruto cafeeiro; pode se tornar uma alternativa de renda dos
produtores da região.
“Estamos incentivando muito a produção no Lago Oeste por ser uma região com propriedades menores, em que fica mais fácil de cuidar, adubar e colher o café especial. Sendo assim, são produções com menores proporções e com potencial para render tanto uma renda extra como para se tornar a renda principal do agricultor”, explica o engenheiro agrônomo da Emater Bruno Caetano.
Bruno
Caetano: “Estamos incentivando muito a produção no Lago Oeste por ser uma
região com propriedades menores, em que fica mais fácil de cuidar, adubar e
colher o café especial”
O café especial citado pelo técnico é
caracterizado pela alta qualidade dos grãos cultivados em condições ideais,
colhidos de maneira seletiva e processados com cuidado para preservar suas
qualidades sensoriais. Os grãos passam por rigorosos critérios de avaliação,
incluindo a ausência de defeitos e uma pontuação elevada em atributos como
aroma, sabor, acidez, corpo e doçura. O resultado é uma bebida complexa e rica
completamente diferente do tradicional cafezinho preto.
Alternativa de renda
Proprietário de uma chácara em Sobradinho, o produtor rural Rubens Alves, de 69 anos, conta ter começado a plantar café de maneira despretensiosa e impulsionado pela paixão pela bebida. “O que também contribuiu foi o fato de eu ter uma área pouco utilizada e sombreada na minha propriedade, ideal para plantar café”, diz.
Rubens
Alves começou plantando 350 mudas de café e no final do ano pretende chegar a
mais de mil
Logo de início, foram 350 mudas plantadas.
“Achei bonita a cultura, o verde da folhagem é muito interessante e, estudando
mais sobre o café, acabei me apaixonado. Em seguida, resolvi plantar mais 450
mudas e no final deste ano devo plantar mais mil de uma nova espécie também
chamada paraíso”, prossegue o agricultor.
Alves relata que, desde o início do cultivo,
contou com o apoio da Emater. “Eles me ajudaram na sistematização de um plano
de condução da lavoura, tanto na parte de irrigação, quanto na parte de
nutricional, na parte de plantio, e de conservação de solo. A Emater me trouxe
uma ajuda fundamental no processo de pós-colheita do meu café especial”,
detalha.
Da fazenda à xícara
O café especial produzido na propriedade de
Rubens é comercializado em cafeterias do DF. Um dos endereços é o Mercado do
Café de Brasília, na 509 no Sul. No local, os grãos de alta qualidade
cultivados pelo produtor rural passam pelo processo de torra conduzido por
Marcos Moulaz, um dos profissionais mais reconhecidos da área na capital.
O processo de torra marca a transformação dos
grãos verdes colhidos e separados manualmente por Rubens em uma bebida complexa
em sabores e aromas. “Costumo dizer que sou apenas um elo da corrente. Falo
isso pois o produtor me traz a matéria-prima, um café excepcional, e eu consigo
extrair o que há de melhor nesse grão, avaliando os sensoriais da bebida e
ajudando a aflorar as principais nuances”, explica Moulaz.
Agrônomo de formação, o mestre de torra
comemora a expansão do mercado de café especial no Quadradinho. “É uma
atividade em constante crescimento e quem mexe com café especial é apaixonado
no que faz. Eu entrei nesse ramo em 1994, quando decidi que era hora de parar
de beber café ruim”, brinca o empresário.
Fonte: Victor Fuzeira, da Agência Brasília , Edição: Vinicius Nader, Fotos: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília
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