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Nos treinos em Sobradinho, Caio Bonfim sofria bullying e era chamado de gay

 Nos treinos em Sobradinho, Caio Bonfim sofria bullying e era chamado de gay

Nosso medalhista de prata na marcha atlética, que é treinado pela mãe, Gianette Bonfim, mostra como superou seus desafios

Após a sua emocionante conquista da medalha de prata nos Jogos de Paris, perguntaram ao brasiliense Caio Bonfim se foi difícil terminar em segundo na marcha atlética:

“Não! Difícil foi desde o primeiro dia que eu comecei a treinar, desacreditado e sofrendo preconceito”, desabafou o atleta, que era xingado de gay pelas ruas de Sobradinho, durante os treinamentos.

Caio Oliveira de Sena Bonfim é natural de Sobradinho, no Distrito Federal. Ele já havia chegado perto do pódio nos Jogos do Rio, em 2016 terminando em 4º lugar. Caio também conquistou duas medalhas de prata nos Jogos Pan Americanos (Lima 2019 e Santiago 2023).

Curioso é que o atleta brasiliense é treinado pela sua mãe, Gianette Bonfim, que foi atleta e oito vezes campeã da marcha atlética. Ela chegou a ter índice olímpico para participar dos Jogos Olímpicos de 1996, mas não competiu.

Rebolar é preciso

Rebolar é quase uma obrigação na marcha atlética. O atleta tem sempre que manter um dos pés em contato com o solo enquanto marcha, por isso, a técnica mais utilizada é de lançar o quadril à frente para ganhar velocidade sem correr. O movimento, no entanto, é o motivo de todo deboche, ofensa, xingamento e homofobia contra os praticantes, como podemos ver no trecho dessa reportagem do jornalista Daniel Brito, em reportagem publicada no UOL Esportes, em 2015.

Caio Bonfim costumava ouvir xingamentos pelas ruas de Sobradinho: ‘Viado’. Seguia-se de nova agressão verbal: ‘Toma jeito de homem’. E mais outra: ‘Para de rebolar’. Na época, o atleta disse ao UOL que costuma não perder a cabeça e prefere se concentrar nos treinos. Mas conta que em Sobradinho, onde nasceu, cresceu e aprendeu a marchar, a quantidade de gente que o incentiva nas ruas em vez de o ofender está se tornando maior a cada dia. “Quanto mais a gente compete e traz resultados, mais conhecido a gente vai ficando”, concluiu.

Fonte: Marcondes Brito/Jornal de Brasilia

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