Dia Nacional de Combate à Tuberculose alerta para a importância do tratamento
Dia Nacional de Combate à Tuberculose alerta para a importância do tratamento
Abandono dos pacientes está diretamente
relacionado à piora ou mesmo ao óbito. Rede pública oferece acolhimento
completo
Doença infecciosa e transmissível, a
tuberculose tem um tratamento eficaz oferecido pelo Sistema Único de Saúde
(SUS). Porém, sentir-se bem e abandonar as recomendações médicas pode levar os
pacientes à piora ou mesmo ao óbito. Esse é um dos principais alertas feitos em novembro, para o Combate à Tuberculose.
A rede de Unidades Básicas de Saúde é a porta
de entrada para os serviços de diagnóstico e de tratamento contra a tuberculose
“O abandono de tratamento tem consequências
extremamente graves. A primeira delas é a recidiva da doença”, explica o médico
infectologista e Referência Técnica Distrital (RTD) em infectologia da
Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), José David Urbaez. “Quando o
paciente abandona o tratamento sem finalizá-lo, dá a oportunidade para a
bactéria desenvolver resistência. Além da resistência e da recidiva, que já são
problemas sérios, o abandono sustenta a transmissão, pois pacientes que não
erradicam a bactéria continuarão transmitindo”, alerta.
O tratamento, à base de antibióticos, é
totalmente eficaz, mas precisa ser seguido corretamente. É comum que ocorram
alguns efeitos colaterais, como dor abdominal, náuseas, formigamento nos pés e
alterações no humor. Como o quadro geral do paciente costuma melhorar
significativamente já nas primeiras semanas, muitos interrompem o tratamento
prematuramente. “Depois de interromper o tratamento, a pessoa se sente bem por
um tempo. Mas aí acontece a recidiva e, geralmente, o quadro é mais grave do
que da primeira vez. Além disso, o sucesso do tratamento pode ser bem menor”,
alerta o médico.
Abandonar o tratamento contra a
tuberculose traz risco de agravamento da doença
Dados da SES-DF informam que, somente em 2023,
81 pacientes abandonaram prematuramente o tratamento no DF. O número total de
casos ao longo do ano foi de 580, segundo dados do Sistema de Informação de
Agravos de Notificação – Sinan Net. Foram registrados 22 óbitos.
Diagnóstico Precoce
A SES-DF oferece uma ampla rede de atenção,
apta para atender desde os casos considerados mais simples até os mais
complexos. O paciente encontra acolhimento inicial em uma das 176 Unidades
Básicas de Saúde (UBSs) do DF para fazer uma avaliação e, se necessário, o
“teste do escarro”, uma das técnicas de confirmação do diagnóstico.
Entre os principais sintomas estão tosse seca
ou com secreção por mais de três semanas — há possibilidade de tosse com pus ou
sangue. Cansaço excessivo, febre baixa, suor noturno, falta de apetite,
emagrecimento e rouquidão são outros sintomas prováveis. Fatores como má
alimentação, falta de higiene, tabagismo, alcoolismo, uso de drogas ou qualquer
outra condição que diminua a resistência do organismo também contribuem para o
desenvolvimento da doença.
O início do tratamento também é importante
para interromper a transmissão. “Durante o tratamento, quando feito de forma
adequada, calcula-se que em mais ou menos duas semanas a pessoa para de
transmitir a bactéria. Por isso, a importância da estratégia de identificação e
tratamento precoces da doença”, explica o infectologista José David Urbaez.
No Centro Especializado em Doenças Infecciosas
(Cedin), são atendidos os pacientes mais graves infectados com a doença,
incluindo aqueles que abandonaram o tratamento e apresentaram retorno da
doença, aqueles em que os exames apontam para a ineficácia das medicações
padronizadas e portadores de doenças que afetam o sistema imune, como é o caso
da AIDS.
*Com informações da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), Foto: Jhonantan Cantarelle/Agência Saúde-DF & Foto: Breno Esaki/Arquivo Agência Saúde-DF
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