Internet é aliada contra o desperdício de alimento, diz influenciadora
Internet é aliada contra o desperdício de alimento, diz influenciadora
Evento no G20 Social trouxe exemplos de
combate à fome no mundo
Nas redes sociais, os vídeos
de Surthany Hejeij têm milhares de visualizações. A influenciadora, de origem
libanesa e venezuelana, fala de um assunto que não é comum nessas plataformas:
o combate ao desperdício de alimentos. Nas publicações, a influenciadora
prepara pratos e refeições, em grandes quantidades, a partir de alimentos que
seriam jogados fora.
Ao participar do painel
Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza na abertura do G20 Talks, que integra
a programação do G20 Social, no Rio de Janeiro, ela contou como as redes
sociais podem mudar a postura das pessoas diante do desperdício de alimentos e
melhorar a segurança alimentar.
“Nós muitas vezes não
acreditamos no impacto das redes sociais e como elas influenciam o nosso dia a
dia. A gente vê vídeos que se tornam virais em que se vê muita comida
desperdiçada. Jogam os sacos no chão. Eu tentei transformar essa visão em como
esses alimentos podem ser usados e transformados de alguma forma para ajudar
uma pessoa que precisa”, disse a influenciadora, que em alguns vídeos já
preparou pratos típicos brasileiros.
Iniciativa do governo
brasileiro, a Aliança Global Contra a Fome e a
Pobreza tem,
atualmente, a adesão de mais de 30 países. Brasil e Bangladesh foram
os dois primeiros. A iniciativa foi aprovada por aclamação em encontro do
G20, em junho, também em evento no Rio de Janeiro.
A Aliança Global contra a
Fome e a Pobreza tem apenas dois endereços físicos, um no Brasil e outro na
sede da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), em
Roma. O Brasil se dispôs a arcar com metade dos recursos de manutenção.
Refugiados
A atriz, empresária e
ativista dos direitos humanos sul-africana, Nomzano Mbatha,
desenvolve projetos de combate à pobreza entre refugiados. Como
embaixadora da ACNUR das Nações Unidas, costuma visitar campos de
refugiados no continente africano.
Nomzano relata que os
refugiados são vistos, geralmente, somente pelo ponto de vista da pobreza
extrema ou que deixaram suas terras e cultura por escolha própria.
Essa perspectiva, diz a
ativista, dificulta encontrar grandes doadores interessados em apoiar
a causa, por não identificarem os refugiados como pessoas
com capacidade de se renovarem.
“Estamos mudando a narrativa
para dizer que os refugiados não são pessoas destruídas. São pessoas deslocadas
por causa de consequências que não tem a ver nada com o que fizeram. Quanto
mudamos a narrativa, convidamos o setor privado e ao convidar bancos do mundo
inteiro vão entender que nos campos de refugiados existe uma economia. Há
pessoas que estão se reconstruindo, vendendo frutas e verduras, roupas, pessoas
que gostariam de começar uma nova vida”, ressaltou.
Ações conjuntas
Atual diretora
Socioambiental do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES),
Tereza Campello comandou o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate
à Fome de 2011 a maio de 2016, quando coordenou programa para retirada de 22
milhões de brasileiros da fome.
No painel, ela destacou que
não há bala de prata, uma solução única para o combate à fome e à
pobreza. São ações que precisam ocorrer em conjunto.
Ela citou, como exemplo,
a merenda escolar, que foi melhorada ao longo do tempo no país.
“No Brasil, a gente está estimulando que as
escolas comprem localmente, diminui a emissão de gases porque diminui o
transporte, come comida mais fresca. Tem lugar que as crianças comem na escola,
mas come biscoito recheado com suco de caixinha, ao invés da comida de verdade.
É o que a gente está tentando fazer. Criança na escola se alimentando com
qualidade pelo menos uma vez, está protegida em um momento do dia com comida de
verdade”, disse.
Pobreza energética
No painel de abertura, a
primeira-dama, Janja Lula da Silva, informou que trabalha em um
projeto para a construção de cozinhas sustentáveis, equipadas com placas
solares, por exemplo, que permitem o funcionamento de fogões para
o cozimento dos alimentos.
A primeira-dama relata que a
falta de energia elétrica é um problema que afeta a vida de mulheres
em diferentes territórios.
Em alguns países da África,
elas precisam caminhar longas distâncias em áreas desertas para
buscar lenha para o preparo de alimentos, podendo ser vítimas de agressão
e violência sexual.
“É um projeto-piloto que tenho a honra de
estar construindo em parceria com a Itaipu Binacional, o Ministério de Minas e
Energia, e de Desenvolvimento Social que a gente quer levar para o mundo. A
gente precisa transformar, porque quando se fala de fome e pobreza, isso afeta
drasticamente a vida de mulheres e meninas e é para essa população que eu tenho
o meu esforço voltado”, afirmou.
A socióloga
e primeira-dama, Janja Lula da Silva, fala no G20 Talks. Painel de Abertura:
Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, no Espaço Cria do G20 Social, na
região portuária do Rio.
A expectativa da
primeira-dama é que ao final da cúpula do G20, na próxima terça-feira (19), o
número de adesões à Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza seja
ampliado.
Fonte: Cristina Indio do Brasil – Repórter da Agência Brasil- Rio de Janeiro, Foto: Tania Rego/Agência Brasil, Edição:Carolina Pimentel
Nenhum comentário
Postar um comentário