Produção de flores movimenta mais de R$ 200 milhões por ano no Distrito Federal
Produção de flores movimenta mais de R$ 200 milhões por ano no Distrito Federal
No ano passado, segmento registrou alta de 13,22%;
Emater-DF presta apoio fundamental desde a produção, até a organização de
eventos como a FestFlor, que chega à 9ª edição
Há 30 anos, Lucimar Freima, 54 anos, chegou ao Distrito Federal, vinda do Espírito Santo, e começou a trabalhar na produção de plantas ornamentais. Pouco tempo depois, ela viu um aumento na procura por suculentas e passou a dedicar-se também a esse nicho. No início, as plantas menores eram criadas na varanda da casa em sua chácara, no Núcleo Rural Rajadinha, em Planaltina. Só que a produção cresceu tanto que precisou de um novo lugar. Hoje, são três estufas só para cactos e suculentas.
Em 2023, o
valor bruto de produção de flores no DF foi de mais de R$ 200 milhões, valor
13,22% superior ao ano anterior
A trajetória de Lucimar reflete o movimento do
mercado de floricultura na capital federal. Segundo a Empresa de Assistência
Técnica e Extensão Rural (Emater-DF), no ano passado, o valor bruto de produção
foi de R$ 205,8 milhões — o que revela uma alta de 13,22% em relação ao ano
anterior, quando o valor foi de R$ 181,7 milhões.
“No ano passado, no mês das mães, faltou
suculenta”, conta a empresária. “Se eu tivesse 3 mil suculentas, eu tinha
vendido tudo, as estufas ficaram praticamente vazias. Eu amo tanto essas
plantas, porque não tem problema, não tem tristeza que pare na frente da gente
quando abre uma flor.”
Programa de floricultura
“Nós somos o terceiro consumidor per capita e
o quinto em volume global de compras”
Cleison Duval, presidente da
Emater-DF
O crescimento de Lucimar e do setor como um
todo teve apoio fundamental da Emater. “A floricultura é um programa
prioritário nosso, porque a gente acredita que a atividade tem uma alta
remuneração e tem um consumo grande no DF”, aponta o presidente da empresa,
Cleison Medas Duval – que, antes de assumir a presidência, foi coordenador do
programa de floricultura da Emater-DF.
“Nós somos o terceiro consumidor per capita e o quinto em volume global de compras”, prossegue o gestor. “Na minha época [2007], eram 57 produtores. Hoje, com esse trabalho de incentivo e capacitação, nós já estamos com 216. Não é muito fácil você trabalhar na atividade, mas houve um aumento. Qual o resultado disso? É renda, emprego, qualidade de vida para aquelas famílias que estão produzindo. O dinheiro está girando dentro da própria cidade.”
Lucimar
Freima contou com apoio da Emater-DF para expandir seu comércio de suculentas:
“Não tem tristeza que pare na frente da gente quando abre uma flor”
A assistência da Emater-DF alcança todas as
etapas da produção. “Nós temos um atendimento bem amplo ao produtor, desde a
parte técnica propriamente dita, a parte de adubação, escolha de planta,
climatização, local, irrigação… e também essa parte de comercialização de
entender os processos produtivos. A gente acompanha todas as etapas dentro da
propriedade”, explica a extensionista rural Gesinilde Santos.
“A Emater-DF sempre atende bem, está sempre
conosco”, elogia Lucimar. “Uma vez, teve uma feira em que eu só não fiquei para
trás porque eles arrumaram um caminhão. A Gesinilde chegou aqui com garra, me
ajudou a lotar o caminhão e a gente foi para a feira. Então, eles estão sempre
com o produtor, estão sempre acompanhando, sempre prontos para ajudar.”
FestFlor
Uma das principais formas de apoio pela
Emater-DF é a organização da feira FestFlor Brasil, que chega à nona edição
neste ano e fica até domingo (8) no Pavilhão de Exposições da Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), na Asa Norte, com participação
de mais de 100 produtores.
“A gente criou [a FestFlor Brasil] em 2010
para mostrar para a população que existe floricultura no DF”, relata Cleison
Duval. “Em várias edições, nós trouxemos produtores de vários estados
justamente para mostrar que a floricultura existe, precisa de apoio e é também
um momento que a gente junta todos os elementos da cadeia produtiva. Não tem só
o produtor rural; tem o decorador, o paisagista, o lojista, os produtores de
insumos. Você junta todo mundo ali, eles se conhecem, fazem negócios entre
eles, e isso é bom para a cadeia como um todo.”
O resultado tem sido positivo para clientes e
vendedores. “É muito bom estar lá, expondo os produtos da gente”, assegura
Lucimar, que também comercializa suas plantas na chácara e pela internet. “Com
isso, o povo pode comprar direto do produtor. Dá uma força para o produtor e
ainda compra mais barato, leva um produto bom para casa com um preço bom
também”.
Fonte: Fernando Jordão, da Agência Brasília, Edição: Chico Neto, Fotos: Matheus H. Souza/Agência Brasília
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