Mais de 200 mil estudantes do DF tem acesso ao Cartão Material Escolar; itens de qualidade aquece economia local
Mais de 200 mil estudantes do DF tem acesso ao Cartão Material Escolar; itens de qualidade aquece economia local
Criado por este GDF em 2019, programa promove
inclusão social, igualdade educacional e injeta dinheiro no comércio das
regiões administrativas. Neste ano, governo ampliou em 15% o número de alunos
atendidos e aumentou a rede de papelarias credenciadas
O sorriso da dona de casa
Juliana de Oliveira, 36 anos, evidencia a felicidade que é comprar os itens que
vão acompanhar o filho Abner, 10 anos, durante o ano letivo. Graças ao Cartão
Material Escolar (CME), benefício ofertado pelo Governo do Distrito Federal
(GDF) desde 2019, a mãe pode adquirir a lista escolar e, ainda, escolher
conforme a qualidade e as preferências da criança. Antes do benefício, o gasto
pesava no orçamento familiar e não era possível adquirir nem metade da lista.
“Era muito complicado. Chegava
em janeiro pensando se ia conseguir comprar um caderno e um lápis, pelo menos,
e sempre do mais barato”, lembra a moradora de Samambaia. “Hoje conseguimos
comprar a lista completa e escolher o que deixa a criança feliz, para que vá
para a escola de cabeça erguida. Muitas vezes uma borracha diferente deixa a
criança encantada, e ver o filho ir sorrindo para a escola é o melhor presente
para uma mãe.”
Executado pela Secretaria de
Educação (SEEDF) em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Social
(Sedes-DF), o benefício oferta R$ 320 aos estudantes da educação infantil e
ensino fundamental e R$ 240 aos que cursam o ensino médio. Em 2019, a iniciativa
beneficiou mais de 64 mil alunos com orçamento de cerca de R$ 20 milhões. Desde
então, os números cresceram significativamente, alcançando mais de 175 mil
estudantes em 2024, com aporte na ordem de R$ 54 milhões.
Neste ano, um novo recorde deve
ser registrado: a previsão é que sejam atendidos 200 mil discentes, um
crescimento de 15%, com um investimento de R$ 58 milhões. O primeiro lote de
2025 foi pago em 31 de janeiro para 132.048 estudantes, com o valor investido
de R$ 41,1 milhões. A etapa inicial foi destinada às famílias que já eram
beneficiárias e já possuem os cartões físicos. Outros dois lotes estão
previstos para novos contemplados que ainda não possuem o cartão e outros
casos, desde que estejam dentro dos critérios. O pagamento para o segundo lote
deve ocorrer até 10 de março, e para o terceiro, até 2 de abril.
Incentivo à educação
A secretária de Educação, Hélvia
Paranaguá, destaca que o CME contribui com a inclusão social de alunos em
situação de vulnerabilidade. “Sempre fui uma grande defensora do Cartão
Material Escolar porque é de extrema importância que os estudantes carentes
tenham igualdade de escolha dos próprios materiais como aqueles que têm
condições de comprar. É um programa que promove a inclusão e, por isso, nós
prezamos por ele e por sua expansão”, afirma.
Beneficiária da iniciativa desde
2021, Juliana reforça o impacto do valor recebido para a jornada estudantil.
“Quando a gente não tem muita renda, vai nos mais baratinhos. Mas agora posso
comprar uma coisa melhor para meu filho, que dura mais. Para muita gente pode
parecer besteira, mas é emocionante, e agradeço por poder contar com o governo
para isso”, enfatiza Juliana, que recebe o CME desde 2021.
Fã de super-heróis e videogames,
Abner esperava ansiosamente pelo momento de ir à papelaria. “É muito legal ter
materiais novos. Não dá vontade nem de ir para o recreio, só de ficar
desenhando”, diz. “Antes minha mãe comprava o material sem nenhum desenho, e eu
tinha que me contentar, né? Agora é felicidade, posso andar pela escola feliz
da vida, com um caderninho novo, com a mochila do Batman. Posso até pegar
aqueles lápis com aquelas borrachinhas.”
Este é o segundo ano em que a
dona de casa Francisca de Sousa Araújo, 44, pode contar também com o CME para
atender as necessidades da filha Clara Vitória, 13. “Faz uma diferença enorme.
Dá para comprar coisas melhores e as coisas que ela mais gosta. Antes, era só o
básico do básico mesmo. Caderno, caneta, lápis, pouca coisa. Agora, compramos
com mais qualidade e os materiais duram o ano inteiro”, afirma a mãe, que cita
como exemplo da eficiência do recurso o reúso da mochila adquirida no ano
passado.
Segundo Francisca, o valor
disponibilizado pelo CME é suficiente para cobrir as despesas relacionadas ao
material escolar e aliviar o orçamento familiar. “Às vezes ela pedia algo e eu
não podia comprar. Hoje ela vem comigo, escolhe as coisinhas do jeito dela.
Isso é muito especial”, afirma ela, que também é beneficiária do Cartão Prato
Cheio.
Economia local
O impacto positivo do CME
abrange, ainda, a economia local, impulsionando os ganhos de papelarias e
comércios especializados. Neste ano, houve ampliação do número de papelarias
credenciadas para a compra de materiais escolares. Em 2023, eram 473 empresas
cadastradas no programa, passando para 503 no ano seguinte. Para 2025, pais e
responsáveis terão 530 pontos habilitados à disposição. As regiões que com
maior concentração de participantes são São Sebastião (20,7%) e Ceilândia
(15,7%).
Assim que abriu seu
empreendimento, no Recanto das Emas, a empresária Valqueria Silva solicitou
participação no programa do GDF. Com uma faixa na entrada indicando que ali é
um ponto cadastrado, ela chama a atenção dos beneficiários e, assim, consegue
aumentar os lucros. “Do dia 31 de janeiro, quando saiu a primeira parcela, até
essa quinta (6), vendi mais do que em todo o mês de janeiro. Vale muito a
pena”, destaca. “O período de volta às aulas é o mais esperado pelas empresas
de papelaria. Com o programa, nós também conseguimos fidelizar os clientes –
muitos vieram ano passado e voltaram.”
Há mais de quatro anos
cadastrado no CME, o empresário Alcenir Ribeiro incentiva a participação de
outros comerciantes. “O benefício maior é trazer novos clientes para o
estabelecimento, dando uma aquecida no comércio. São vendas à vista, então,
vendemos hoje e amanhã já está na conta, o que é bom demais”, afirma.
“Recomendo a outros empresários que mantenham a documentação em dia, façam o
cadastro e participem, vale a pena.”
Como funciona
O Cartão Material Escolar atende
alunos de 4 a 17 anos matriculados na rede pública do DF, cujos responsáveis
sejam beneficiários do Bolsa Família, devidamente cadastrados. Não é necessário
solicitar o cartão, visto que o estudante é automaticamente encontrado com o
cruzamento de dados entre o cadastro do Bolsa Família e o sistema da Secretaria
de Educação. Por isso, é importante que as informações dos interessados estejam
corretas, completas e sempre atualizadas.
O pagamento é realizado antes do
começo do ano letivo, no início de fevereiro. São três lotes de pagamento: o
primeiro contempla quem já recebe o benefício e nos outros dois são incluídos
os novos beneficiários que estiverem dentro das regras do programa. O
responsável familiar pode consultar a lista de contemplados no GDF Social,
disponível no aplicativo do BRB, ou por meio da Central de Atendimento ao
Cidadão, no telefone 156.
O cartão físico fica disponível
em uma das agências do BRB, onde o beneficiário pode buscá-lo após consultar a
data e o local pelo aplicativo do GDF Social. A compra de materiais deve ser
feita em papelarias credenciadas pelo programa. Neste ano, o BRB prorrogou o
prazo de validade dos cartões vencidos e a vencer. Assim, as famílias
contempladas no programa poderão utilizá-los normalmente.
Os materiais que poderão ser adquiridos encontram-se no site da Secretaria de Educação. Já a lista de papelarias credenciadas está disponível no site da Sedes neste link.
Fonte: Agência Brasilia
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