Governo brasileiro reconhece Vladmir Herzog como anistiado político
Governo brasileiro reconhece Vladmir Herzog como anistiado político
Medida também oficializa reparação econômica
vitalícia para viúva
O governo
brasileiro reconheceu no último dia (18) o jornalista Vladmir Herzog como
anistiado político. Em
outubro de 2025, o assassinato do jornalista vai completar 50 anos.
Iniciativa do Ministério dos
Direitos Humanos de da Cidadania, a medida também oficializou a reparação
econômica de caráter indenizatório e vitalícia para a viúva Clarice Herzog. O
texto publicado no Diário Oficial da União indica o valor de R$ 34.577,89
mensais. A Justiça Federal tinha decidido pela indenização no início de
fevereiro desse ano, por meio da 2ª Vara Federal Cível do Distrito Federal.
Vladimir
Herzog era diretor de jornalismo da TV Cultura em outubro de 1975, quando foi
procurado por militares na emissora e, um dia depois, compareceu
espontaneamente à sede do Destacamento de Operações de Informação – Centro de
Operações de Defesa Interna (DOI-Codi/SP), na Vila Mariana, em São Paulo.
No DOI-Codi foi
torturado e assassinado. Os militares criaram uma falsa cena de suicídio. Na
missa de sétimo dia, na Catedral da Sé, uma multidão com mais de 8 mil pessoas
compareceu para o ato ecumênico. O episódio ficou marcado como um símbolo de
luta contra a ditadura militar e pela volta da democracia.
Em 2009, familiares e amigos
criaram o Instituto Vladimir Herzog para celebrar a vida do jornalista,
dramaturgo e professor. A entidade também tem como bandeiras a defesa da
democracia, dos direitos humanos e da liberdade de expressão.
Em nota, o Instituto
Vladimir Herzog celebrou o reconhecimento da anistia e disse que ele vem depois
de uma "luta incansável por memória, verdade, justiça e democracia,
liderada por Clarice". Para a entidade, é "mais simbólico, pois,
acontece em 2025, marco de 50 anos do assassinato de Vlado.
"Seguiremos confiantes
de que o Estado Brasileiro cumprirá com, além deste, todos os demais pontos
resolutivos da Sentença da Corte Interamericana de Direitos Humanos no Caso
Herzog", conclui.
*Matéria
atualizada às 14h de 19/03 para acrescentar manifestação do Instituto Vladimir
Herzog.
Fonte: RAFAEL CARDOSO - REPÓRTER DA AGÊNCIA
BRASIL/Rio de Janeiro, Foto: Acervo/Instituto Vladimir Herzog, Edição:Aline
Leal
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